O técnico do Athletico Paranaense, Cuca, usou a primeira entrevista coletiva desde que chegou ao clube, nesse domingo (dia 10), logo após a vitória sobre o Londrina, para fazer sobre o caso ocorrido na Suíça, em 1987. Ele chegou a ser condenado em 1989, mas conseguiu anular essa sentença em 2024.
No fim da entrevista coletiva, Cuca avisou que faria um depoimento e leu uma declaração escrita por ele. “Vou fazer uma declaração para a torcida feminina entender muitas coisas”, disse. “Confesso que estou nervoso porque é um tema muito sério, importante”, declarou. “Escrevi para não ter erros”, destacou, explicando que fez o texto com a ajuda das filhas e da esposa.
Queria falar sobre os últimos meses que tenho vivido. Quase um ano que sai do Corinthians. Você pode imaginar o que eu passo e estou passando. Com muitas conversas, eu tinha necessidade de escutar. Minhas esposa e minhas filhas estão ajudando bastante. Escrevi com ajuda delas”, disse.
“Reconheço que isso não é só sobre mim, mas é sobre mim também. Uma mulher que passa por qualquer tipo de violência não consegue viver a vida dela sem permanecer machucada. O impacto dura para sempre”, declarou.
“O mundo do futebol e o mundo dos homens em que vivo nunca tinha me cobrado nada. O mundo está mudando, e para melhor”, destacou. “As mudanças honestas e verdadeiras levam tempo. A realidade tem que ser transformada para que o mundo seja um lugar mais seguro para as mulheres e para todos nós. O mundo do futebol ainda é um mundo com muito preconceito. Entendi que quando me cobram não é só sobre mim, é sobre a forma como nós homens, e a sociedade como um todo, tratam as mulheres com desigualdade e de maneira violenta”, argumentou.
Cuca se comprometeu a ajudar nessa luta, usando a educação como ferramenta. “Não estou falando isso pra agradar alguém, ou da boca pra fora. Me comprometo a fazer parte da transformação. Acredito que a transformação seja pela educação”, disse. “Vocês não verão palavras, verão atitudes. Estou junto nessa causa e me comprometo a ajudar”, completou. “Quero jogar luz sobre a gravidade e a seriedade da violência contra a mulher”, afirmou.
