Diego Saldanha e sua Ecobarragem (Franklin de Freitas)

O histórico Rio Atuba, em cuja margem teve início a colonização europeia da região de Curitiba, em 1649, ganhou um importante reforço no combate à poluição. Nesta quinta-feira (27 de julho) o ativista ambiental Diego Saldanha, morador de Colombo, inaugurou a mais nova versão da ecobarreira, após um mês de obras. Com isso, espera ser capaz de retirar ainda mais lixo da água.

O ativista conta que desde o início do projeto, surgido em 2017, ele vem tentando trazer melhorias constantes para a ecobarreira, de forma a aumentar sua eficiência. Um sonho antigo, no entanto, era conseguir fazer uma barreira mais moderna e robusta, capaz de segurar mais resíduos. Para isso, tirou dinheiro do próprio bolso, obtido através da monetização de suas redes sociais e da realização de palestras, e fechou por um mês as visitações na ecobarreira.

“As ecobarreiras anteriores eram caseiras. Essa exigiu mais conhecimento, técnica. Mas são quatro balsas, interligadas uma na outra, e na parte da frente tem uma tela que desce e fica 20 centímetros abaixo da água, então a capacidade de segurar coisas é muito maior. E foi feito um corredor, uma ponte de metal, então eu posso andar entre elas [as balsas]. Vão parar mais coisas menores na barreira: plástico pequeno, sacola. Antes ela pegava só o que flutuava, essa pega tudo”, explica.

Segundo Saldanha, a versão antiga da ecobarreira tirava, em média, duas toneladas de lixo do Rio Atuba por ano. Com a nova, a estimativa é que seja possível reter até uma tonelada de resíduos por mês.

“O que faz a contenção [dos resíduos] é a balsa e uma tela galvanizada que segura todo material que desce. Importante frisar que as laterais é livre, tem 30 centímetros para passagem de animais, peixes, e no fundo também é livre: a ecobarreira não bloqueia o rio”, ressalta o ativista, destacando que deve reabir em breve as visitações no local. “Estou estreando agora [a nova ecobarreira] e a ideia é reabrir para visitação no próximo mês. Mas ainda estamos com a ecobarreira em teste, vamos ver como ela se comporta em dias chuvosos”.

Para apoiar o projeto da Ecobarreira do Rio Atuba, basta seguir Diego Saldanha nas redes sociais – ele está presente no Instagram, no Facebook e no TikTok. Além disso, o ativista também realiza palestras em empresas e escolas, que é outr forma de ajudar o projeto.

Já para visitar o local, basta entrar em contato com Saldanha pelo WhatsApp, através do telefone (41) 99950-3974. “Entra em contato pelo meu número e pode agendar. Pode vir uma pessoa, duas, três… Só agendas. Conseguimos receber tranquilamente grupos com até 20, 25 pessoas”, orienta ele.

Nas imagens abaixo, é possível conferir um pouco da evolução da Ecobarreira do Rio Atuba desde sua criação. A primeira imagem foi feita bem no início do projeto, em 2017; a segunda, no começo de 2021; e a terceira, nesta quinta-feira (27 de julho).

História

O Rio Atuba, situado entre os municípios de Curitiba, Colombo e Pinhais, é um rio histórico. Foi em sua margem esquerda que, em 1649, teve início a colonização européia na região, com a chegada de portugueses que queria garimpar no primeiro planalto.

Mais tarde, por conta da escassez de alimentos e ouro, teriam transferido o povoado para outro lugar. Conta a lenda da fundação de Curitiba que o chefe indígena Tingüi, dos Campos do Tindiqüera, teria escolhido e conduzido os portugueses para o local às margens do Rio Ivo, onde hoje se situa a Praça Tiradentes, marco zero da Capital.