As vendas industriais paranaenses registraram um aumento de 10,87% em maio último em relação a abril. Apesar da reação, o resultado acumulado do ano ainda é negativo, com queda de 8,77% nos cinco primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da pesquisa Indicados Conjunturais da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

O nível de vendas dos cinco primeiros meses deste ano denuncia uma performance equivalente à registrada no mesmo período de 2004, revelando uma regressão de 13 anos no desempenho das vendas industriais, analisa o economista Marcelo Percicotti, gerente de Economia, Fomento e Desenvolvimento da Fiep.
O aumento verificado em maio é resultado do desempenho positivo observado em 16 dos 18 gêneros pesquisados. Os três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense apresentaram resultado positivo: ‘Veículos Automotores’ (+15,26%), ‘Alimentos e Bebidas’ (+14,94%) e ‘Refino de Petróleo e Produção de Álcool’ (+5,73%). Os melhores resultados em maio foram verificados nos seguintes gêneros: ‘Metalurgia Básica (+26,68%), ‘Couros e calçados’ (+21,9%) e ‘Veículos Automotores’ (+15,26%). Os únicos gêneros com desempenho negativo em maio foram: ‘Máquinas e Equipamentos’ (-7,33%) e ‘Edição e Impressão’ (-3,43%).

No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2016, oito gêneros tiveram desempenho positivo e dez, negativo. Os que apresentaram os maiores aumentos foram ‘Celulose e Papel’ (+28,58%), Veículos Automotores (+12,41%) e ‘Material Eletrônico e de Comunicações’ (+8,81%). Os gêneros com maiores quedas no período foram: ‘Edição e Impressão’ (-39,52%), ‘Têxteis’ (-27,28%) e ‘Vestuário’ (-23,63%).
Emprego – Em relação ao nível de emprego, oito dos dezoito gêneros pesquisados registraram resultados positivos e oito negativos no mês de maio, com aumento de 0,71%. O emprego ligado diretamente à produção cresceu 0,83%. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano comparativamente a igual período de 2016 houve redução de 8,20% no pessoal empregado total e queda de 9,47% no pessoal empregado na produção.

Os principais aumentos havidos em maio em relação ao nível de emprego ocorreu em ‘Vestuário’ (+3,44%), ‘Borracha e Plástico’ (+2,07%), ‘Máquinas e Equipamentos’ (+1,82%). As maiores quedas no emprego aconteceram em ‘Material Eletrônico e de Comunicação’ (-1,85%), ‘Móveis e Indústrias Diversas’ (-0,86%), ‘Têxteis’ (-0,57%). Os maiores aumentos foram registrados em ‘Celulose e Papel’ (+9,73%), ‘Produtos Químicos’ (+4,92%) e ‘Material Eletrônico e de Comunicações’ (+3,18%). Os gêneros com maiores quedas foram ‘Têxteis’ (-22,24%), ‘Borracha e Plástico’ (+2,07%) e em ‘Máquinas e Equipamentos’ (+1,82%).

A utilização da capacidade instalada atingiu 69% em maio, com aumento de um ponto percentual em relação a abril. Com isso, o parque industrial paranaense permanece ainda com uma capacidade ociosidade próxima de um terço do total instalado.
Sinais positivos – O gerente de Economia da Fiep destaca que o mês de maio foi o primeiro do ano em que todas as variáveis que medem a atividade industrial (compras, vendas, emprego, horas trabalhadas e utilização de capacidade instalada) mostraram sinais positivos para a maioria dos gêneros pesquisados. Ele explica que não é possível distinguir que proporção deste aumento se deve à forte queda registrada em abril e o que se deve ao aumento sazonal tradicional de maio.
A boa notícia é que três indicadores mostraram aumento nos últimos três meses consecutivos, comenta Percicotti. Os três indicadores foram: nível de emprego, horas trabalhadas e utilização da capacidade instalada. Estes aumentos ainda não se refletem inteiramente no comportamento das compras de insumos e de vendas. Podem sinalizar, contudo, que a indústria paranaense está projetando um segundo semestre melhor, sustentado em duas fontes: prognóstico de boa safra de matérias primas agrícolas ofertadas para processamento industrial no Paraná e à consolidação das reformas esperadas pelo setor produtivo, como a trabalhista.