Imagem: Pixabay



O mês de maio é especial, especialmente no no hemisfério norte, por ser um mês no qual a primavera já está se firmando. Assim, antigamente, quando esse período estava chegando, a deusa grega Maia, mãe de Hermes, era evocada com festas.

Na mitologia grega, Maia era uma das deusas titãs, filha de Atlas e Pleione. Ela era associada à primavera e ao crescimento das plantas, da fertilidade e da beleza. De acordo com a mitologia grega, Hermes, o mensageiro dos deuses, foi concebido por Maia e Zeus, o rei dos deuses. Assim, a mitologia envolvendo Maia personificava o despertar da natureza na primavera como projeção da energia vital e cuja beleza angelical cativou Júpiter.

No contexto da expansão do cristianismo no Império Romano, as tradições religiosas romanas e helenísticas já tinham deusas e figuras femininas veneradas. A devoção a Maria pode ter sido influenciada por essas tradições, com os cristãos adaptando a devoção à figura de Maria. Essa devoção evoluiu ao longo dos séculos e foi influenciada por diversos fatores, incluindo elementos da cultura e religiosidade populares, bem como decisões teológicas e eclesiásticas.

Aos poucos, assim como o surgimento da primavera, a figura de Maria, a mãe de Jesus (e de nome quase homônimo ao de Maia), é venerada pela Igreja como sendo um modelo de fé e de beleza interior. Num mundo que cuida tanto das aparências e da busca da beleza exterior, no mês de maio, a presença de Maria, da maternidade e das noivas revela o segredo da verdadeira beleza e fecundidade.

O desenvolvimento da devoção a Maria na tradição católica

Uma grande influência para o desenvolvimento da devoção a Nossa Senhora foi o Concílio de Éfeso. Ele teve um papel crucial no reconhecimento da devoção a Maria. Em 431 d.C., o concílio declarou Maria como “Theotokos”, que significa “Mãe de Deus” ou “Aquela que deu à luz a Deus”. Essa definição teológica fortaleceu a posição de Maria como uma figura central na fé cristã e solidificou a devoção a ela ao redor da igreja nascente.

Aliado a esse elemento, a disseminação de histórias e relatos sobre a vida de Maria, muitas vezes através de hagiografias (biografias de santos), contribuiu para a devoção popular. Essas histórias destacavam virtudes como sua pureza, humildade e papel especial na história da salvação.


Outros elementos significativos

Ao longo da história da Igreja, a Igreja Católica proclamou vários dogmas marianos que definem aspectos específicos da fé relacionados a Maria, que se tornaram característica importante na devoção popular. Por exemplo, o dogma da Imaculada Conceição (1854) declara que Maria foi concebida sem pecado original. O dogma da Assunção de Maria (1950) afirma que Maria foi elevada ao céu, corpo e alma, após o fim de sua vida terrena.

A devoção a Maria desempenha um papel significativo na espiritualidade católica e continua a evoluir ao longo do tempo. Ela foi incorporada à liturgia e às práticas de oração da Igreja Católica. E, desse modo, o mês de maio é dedicado a ela.


Gostou deste post? Compartilhe-o em suas redes sociais!