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Foto: Franklin de Freitas

Com o objetivo de informar o eleitor sobre as candidaturas e propostas para Curitiba, o Bem Paraná realiza até 20 de setembro sabatinas com os dez candidatos a prefeito de Curitiba. Nesta segunda (16), o Bem Paraná entrevistou a candidata do PSOL Professora Andrea Caldas. Ela falou sobre suas propostas para a cidade de Curitiba, criticou a administração do atual prefeito: “Atual administração tem uma lógica monárquica”. Também falou sobre ouvir mais a população sobre os projetos para a Prefeitura de Curitiba e criticou o governo petista.

“Eu acho que a atual gestão tem uma lógica monárquica e nada republicana. A gente pega a questão da cultura, por exemplo, as definições que a prefeitura faz sobre o que é, o que deve ser incentivado na área cultural. É o que o prefeito define que é a boa cultura, tem uma lógica e por isso inclusive o próprio candidato apoiado pela atual gestão tem usado muito a figura do prefeito”, disse Andrea Caldas.

Martha Feldens – Eu quero começar fazendo uma pergunta que talvez interesse para muitos dos nossos espectadores, que não conhecem bem esses partidos de esquerda e as suas diferentes ideologias, enfim. Queria que você falasse um pouquinho do PSOL e, rapidamente, explicando qual é a linha de ação do PSOL. Quais as diferenças em relação ao PT, por exemplo?
Andrea Caldas –
O que é o PSOL? É um partido relativamente novo, tem 20 anos. Algumas pessoas saíram, eram militantes filiados do PT e saíram em vários momentos, alguns ali com a reforma da Previdência, do governo Lula, depois outros em outros momentos. Eu mesma fui militante do PT, do Partido dos Trabalhadores, por 26 anos e me filei ao PSOL em 2018. Tanto o PT quanto o PSOL se colocam no campo da esquerda. O PT, por conta das experiências no governo, nós hoje entendemos que ele foi mais para o centro. Então há críticas, por exemplo, há o que a gente chama de conciliação de classe, a própria lógica da governabilidade adotada pelos governos petistas, que é essa negociação aí com os partidos do centrão fisiológico. A nossa bancada tem expressado muito isso, tem sido uma bancada que a gente tem muito orgulho, a bancada do PSOL na Câmara Federal, que sim, tem apoiado as pautas do governo no que a gente entende que são os direitos dos trabalhadores, mas tem feito críticas, por exemplo, à própria questão da política econômica, à questão das privatizações, então acho que talvez essas, do ponto de vista mais inicial, seriam essas as diferenças. E acho que é importante a gente dizer para as pessoas o que significa ser de esquerda, porque muitas vezes isso acaba virando um rótulo e nos últimos tempos um rótulo meio caricato. E aí ser de esquerda é defender a igualdade, a justiça social, é entender que o governo tem um papel, deve ter um papel ativo nas políticas sociais, é defender a carreira, o concurso público, é entender que essa competição que a direita gosta de falar tanto, ela não é uma competição justa quando a gente tem condições de ponto de partida desiguais. Então, por isso que a gente fala muito no investimento na educação, na saúde, na assistência social. A nossa ideia é, de fato, que a gente construa um mundo mais igualitário e a gente entende que o governo e as políticas públicas têm um papel fundamental na redução dessas desigualdades.

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Lenise Aubrift Klenk:  Parece ser um ponto importante das suas divergências, inclusive que levaram para fora do Partido dos Trabalhadores essas concessões que provavelmente foram feitas em nome da governabilidade. Mas como administrar e tornar um mandato governável, no caso da senhora eleita, com uma minoria numa Câmara de Vereadores como aconteceria provavelmente aqui em Curitiba?
Andrea Caldas:
Eu sou professora de políticas educacionais há 30 anos e sou militante, embora a minha experiência como candidata seja recente, mas eu sou militante da área da política desde os 15. E acompanhando aqui a cidade de Curitiba, eu não me lembro de ter visto alguma vez algum prefeito que não teve maioria na Câmara dos Vereadores. E aí há várias estratégias para conquistar essa maioria. No nosso caso, a defesa é construir essa maioria a partir dos programas e governar com a população. E é também a crítica que nós fazemos ao modelo de governabilidade adotado pelo governo petista, que no nosso entender já se mostrou esgotado. Pode ter sido eficiente em algum momento, mas hoje está absolutamente esgotado. Por quê? Porque se faz um acordo e na verdade não consegue se levar à frente as próprias políticas do governo. A gente ouve muito assim, não dá para avançar porque nós não temos correlação de forças, mas aí você faz concessão ao Congresso para ter a tal da correlação de forças e isso não acontece, vira um acordo fisiológico. Então, qual que é a nossa proposta? A proposta é se construir uma governabilidade com a população, eu brinco sempre, como o 12º jogador. Ou seja, vou dar um exemplo muito concreto. Vamos ter, no ano que vem o plano municipal de educação, que foi feito em 2015 e há que ser feito um outro plano em 2025. Esse plano municipal de educação vai ser feito a partir de uma conferência, ouvindo a comunidade. Ele vai passar pelo conselho municipal de educação que já existe. Significa que quando a gente levar esse plano para a Câmara, ele é resultado não da vontade da Andrea, mas da vontade que passou por essa comunidade, por esse setor organizado e é essa força, essa força da mobilização que a gente vai levar para a negociação com essa Câmara de Vereadores, ou seja, nós não vamos negociar sozinhos e não vamos negociar uma proposta que seja simplesmente da prefeitura, mas que vai ter passado por esse consenso. Eu acredito que essa é uma boa forma a gente dialogar com a população e dizer concretamente, nós temos um plano aqui, senhores vereadores e vereadoras, um plano que passou por um amplo debate e consenso. Vocês vão votar contra ou a favor da população. E aí não é contra ou a favor da prefeitura, certo?

Lenise:  Mas, candidata, a senhora sabe que na prática, e é só analisar o perfil da Câmara Municipal aqui de Curitiba, a gente tem políticos, vereadores, historicamente afiliados à direita mais conservadora da cidade, a gente sabe que câmaras municipais em grandes ou pequenas cidades, principalmente no interior, a gente já teve muitos exemplos, inviabilizam governos. A senhora acredita que só, não que seja pouco, porque seria o ideal que essa força popular pudesse dar respaldo para as decisões ou mensagens da prefeitura, projetos da prefeitura, mas a senhora sabe que não são eles que votam. E que eles têm essa condição de viabilização, ainda assim tem esperança nessa possibilidade?
Andrea Caldas :
Eu acredito que é a única possibilidade. A outra possibilidade é você fazer acordos fisiológicos e rebaixar o programa. E volto a dizer, eu acho que não vale a pena. Porque o que adianta você fazer um acordo com essa direita fisiológica para você de verdade não poder cumprir o seu programa? É o que está acontecendo inclusive atualmente no governo federal. Você não consegue aprovar um programa que é de interesse do governo, portanto você fica refém desse congresso. E eu acho que sim, se você fizer uma política transparente, aberta, o ônus de não aprovar um projeto que veio construído pela população será da Câmara de Vereadores e é inclusive um espaço de conscientizar a população. Nós levamos esse projeto, quem não aprovou foi a Câmara de Vereadores, vamos cobrar deles. Porque muitas vezes acaba que esses acordos de gabinete ocultam também da população. Eu tenho conversado muito com as pessoas, a nossa campanha tem sido uma campanha na rua. E as pessoas acham que todo mundo é igual, acham que não adianta, acham que não tem jeito. Ou o Congresso ou o governo fica uma mistura na cabeça da população que ninguém sabe. E aí uma sensação de desesperança. A nossa candidatura vem também nessa direção, de tentar reencantar as pessoas com a política e o reencantamento passa por uma nova forma de fazer política. encantamento comigo, encantamento com o programa e com uma nova forma de fazer política.

Roberta Canetti:  Professora, nessas eleições, as pesquisas de intenções de votos aqui em Curitiba, elas estão bastante divergentes. A gente tem resultados absolutamente diferentes desde o início, mas, aparentemente, a gente tem entre as primeiras colocações, pelo menos dois representantes da direita, sem nenhum tipo de polêmica a respeito, e um representante da esquerda. E aí eu coloco porque sei que você discorda disso. Você não considera o Ducci um representante da esquerda e eu quero saber por que e já emendo. Num possível segundo turno, você o apoiaria?
Andrea Caldas:
Não sou só eu que não considero o Ducci representante da esquerda. A parte expressiva do Partido dos Trabalhadores também não o considera. A gente tem tido muita declaração de apoio, inclusive, desses segmentos petistas, descontentes com essa candidatura, que já formalizaram o apoio. Estiveram, inclusive, no nosso lançamento lá definindo. Sem nenhuma questão pessoal com relação a Luciano Ducci, que eu respeito muito, e o histórico de posições dele não o coloca no campo da esquerda. Ele votou a favor do Marco Temporal, ele votou a favor do impeachment da presidenta Dilma, que para mim é uma linha que a gente não pode ultrapassar e eu acho que isso dividiu a política. Quem votou a favor do golpe contra a presidenta Dilma não pode ser considerado estar no campo nem da centro-esquerda. Então, sim. Agora, no segundo turno, a opção é pelo voto útil, é menos pior, é o que é menos. Eu não posso falar em nome do meu partido, mas, com certeza, eu posso dizer que nós não estaremos junto com o Pimentel e com os representantes do Ratinho e do Bolsonaro, que é o que representa a candidatura do Pimentel. E aí é importante colocar isso, porque eu comentei isso em um outro momento também. A gente tem as pesquisas mostrando que, de modo geral, o Pimentel estaria no segundo turno e ali na disputa do segundo está embolado, vários nomes. Mas todas essas pesquisas, elas mostram que 60 a 70% das pessoas não decidiram. Então, na verdade, é uma fotografia que tudo pode acontecer, tudo pode mudar. Só que elas estão sendo usadas e isso já faz tempo, quase como se aquilo fosse o resultado consolidado. Então você leva as pessoas a supor que não tem outra alternativa. Ah, não, eles já ganharam. As pessoas costumam dizer, eu não vou perder meu voto. E a gente tem que mostrar para as pessoas que a eleição em dois turnos foi feita exatamente para isso. No primeiro turno, a gente vota naquele que a gente acredita, no voto do coração. No segundo turno é que a gente faz essa conta de quem tem mais chance e menos chance. Então, nós não estamos antecipando o debate do segundo turno porque, de verdade, mesmo que as pesquisas tenham apontado aí O candidato atual, apoiado pelo Greca, pelo Ratinho e pelo Bolsonaro, como estando em primeiro, ainda tem 60 ou 70% das pessoas que não decidiram voto. Então, na verdade, inclusive, ele pode não estar.

Martha: Ainda falando de esquerda e não esquerda, você chegou a ser procurada pelo ex-governador Requião para compor aí uma chapa. Não avançou porque ele também não satisfaz aí na questão ideológica?
Andrea:
Não avançou porque eu acho que essa conversação acabou acontecendo muito muito próxima ali, era uma semana antes da convenção, então não houve tempo hábil, inclusive, para fazer essa discussão interna nos nossos partidos. E o nosso partido tem uma tradição de fazer as discussões, já tinha um amadurecimento. O ano passado se procurou, inclusive, outros partidos para tentar construir uma frente de esquerda, então não foi a decisão por ter uma candidatura própria dentro do PSOL, não foi uma decisão de princípio. Não, a gente buscou, buscou conversar com o Carol D’Artora, com o Goura. O Requião ainda não era, não estava colocado como candidato, é uma pessoa que eu tenho um respeito imenso, mas de fato não avançou porque não houve tempo para a gente construir isso de forma mais coletiva entre os partidos.

Lenise:  O que falta para a esquerda conseguir formalizar uma frente ampla para concorrer à prefeitura de Curitiba? Isso já vem historicamente acontecendo, uma dificuldade de se organizar essa frente e, eventualmente, partidos trabalhadores também apoiando candidatos que são, digamos, de centro-esquerda ou, às vezes, nem tão comprometidos com a esquerda. O que falta? Falta habilidade? Falta conversar? Onde que a esquerda falha?
Andrea Caldas:
  Acho que falta muita coisa. Acho que a primeira coisa falta um programa. Acho que a gente há algum tempo, e eu vou falar isso com muita tranquilidade, entre todos os partidos a gente tem discutido pouco o programa e mais as pessoas. Eu acho isso ruim, porque aí fica um pouco isso, parece que é concurso de miss, eu gosto ou não gosto, simpatizo ou não simpatizo. E essa construção programática tem que vir antes da eleição. A gente está sempre tomando decisões muito em cima do calendário eleitoral. Então acho que a gente constrói, eu estou inclusive muito disposta, tenho conversado, tenho falado isso com esse campo progressista. Olha, independente da gente estar na disputa eleitoral, depois, durante, depois da eleição, vamos sentar junto, vamos conversar. Tive agora, inclusive, na agenda, que o MST fez, muito interessante, que é uma plataforma, acho que os movimentos sociais têm tido, mais que os partidos, essa iniciativa de apresentar programas. E eu acho que é por ali que a gente vai construir. Aí, sim, consensos, construções que sejam amadurecidas e não produtos de força ou de negociações de bastidores. Então, acho que esse é o primeiro passo e acho que dá tempo ainda de a gente fazer, não nessa eleição, mas para as próximas eleições, a gente começar a construir uma plataforma, um programa, como já foi feito em tempos históricos lá atrás. Acho que essa é uma questão. Por outro lado, eu não vejo que seja um problema que a gente tenha muitas candidaturas de esquerda ou de direita no primeiro turno, vou insistir nisso. Acho que o primeiro turno também é um espaço para a gente mostrar esse amplo espectro e aí no segundo turno a gente faz os acordos, que eu espero que sejam acordos programáticos também.

Roberta:  Apesar da atual gestão do prefeito Rafael Greca ser bem avaliada por mais da metade dos eleitores aqui de Curitiba, a gente sabe que você é uma crítica dessa gestão, dessa administração e desaprova, por ser elitista, por ser uma administração excludente. Eu queria que você apontasse quais as falhas que na sua visão são as principais falhas da administração que a gente tem nas últimas gestões e hoje quais são os principais problemas de Curitiba.
Andrea Caldas:
Eu tenho uma dúvida se a gestão do Rafael Greca é bem avaliada ou se a figura do Rafael Greca gera essa simpatia. Essa é uma dúvida, porque a gente, de novo, conversando com a população, há uma insatisfação muito grande em relação a quase tudo. A tarifa é muito cara, os ônibus rodam absolutamente vazios em alguns horários ou voadas super cheias. No domingo não tem ônibus, as filas nas UPAs e nas unidades básicas de saúde, a fila de espera dessas especialidades, o  déficit de moradia, o centro que está abandonado, a questão das vagas das creches que explodiu esse ano. Eu brinco sempre, parece que a prefeitura vai tomando sustos e aí já emendando com a resposta. O que é fundamentalmente o maior problema? Eu vejo que é uma falta cabal de planejamento. Era uma coisa que Curitiba se orgulhava, independente das gestões, inclusive do corte ideológico de ser tecnicamente competente. E eu vou lhe dizer, isso não é culpa dos funcionários públicos da prefeitura, que são muito bons, eu acompanho e conheço, mas porque você tem tido, me parece, um abandono desta gestão com relação ao planejamento das políticas públicas. A sensação que a gente tem é que é tudo feito sem nenhum planejamento. Seja para você gastar 4 milhões num tubo de ônibus, que ninguém decidiu isso, seja para você descobrir em fevereiro que faltava 10 mil vagas, quando você tem um cadastro para isso. Você não pode descobrir em fevereiro. As crianças não entram em idade escolar de uma hora para outra. Tem dados do IBGE. A mesma questão com relação ao afogamento das unidades básicas de saúde por conta do surto da dengue, que há três meses a Fiocruz já tinha alertado. A mesma coisa com relação às enchentes frequentes. Então eu diria, para resumir, que nós temos uma falta de planejamento das políticas, nós ficamos 10 anos sem concurso, sem reajuste para os funcionários públicos e aí não tem política pública que se faça sem ter o funcionário público bem informado, passado, tendo feito concurso e com uma carreira atrativa. Vou pegar aqui a área da educação. O que acontece? Além de ter ficado muito tempo sem concurso, os concursos que estão acontecendo, como nós temos municípios aqui do entorno com salários mais atrativos que da prefeitura, as pessoas entram, ficam um tempo e vão embora. Então, é uma sucessão. Falta pessoal, falta planejamento, falta uma política que preventiva para as questões e aí nós vamos falar disso em tudo, na segurança, na assistência, na saúde, na moradia, na questão das emergências climáticas, em todas elas falta planejamento, falta investimento e numa cidade que é rica, a sexta cidade mais rica do país, que vai ter um orçamento recorde de 14 bilhões, que não tem problema de caixa, que não está afogada do ponto de vista dos limites fiscais. Então, no meu modo de entender, falta é vontade e preparo de quem está à frente da gestão.

Martha: Então você diz na introdução do seu plano de governo, aquele que fica registrado lá no TSE, que o que é feito é feito a menos e é feito pior. Tudo isso sob a batuta de um reizinho autoritário. E aí eu quero que você explique um pouco o que é esse reizinho autoritário.
Andrea Caldas:
Eu acho que a atual gestão tem uma lógica monárquica e nada republicana. A gente pega a questão da cultura, por exemplo, as definições que a prefeitura faz sobre o que é, o que deve ser incentivado na área cultural. É o que o prefeito define que é a boa cultura, tem uma lógica e por isso inclusive o próprio candidato apoiado pela atual gestão tem usado muito a figura do prefeito, então parece que tudo está em torno dele e é isso, antipatia ou simpatia em torno dele. A política republicana ela não pode ser feita a partir do que o prefeito ou a prefeita decide que é bom, ela tem que ser feita a partir ouvindo os especialistas, ouvindo a população. Você tem uma lógica que é da prefeitura. Eu lembro de uma passagem que eu vi o atual prefeito indo numa ocupação para instalar uma caixa de água e vamos deixar claro que as ocupações existem porque nós temos um déficit de 90 mil moradias. Ninguém faz ocupação veicular porque quer. É porque falta moradia, é porque subiu o IPTU, as pessoas não estão conseguindo pagar aluguel. E eu lembro dessa entrevista que o prefeito falou assim, abre aspas, o prefeito não gosta de ocupação, mas o prefeito gosta de vocês, então nós resolvemos colocar água aqui, fecha aspas. Isso é um exemplo de uma lógica monárquica. O prefeito não tem que gostar ou desgostar, ele tem que cumprir a política pública. Não cabe a ele decidir o que deve ou o que não deve ser feito.

Lenise:  A senhora mencionou cultura, eu vou pegar esse gancho só para pensar um pouquinho e saber da sua proposta para uma cultura para a cidade de Curitiba. A senhora falou de uma visão muito elitista, e quando a gente fala em elite, eu acho que nós que estamos aqui, acabamos pertencendo a uma elite cultural, com acesso alguns bens culturais que uma maior parte da população não tem. Qual é a sua proposta para a área de cultura considerando uma cultura periférica, uma cultura genuinamente curitibana e que possa ser acessível a todos?
Andrea:
É isso mesmo, acho que quem tem acesso, quem tem condição de pagar a cultura, que bom que tenha. O poder público existe exatamente para aquelas pessoas que não têm acesso. O que acaba acontecendo? A gente conversando com os artistas aqui? Eles falam, a gente precisa sair de Curitiba para fazer sucesso. A gente volta, a gente é reconhecido. Eu sou curitibana, mas acho que também tem um erro aqui nosso, meio de um complexo, de a gente não valorizar o que é nosso. Essa é a primeira questão, a gente valorizar os nossos artistas locais, que são maravilhosos. Tem muita coisa acontecendo nos bares, nas esquinas, na periferia. Tem uma cultura que é plural, é rica, é a cultura da periferia, é a cultura do centro, é a cultura dos bairros, do samba, é a cultura do fandango, nós temos uma diversidade. Mas a gente acaba ficando aqui com uma lógica da cultura dos grandes eventos. E nesses eventos, de modo geral, quem é privilegiado é o artista que vem de fora. Veja, nós não queremos deixar que os artistas que vêm de fora venham para cá, para os nossos festivais, que são muito bons, o festival de música, o festival de teatro, mas nós temos que ter sim uma política dirigida da prefeitura e aí passa inclusive por uma revitalização da fundação cultural que também está sucateada, que também precisa ter concurso para que todo evento que seja promovido pela prefeitura, mesmo que traga artistas e produtores culturais de fora, você tenha necessariamente uma valorização dos artistas locais. E, além disso, uma descentralização, como você aponta. Tanto para que esses eventos cheguem aos bairros, quanto que os bairros sejam incentivados à sua produção cultural. Ou seja, a ideia da descentralização da cultura, não só do ponto de vista do acesso à cultura, mas também da produção da cultura. Tem muita coisa boa. Um exemplo, por exemplo, que acabou acontecendo aqui de forma espontânea, o pré-carnaval, e ele virou parte da cena, isso é uma coisa genuinamente da cultura local, ele precisa ter incentivo. Mas a prefeitura cria uma série de problemas, ela cria burocracia, parece que os produtores culturais têm que pedir, pelo amor de Deus, por favor, será que dá para a gente produzir cultura? Então, sim, vai ser um incentivo. Cultura é autoestima da cidade. Cultura é também produção. Cultura também é consumo. Cultura movimenta a economia, a cidade. A gente vai ter um grande impacto. E a atual gestão investe menos que 1% na cultura.

Roberta:  Você falou, candidata, sobre o centro estar abandonado, e eu vi no seu plano de governo que propõe a ocupação de imóveis desocupados ali com o aluguel social, entre outras possibilidades, e também a criação de um corredor cultural no centro de Curitiba com incentivo para bares, cafeterias, livrarias, enfim. Exige o entendimento dos urbanistas de que onde há pessoas há mais segurança, porque o centro quanto mais vazio, mais propício a atos de violência. É um ponto de partida para esse plano para o centro, é uma pergunta e a outra. Que incentivo seria esse a dar aos comerciantes?
Andrea Caldas:
Isso, eu tive inclusive na Associação Comercial agora recentemente falando sobre isso, eles gostaram da proposta. A gente que é da cidade olha para esse centro, eu agora estava recentemente com um amigo meu, veio de Santos no partido, nossa como é linda essa cidade, as construções arquitetônicas, mas é isso, as pessoas estão com medo de andar no centro, eu trabalho aqui. No centro, na reitoria, tive um tempo que eu morei no centro e a gente via. Chega no final de semana, é assustador. A cidade fecha. E, ao mesmo tempo, você tem um problema ali com a questão do ruído, da lei do silêncio para os mares e culturas. Então, a gente quer combinar as duas coisas. O centro priorizar, através, inclusive, do incentivo do IPTU, para que se instale nessa área central, bares, cafés, livrarias, que é o que a gente está chamando de um corredor cultural, porque aí a cidade fica aberta com mais tempo e, ao mesmo tempo, a reocupação desses espaços desocupados, desses prédios que estão desocupados. Tem que fazer um levantamento, ver o que é possível ocupar, porque pode ser que alguns estejam condenados, obviamente a gente não vai ser responsável de colocar gente morando em prédio que depois vai demolir, mas tem que fazer um levantamento, porque se o prédio está, inclusive, em vias não pode ser ocupado, tem que se dar uma outra sinalização. E aí sim fazer uma parceria incentivando também uma redução do IPTU para aqueles proprietários que colocarem esses imóveis para aluguéis e aí a ideia de você ter um subsídio da prefeitura para o aluguel social, inclusive isso resolve uma série de problemas de mobilidade, isso é uma tendência que a gente diminuta o espaço, a redução da distância do trabalho e da moradia, então poderiam ser ocupados, porque inclusive trabalha aqui no centro. A ideia é deixar esse centro vivo, bonito, como a gente gosta, como a gente sempre gostou. E sim, para nós esse é o pressuposto da segurança. Segurança precisa de policial, precisa de câmeras, precisa, mas precisa especialmente de gente. Nós mulheres sabemos disso, né? Quando que a gente se sente segura? Quando a gente encontra uma outra mulher caminhando na rua e a gente fala, puxa, agora eu tenho companhia, para caminhar.

Martha: Você tem uma  formação bastante completa, doutorada, professora universitária, mas recentemente você teve um embate com a vereadora Amália Tortato pelas redes sociais, pelo menos foi onde eu vi. A Amália Tortato teria falado a seu respeito num comentário a respeito da terceirização das escolas estaduais e entre outras coisas nessa conversa, você coloca o seguinte: “A senhora com todo o respeito à sua profissão é comissária de voo”, e com isso talvez não estivesse tão qualificada para tratar do assunto educação quanto você que é doutora e professora do Departamento de Educação da Universidade Federal. Isso não pode soar elitista do ponto de vista intelectual?
Andrea Caldas:
Não, inclusive eu falo ali que eu não falo sobre aviação, ela pode ter todo o direito de falar sobre aviação. Eu não falo em um tema que eu não conheço. Hoje em dia, parece que todo mundo, com esses adventos da rede social, todo mundo é especialista em tudo. Eu não acho que isso é elitista, isso é valorizar quem estuda e quem trabalha. E aí, como prefeita, inclusive, o que eu tenho falado? Que nós vamos nos apoiar em quem conhece e quem estuda. Por acaso, esse era um assunto, porque, na verdade, eu estava respondendo a um vídeo que ela fez, dizendo que eu tinha falado sobre a privatização da escola e que eu não entendia nada do assunto. E aí eu disse, olha, só entendo como eu estudo esse assunto. Eu sou professora de gestão da educação. Se ela tivesse falado de saúde, eu não diria isso. Eu diria, eu fui buscar uma pessoa da área de saúde que me explicou isso, que é como a gente tem feito o nosso programa. Não é o achismo da Andrea. E é como eu defendo a gestão. Por que a gente defende uma gestão? Porque a gente começa pela participação da população. E aí você pode me perguntar, ué, mas a população não vai entender sobre os assuntos. E não tem obrigação de entender. Por isso que a gente faz concurso público. A população não tem que resolver os problemas da cidade. Qual que é o papel da população? Apontar qual é o problema da cidade. da cidade. Esse é o primeiro estágio da participação. Ela vai apontar, ela vai dizer tem um problema aqui, tem um problema de evolução, tem um problema, resolvam. É para isso que a gente paga o imposto. E aí quem que a gente vai buscar? A gente vai buscar os especialistas. Então sim, eu defendo fortemente que a gente apoie uma gestão, por isso que eu falo do planejamento, uma gestão ancorada em quem estuda e quem trabalha na área. Foi assim que eu construí, junto com meu partido, esse programa de governo. Nada do que eu falo aqui deixou de ser baseado numa opinião de quem estuda. Inclusive, se você me perguntar que alguma coisa que eu não, esteja no meu plano, que eu não conheço, eu vou ser muito honesta e dizer, eu não conheço, vou estudar, vou procurar quem estuda. Acho que a gente tem que inclusive demarcar. Porque isso, né, Marta, parece que algumas vezes a gente agora tem que pedir desculpas porque a gente estudou e porque a gente conhece o assunto. Não é elitismo, não. É a gente valorizar quem de fato estudou, se preparou para isso. Eu imagino que é o que a população espera também. Quando você procura um médico, você vai procurar um médico especialista naquela área. Quando você vai querer uma educação de qualidade, você espera que aquele professor tenha feito concurso e tenha estudado.

Lenise: O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, o único prefeito do PSOL em capitais brasileiras eleito em 2020, um dos poucos também de esquerda e a baixa aprovação do governo dele, baixíssima por algumas pesquisas, tem sido uma sombra nas candidaturas de alguns prefeitos pelo Brasil, no caso de São Paulo, Guilherme Boulos, essa administração tem sido muito apontada como um sinal de fracasso. Esse é o terceiro mandato desse prefeito, os dois anteriores tinham sido sob a legenda do PT e, portanto, isso teria sido o olhar do de todo o Brasil estaria voltado para esse governo justamente por ser o único do PSOL. O PSOL ainda tem dificuldade de governar, não sabe, falta algo para governar ou a senhora tem outros exemplos que possam ser inspiração para a sua gestão aqui em Curitiba?
Andrea Caldas:
A gente tem, como eu falei, é um partido novo, então nós temos cidades, a maior parte das cidades que a gente tem governado são cidades menores e tem tido bons resultados. O caso de Belém é de fato um caso muito sensível, porque o prefeito Edmilson, embora tenha sido prefeito há muito tempo atrás, ele assume depois, ele pega uma cidade absolutamente devastada, com uma série de problemas, com denúncias com o seu antecessor, inclusive de corrupção, E ele enfrenta ali um problema que foi o que, digamos, que gerou essa maior insatisfação, que foi a questão da licitação do lixo. Então ele se confrontou ali com empresas que controlavam, digamos, essa coleta de lixo e teve um claro boicote, que hoje se evidencia, de inclusive jogar em lixo no meio da rua. O próprio Tribunal de Contas, agora, recentemente, inclusive, a nossa deputada Aline Eduardo estava mostrando, havia uma compra de ônibus elétrico que foi feita, o Tribunal de Contas segurando, então, ele foi, de fato, muito prejudicado, seja pela situação que ele pegou a cidade, atravessou o período de pandemia, Belém é uma cidade mais pobre, com IDH menor, E com uma série de boicotes, isso acabou repercutindo aí na eleição. Acho que ele não teve o tempo para conseguir refazer. É uma pena. Eu gostaria que ele tivesse um segundo mandato. Tenho certeza que no segundo mandato uma série dessas questões já estão em processo de resolução, seja a revitalização da cidade, seja a questão dessa questão da licitação do lixo que foi resolvida, mas ele pegou a pandemia, pegou o governo federal por um tempo aí que não era parceiro e acho que infelizmente parece que isso não vai conseguir chegar em tempo para a população antes dessa mudança eleitoral.

Lenise: Há outras inspirações?
Andrea
: Como eu falei, nesse caso, nesse momento, a gente tem pequenas cidades ali que é o PSOL administra, que tem tido bons resultados. A nossa grande inspiração é a Luísa Erundina, ainda a referência, ela foi do PT, mas hoje é do PSOL, é o modelo de gestão que inspira todos nós.

Roberta Canetti:  Um tema que tem sido muito falado nessa campanha aqui em Curitiba é o problema com a quantidade de pessoas em situação de rua e que puxa um outro problema, que é a questão do não atendimento adequado a pessoas com dependência química, de algo também, transtornos psiquiátricos, que são boa parte das pessoas que estão nessa situação. Eu vi no seu plano de governo que você coloca que a nossa rede de atenção psicossocial, que foi criada lá atrás com a reforma psiquiátrica, ela não foi devidamente implantada na capital e que isso explica a dificuldade que a gente tem hoje no atendimento às pessoas com transtornos mentais. Eu queria que você explicasse o porquê isso aconteceu, como é que você vê isso, porque você afirma que ela não foi devidamente implantada e qual a relação disso, se você faz a relação disso com a quantidade de pessoas vivendo nas ruas hoje em Curitiba.
Andrea Caldas:
 Acho que essa é a área que a gente fez mais, reuniu mais com o pessoal da área de assistência social, vários funcionários da fase, inclusive, que estão ultra sobrecarregados. Eu também fiquei sabendo por conta disso. O SUAS, que é o Sistema Universal de Assistência Social, não foi implantado em Curitiba. O RAPS faz parte disso. Ele não foi implantado. Deveria ter sido implantado. Ele tem toda uma lógica, assim como o SUS, do atendimento do CREAS, do CRAS, do RAPES, ele é toda uma construção. O que acaba acontecendo? Se extinguiram nessa gestão várias secretarias, Secretaria da Mulher e Direitos Humanos do Trabalho, a FAS absorveu todas, sucateada, faz 10 anos também, parece que eu estou falando sempre a mesma coisa, mas é que a gestão faz sempre a mesma coisa. Não tem concurso, tem um número menor, essa gestão está optando pelo terceirizado. Por que a gente fala que o terceirizado não funciona e não funciona especialmente nessas áreas de assistência e saúde? No caso da assistência, você precisa de um trabalho contínuo. Vamos pegar especificamente a população em situação de rua, embora o escopo da área da assistência social não seja só esse. Ela trabalha com toda a pessoa em situação de vulnerabilidade, seja de violência, seja de miséria. Mas vamos pegar a questão da população em situação de rua. Primeiro, nós não temos, de novo, um diagnóstico, que a gente está chamando aqui de sócio territorial, de quem é essa população. Nós temos a ideia de que tem 4 mil que preencheram o cadastro único. Isso não quer dizer que esse seja um número de fato da população em situação de rua. Por quê? Porque muitos, até pela sua condição, não vão preencher o Cade Único. Então a gente estima que pelo menos mais 50%, mas não tem esse dado. Isso a gente acha que. Além do número, nós temos que mapear, isso seria o diagnóstico sócio-territorial, o último que foi feito aqui no Curitiba foi há 10 anos, onde você identifica quais são essas situações. Tem o dependente químico, tem aquele que está ali por conta do álcool, tem aquele que foi expulso de casa, a comunidade LGBTQIA+. Tem aquele que é por conta da miséria, que não tem aonde morar. Para cada um há uma solução específica. Para o caso mais difícil, por exemplo, do caso da dependência química e do álcool, a gente sabe que o trabalho ali é de redução de danos, de persistência, de tentar recompor os laços de dignidade pessoal. A pessoa que vai ficando por muito tempo e ampliou muito o número de pessoas em situação de rua no pós-pandemia, então juntou uma série de fatores. É a miséria social, é a pandemia, é esse aumento mesmo do número de dependentes químicos, que acho que é um fenômeno internacional, infelizmente, o número que a gente vê, muitos jovens, muitas mulheres, As mulheres relatam situações de violência que são terríveis, do tipo de proteção que elas têm que fazer. Às vezes, uma forma para que as pessoas saibam, inclusive, elas defecam para evitar que sejam abusadas. Então, a situação é muito dolorosa. E a gente não vai fazer isso com medida demagógica. Tem muito candidato, de novo, dizendo, vou resolver, vou criar não sei o quê. Não, a gente precisa de um tratamento, um investimento, que é intersetorial, ali a guarda municipal tem que ser formada e capacitada para atuar, a gente tem que ter o educador social, o assistente social, o psicólogo, todo dia ele tem que ir para a rua junto com o consultório de rua, as pessoas vão dizer, mas aí o pessoal não vai querer sair da rua, ela vai querer, mas não é uma coisa do dia para noite e ao mesmo tempo tem que aumentar o número de equipamentos, teve redução de CREA teve redução de crás, teve fechamento dos centros pop. Hoje, vamos supor que a gente acredite que são 4.500 pessoas que estão na rua. O número de vagas que tem nas casas de passagem da FAS é 1.600. Então, mesmo que amanhã a gente bata a palma e diga todo mundo sai da rua, não tem nem para onde ir. Então é um problema muito complexo. A gente já se comprometeu em criar a Secretaria de Assistência Social. Muita gente fala, mas é só mudar o nome. Não é só mudar o nome. é criar a Secretaria de Assistência Social com dotação orçamentária, com concurso, com estrutura e que vai fazer só isso, porque vai ter a Secretaria do Trabalho que vai cuidar do trabalho, vai ter a Secretaria da Mulher de Direitos Humanos que vai cuidar dessas pautas e a área da Assistência Social necessariamente é intersetorial. Há várias dessas questões, por exemplo, em que tem, por essa questão que você fala, ela tem um diálogo com a saúde mental e a gente não tem, não se dialoga o atendimento que se faz, por exemplo, na unidade de dia de saúde com a unidade de dia de assistência. Então, nós temos que criar, inclusive, alguns equipamentos que são híbridos, que conversam. Então, assim, é um longo trabalho, mas dá para ser feito. Eu vou dizer que hoje, apesar da sociedade da educação, depois de ter conversado tanto, seja com ONGs que trabalham com essa população, seja com as assistências sociais e psicólogos que trabalham, é a menina dos meus olhos do programa, com certeza, é a questão da área da assistência social.

Bate-bola com Andrea Caldas

Uma comida de Curitiba? Pierogue
Um clube de futebol de Curitiba? Eu não torço para nenhum, mas meu pai era atleticano fanático.
Uma personalidade pública de Curitiba? Gilda
Curitiba no inverno ou no verão? No inverno. Eu sou uma típica curitibana.
Onde Curitiba é justa e onde não é? Curitiba é justa na riqueza cultural, Curitiba é justa na delicadeza e no cuidado das pessoas e Curitiba não é justa nas políticas públicas.
Esquerda ou direita? Esquerda.
Lula ou Bolsonaro? Lula.
Um nome para o governo do estado em 2026? Ainda não sei.

Como é a Sabatina Bem Paraná

Andrea Caldas foi recebida no Estúdio de Podcast do Bem Paraná. Quem comandou a Sabatina Bem Paraná foi a experiente jornalista Martha Feldens, que também é responsável pelo blog sobre eleições no portal. Na entrevista desta sexta, as jornalistas convidadas foram Lenise Aubrift Klenk e Roberta Canetti.


Veja o calendário da Sabatina Bem Paraná

17/09 Felipe Bombardelli (PCO)

18/09 Luizão (Solidariedade)

19/09 Roberto Requião (Mobiliza)

20/09 Luciano Ducci (PSB)


Sobre as entrevistadoras de Andrea Caldas

Martha Feldens

Jornalista profissional com experiência em jornalismo diário impresso e on-line, com passagens por veículos da imprensa regional e nacional, como Jornal do Brasil, Editora Abril, Gazeta Mercantil e Grupo Band. Atuou também em comunicação governamental e assessoria política. Atualmente, produz o Blog da Martha Feldens, de política, no portal Bem Paraná, e o site de viagens Nuestra América.

Lenise Aubrift Klenk

Professora dos cursos de Comunicação da PUCPR, mestre e doutoranda em Comunicação e Política pela Universidade Federal do Paraná. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Compa, “Comunicação e participação política”. Formada em Jornalismo pela UFPR em 1998, acumula experiência profissional em redações e assessorias de comunicação. Trabalhou no Jornal do Estado (hoje Bem Paraná), Gazeta do Povo, Rádios CBN e BandNews, e tem reportagens publicadas em veículos como O Estado de S. Paulo e UOL. Coordenou equipes de Comunicação na OAB Paraná e Instituto Lactec.

Roberta Canetti

Roberta Canetti é jornalista, cofundadora da Bombai Comunicação e apresentadora da Rádio T. Formada pela PUCPR e graduada também em Direito pela UFPR, trabalhou como repórter (O Globo e Gazeta do Povo), produtora, editora e âncora de rádio (CBN, BandNews e Rádio T) e televisão (Band, RIC, Record News). Coordenou o Departamento de Vídeo da Prefeitura de Curitiba.

Ficha técnica

Coordenação e produção: Josianne Ritz
Produção e redes sociais: Luísa Mainardes
Operação e edição: Evandro Soares e Luísa Mainardes