Reprodução

Já está no ar o primeiro episódio do Podcast Plantão 190, produzido pelo Estúdio Bem Paraná, com o doutor Márcio Luiz Nogarolli, que atua na área de emergencial há 39 anos, na linha de frente do atendimento pré-hospitalar nas ruas de Curitiba e região metropolitana. João Frigério, do portal Plantão 190, e o repórter do Bem Paraná, Rodolfo Kowalski, conversam com o socorrista sobre a sua carreira, o dia a dia do seu trabalho. O Estúdio Bem Paraná e o Podcast Plantão 190 fazem parte das comemorações pelos 40 anos do Bem Paraná.

“Minha missão é fazer as pessoas voltarem para casa”

Nogarolli falou sobre a sensação de impotência quando, apesar de todos os esforços das equipes de socorristas e bombeiros, não é possível salvar uma vítima: “Nós trabalhamos para atender da melhor maneira possível com os equipamentos que dispomos, mas nem sempre é possível e lamentamos”. Nogarolli comentou o caso de um trabalhador que morreu após um muro cair em cima dele em 16 de março, no bairro Rebouças. Ele e outros profissionais socorristas tentaram reanimar o trabalhador por 40 minutos. O vídeo da entrevista com Nogarolli viralizou. “Minha missão é fazer as pessoas voltarem para casa”, disse ele.

“O fluído mais precioso para quem precisa de socorro não é o sangue, mas é o óleo diesel”

“O fluído mais precioso para quem precisa de socorro não é o sangue, mas é o óleo diesel e querosene. Nós precisamos chegar o mais rápido possível no local. O Siate tem uma fissura em tempo de resposta. Estamos trabalhando com o minuto de platina, quem está lá está com dor, está perdendo sangue”, afirmou Nogarolli, no Podcast Plantão 190.

“Nós estamos lidando com as pessoas no pior dia da vida delas”

Nogarolli também trabalha no centro de regulação, ou seja, onde é definido como e onde os pacientes serão atendidos e falou sobre este trabalho. “Nós estamos lidando com as pessoas no pior dia da vida delas, cabe a nós decidirmos sobre onde para ela vai, onde há vaga para ela e qual será a logística. O Google Maps tem que dizer onde o helicóptero pode pousar, qual hospital. Se eu estiver um queimado que vai para o Hospital Evangélico preciso avaliar se há condições de pouso no Parque Barigui, definir uma ambulância para esperar. Toda essa mecânica, do médico regulador, aperta a gente.

Sobre trabalho na tragédia da boate kiss, “Aquele “luto” não era substantivo, era verbo”

No Podcast Plantão 190, o médico se emocionou ao falar sobre o trabalho voluntário que fez na tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em janeiro de 2013, quando 242 jovens morreram na Boate Kiss: “Santa Maria foi uma experiência forte. Eu via que todas as janelas de Santa Maria tinham um papel A4 escrita Luto. Aquele luto não era substantivo, era verbo”.

Ficha técnica

Coordenação: Josianne Ritz
Apresentação: João Frigério e Rodolfo Kowalski
Operação: Franklin de Freitas e Luísa Mainardes
Edição: Felipe Ribas