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Andrea Caldas (PSOL), Roberto Requião (Mobiliza), Luizão Goulart (SOL), Eduardo Pimentel (PSD), a mediadora Alessandra Consoli, Luciano Ducci (PSB), Samuel de Mattos (PSTU), Maria Victoria (PP) e Ney Leprevost (União). Foto: Franklin de Freitas

O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Curitiba foi mais focado no passado que no futuro em uma comparação de gestões. O debate foi promovido nesta quinta-feira (8) pela TV Band. Entre as promessas, sobraram hospitais e descontos nas tarifas de ônibus. Foi só no terceiro bloco que o clima esquentou um pouco. Eduardo Pimentel e Luciano Ducci fizeram perguntas entre si, com críticas de ambos os lados. Mas não houve necessidade de dar direito de resposta a nenhum dos debatedores. Assuntos como saúde, transporte coletivo e segurança e educação pautaram o programa.

Participaram os candidatos Andrea Caldas (PSOL), Eduardo Pimentel (PSD), Luciano Ducci (PSB), Luizão Goulart (Solidariedade), Maria Victoria (PP), Ney Leprevost (União Brasil), Roberto Requião (Mobiliza) e Samuel de Mattos (PSTU). Cristina Graeml (PMB) ficou de fora. Ela está com a candidatura em risco, já que a sua convenção foi realizada pela comissão provisória de Curitiba do PMB, que foi dissolvida pela executiva nacional. 

O candidato da situação, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e o governador Ratinho Jr, defendeu a continuidade dos projetos e também sofreu críticas por eles, principalmente na área da saúde, sobre assistência social e segurança. Ducci, apoiado pelo PT, PDT, PV e PCdoB, além de criticar a atual gestão ressaltou suas criações, como o Mãe Curitibana, e prometeu retomar projetos de quando administrou a cidade, entre 2010 e 2012, como o metrô. Ducci também sofreu diversas críticas de Pimentel durante o debate pela administração de Gustavo Fruet (2013-2017), porque seu vice, o deputado estadual Goura é do PDT, mesmo partido de Fruet. Requião (Mobiliza) também relembrou programas e projetos de sua administração como prefeito entre 1986 e 1989. Luizão Goulart, do Solidariedade, por sua vez, relembrou diversas ações na Prefeitura da vizinha Pinhais, que comandou entre 2009 e 2016.

Já os candidatos do União Brasil, Ney Leprevost, e do PP, Maria Victoria (PP), que nunca foram prefeitos, focaram mais em propostas. Leprevost, no entanto, levantou algumas questões sobre a atual administração. Durante o debate, Andréa Caldas concentrou mais as críticas e propostas na área de educação. Samuel Mattos distribuiu críticas para os governos municipal e federal.

Um dos assuntos citados por todos foi a segurança. Todos prometeram reforçar a segurança pública, melhorar a Guarda Municipal.

Pimentel e Ducci protagonizam momento mais tenso do debate

No terceiro bloco, o clima esquentou entre o candidato do PSD e do PSB. Pimentel perguntou a Luciano Ducci sobre o metrô e perguntou sobre o custo da proposta e prazos para sua construção. Ducci disse que a proposta do metrô, cujo projeto estava pronto quando era prefeito, era real, tinha dinheiro e como perdeu a eleição o projeto não prosseguiu com seus sucessores. Pimentel disse que o custo do metrô é muito alto e comparou com os ônibus e um VLT entre o Centro Cívico e São José dos Pinhais. Ducci disse que o governo federal tem recursos para projetos com o metrô.

Ducci perguntou a Pimentel na sequência sobre qual o projeto que ele já fez na cidade, já que foi secretário de Obras de Curitiba. Pimentel disse que entregou todas as obras que estavam em andamento na cidade e disse que participou dos maiores projetos da atual gestão, como o Bairro Novo da Caximba e o novo Inter 2. Ducci disse que o projeto do Inter 2 é da sua gestão, não é novo, e afirmou que na Caximba, até agora, atual gestão entregou apenas 60 casas.

Candidatos fazem promessas sobre tarifa de ônibus durante debate

Um dos assuntos mais questionados entre os candidatos foi o transporte coletivo. Questionado por Andrea Caldas, candidata do PSOL, sobre Curitiba ter uma das tarifas mais caras do País, Pimentel lembrou que no segundo semestre de 2025 haverá uma nova licitação, que já está sendo preparada. Também anunciou meia tarifa de ônibus aos domingos e gratuidade para desempregados previamente cadastrados.

No segundo bloco, Samuel de Mattos perguntou a Ducci sobre a passagem do transporte “mais cara do país” e o que será feito no novo contrato. Ducci prometeu a volta da domingueira (passagem a R$ 1) a partir do fim de janeiro de 2025. O candidato do PSTU disse que sua pergunta não foi respondida e falou de sua proposta de estatizar o serviço de transporte na cidade.

Na saúde, comparação e “chuva” de novos hospitais

No primeiro bloco, Ney Leprevost iniciou as perguntas e escolheu Roberto Requião para responder. O tema escolhido foi saúde e ele citou a espera de mais de 200 mil pessoas por consulta ou exame em Curitiba. Requião disse que está preocupado também, criticou as terceirizações na área. “O Siate está acabando”, disse Requião. A solução é resolver com contratação, acabar com a terceirização e fazer valer a saúde que Curitiba precisa”. Ney criticou o tempo de espera na UPAs e prometeu o PAI (Pronto Atendimento Infantil).

No segundo bloco, Eduardo Pimentel perguntou a Maria Victoria sobre suas propostas para a saúde nas regionais da cidade. Maria Victoria falou da fila de espera nas consultas especializadas e da demora no atendimento nas unidades de saúde. Ela propõe zerar a fila de espera com pagamento de médicos contratados especialmente para isso, com cerca de R$ 20 milhões do orçamento municipal. Pimentel prometeu seis novas unidades de saúde, duas UPAS e o Hospital Geral do Bairro Novo.

Luciano Ducci também perguntou sobre saúde. Quis saber de Pimentel sobre sua proposta para a área de urgência e emergência. Pimentel disse que a atual gestão investiu cerca de R$ 3 bilhões na área de saúde. Ducci anunciou o Hospital da Zona Norte, com 400 leitos, com atendimento de urgência e emergência e quis comparar as gestões dele com a de Greca.

Moradores em situação de rua são lembrados

Requião perguntou a Ney Leprevost sobre moradores de rua. Ney prometeu criar Centros de Recuperação, Inclusão, Saúde, Tratamento e Organização de Moradores de Rua. Citou que Curitiba é a capital do Sul com mais moradores de rua e disse que nesta área a atual gestão da prefeitura “é um fracasso”. Falou de retomar a ordem, mas com solidariedade.  Requião brincou: “Obrigado, Ney, você praticamente lançou a minha candidatura”.

No segundo bloco, o assunto voltou à tona. Andrea Caldas perguntou a Luizão sobre abordagens abusivas à população de rua. Luizão reconheceu que Curitiba tem um grande problema na área e falou de duas propostas para esse público. Ele propôs o reencaminhamento das pessoas de rua para o lugar de onde vieram; e o supera-rua, assistência para ajudar as pessoas a deixar as ruas.

Requião alfineta Ducci sobre votação no impeachment de Dilma

Requião, ex-PT, cobrou votações do candidato apoiado pelo PT, Luciano Ducci, na Câmara dos Deputados. Ele citou o voto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e perguntou a ele como se sente na “frente progressista”. Nervoso, Ducci respondeu que “sempre votou de acordo com o partido e disse que sente muito bem acomodado junto com PDT, PT, PCdoB e PV”.  Citou a importância de ter apoio do governo federal n a gestão municipal. Requião ainda ironizou a frente progressista apoiando privatizações no estado, como da Sanepar e das rodovias federais.