Se depender dos deputados da base do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa, o deputado federal e ex-presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), vai continuar em Brasília. Rossoni vem alimentando as especulações de que ele seria chamado pelo governador para substituir Eduardo Sciarra como chefe da Casa Civil, mas os parlamentares já deixaram claro para Richa que não tem nenhum interesse na substituição. E o próprio governador tratou de afastar essa possibilidade, ao negar, na semana passada, qualquer intenção de promover mudanças no primeiro escalão da administração estadual nesse momento.

Trânsito
Rossoni articulou sua nomeação para a Casa Civil desde a eleição de 2014, mas foi preterido por Richa em favor de Sciarra. O argumento oficial foi de que o Paraná precisava de alguém que tivesse bom trânsito junto ao governo federal, para a obtenção de recursos para obras e projetos do Estado, o que o tucano não teria, já que faz oposição ferrenha a presidente Dilma Rousseff e ao PT. Já Sciarra é próximo do ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Extra-oficialmente, porém, o motivo real é outro – a rejeição dos parlamentares da base governista em ter Rossoni como intermediário na relação com o Palácio Iguaçu.

Corda bamba
Bombardeado por denúncias de contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete, o presidente do Conselho de Ética da Assembleia, deputado pastor Edson Praczyk (PRB), está sendo pressionado pela cúpula da Casa a se licenciar do cargo. A pressão aumentou depois que a Justiça determinou, na semana passada, o bloqueio de bens de Praczyk no valor de R$ 308 mil, para garantir o ressarcimento dos cofres públicos em caso de condenação do parlamentar. A avaliação dos deputados é que a licença seria a melhor forma do pastor poder se defender, evitando que as acusações prejudiquem a imagem do Legislativo. Ele, porém, resiste em se afastar do cargo, mesmo temporariamente.

Ascensão
A possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff pode ter reflexos significativos na política paranaense. É que nesse caso, assumiria o cargo o vice, Michel Temer (PMDB), que tem como fiel escudeiro o ex-deputado federal e presidente do PMDB paranaense, Rodrigo Rocha Loures, ligado ao grupo do senador Roberto Requião.

Folha
Levantamento do site Contas Abertas revela que o Paraná, assim como a maioria dos estados brasileiros, está no limite de risco dos gastos com pessoal definido na Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo o Contas Abertas, dentre os 23 estados que entregaram relatórios de gestão do primeiro quadrimestre ao Tesouro Nacional, 19 unidades da federação estão nessa situação.

Zona de risco
A chamada zona de risco da lei, segundo o site, quer dizer que essas unidades da federação comprometeram pelo menos 44,1% da Receita Corrente Líquida (RCL), que é a soma das receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, com algumas deduções legais, como as Transferências Constitucionais e Legais. O primeiro limite da LRF já está alcançado por Acre, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí e São Paulo.