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Foto: Franklin de Freitas

Com o objetivo de informar o eleitor sobre as candidaturas e propostas para Curitiba, o Bem Paraná realiza até 20 de setembro sabatinas com os dez candidatos a prefeito de Curitiba. Nesta quinta (19), o Bem Paraná entrevistou, ao vivo, às 15 horas, o candidato do Mobiliza, Roberto Requião. O ex-governador criticou o ex-aliado presidente Luis Inácio Lula da Silva, disse temer que “Curitiba vire o Rio de Janeiro no que diz respeito à violência e segregação”. Requião também elogiou o ex-governador Jaime Lerner, seu adversário histórico.

Martha Feldens –  Então, o senhor está fazendo uma campanha de uma forma que é uma novidade para o senhor. O senhor sempre teve um partido estruturado, com boa estrutura, com militância, com espaço de TV, dinheiro e agora está no Mobiliza. Como é que está sendo esse processo?
Roberto Requião
– Eu acho que eu faço uma campanha em cima do que eu já fiz. A prática, Marta, é o critério da verdade. Eu fui prefeito. Então, qualquer coisa que se me pergunte, se eu disser que vou fazer, por exemplo, creches, eu já terei feito. Agora pergunta para um deles. Você vai fazer creches? Eles dizem, não, vou fazer 50 creches. Mas eles estão na prefeitura. Eles não fizeram. O Luciano Ducci foi prefeito. Por dois anos só ele. Foi vice do Beto Richa. E o outro está há oito anos na prefeitura. Como é que eles podem dizer que vão fazer se estão no poder ou estiveram no poder e não fizeram? Então é essa a dificuldade dessa campanha e essa é a minha facilidade. Uma facilidade que vem acompanhada com a falta de comunicação.

Martha – É, porque eu estava fazendo os comparativos de dinheiro que entraram nas campanhas. A sua campanha, o senhor é o maior doador da sua campanha. Tem campanhas de 10 milhões de fundo eleitoral.
Requião –
Hoje eu tive uma notícia, agora há pouco, no almoço, que dois companheiros me doaram um doou 20 e outro doou 10. Eu estou com mais 30.

Martha –  Olha aí, já está aumentando. Mas, enfim, ainda é muita diferença financeira.
Requião –
Não é diferença, 80 mil reais por uma campanha ou 110 mil é praticamente nada perto dos milhões que eles têm. 9 milhões, 7 milhões, 8 milhões. Parece, a impressão que eu tenho, é que eles não querem disputar uma eleição. Eles querem comprar a eleição.

Lenise Aubrift Klenk – Mas, governador, qual seria, no seu entendimento, o melhor sistema para tentar reduzir essas diferenças nas disputas eleitorais?
Requião –
Eu sou autor do Fundo Partidário. Eu e a Vanessa Grazziotin éramos senadores, mas nós queríamos um fundo partidário limitado que fosse distribuído hegemonicamente para todos os candidatos na mesma quantidade. Distorceram na Câmara a nossa proposta. E hoje o partido dá dinheiro para quem quer. Dá uma olhada nos vereadores. Tem vereador de um partido que ganha R$ 500 e o outro ganha R$ 4.000. Porque a direção partidária faz do que quer. E introduziram ainda a possibilidade do sujeito rico poder pôr o seu próprio dinheiro sem limite de investimento. Então isso se distorceu. É um sistema partidário para viabilizar a eleição dos mais ricos e poderosos.

Lenise – O senhor é a favor do financiamento de empresas em campanhas eleitorais, fundo público?
Requião
– Eu fiz um fundo para a cidade acreditar nisso. Era proibido qualquer dinheiro do próprio candidato ou do grupo empresarial. Todo mundo participaria com a mesma quantia de dinheiro e teria acesso ao tempo distribuído pela legislação no rádio e na televisão. Então era uma campanha equitativa. O pessoal trabalharia com as mesmas possibilidades. Mas a bagunça da legislação brasileira acabou com isso. Isso faz com que eu seja hoje candidato, depois de ter sido governador três vezes, senador duas vezes, sem dinheiro e sem tempo. Porque eles me tiraram até os partidos. Eles adquiriram os partidos. O Pimentel parece que tem um bando de partido. Adquiriu como? Compra, venda, adesão espontânea? Mas não é possível. Eu não conseguia um partido para me candidatar porque eu acenava, o pessoal conversava comigo e logo depois o partido era adquirido. É um jogo muito estranho. É o jogo do capital contra a liberdade, a democracia e o interesse popular.

Martha – Isso aconteceu também nos partidos de esquerda?
Requião
– Os de esquerda, no meu caso, foram piores ainda. O grupo do PDT queria que eu fosse candidato. Não deixaram. Não me deixaram entrar no PDT antes, sem saber se eu seria candidato ou não. Então, essa hegemonia aí, o candidato da frente da desesperança, como eu chamo hoje, Ducci (Luciano Ducci), eu não tenho nada pessoalmente contra eles, não é uma briga pessoal. Ele votou a favor do marco temporal, expulsão dos índios brasileiros nas suas aldeias. Ele votou a favor da privatização das praias. Imaginem vocês terem que pagar para tomar um banho no mar. Ele votou a favor do impeachment. O impeachment é que não tinha base legal. Não estou fazendo uma avaliação do governo, mas o impeachment era ilegal, porque não havia um crime cometido. Então, é uma figura da direita. Eu fui prefeito.  Então, você veja. Eu assumi a prefeitura. O transporte coletivo de Curitiba tinha sido montado pelo Jaime Lerner, que era meu adversário político e meu amigo pessoal. O Lerner estava sempre almoçando na minha casa, a gente saia para comer num restaurante. E ele e o Rafael Dely, que era filho do Rabino de Curitiba, principalmente o Rafael, montaram um sistema de transporte. Esse metrô de superfície, com eixos alimentados pelas pontas, bem bolado. Eu olhei aquilo porque o sistema é bacana, mas a tarifa é um absurdo. Eu verifiquei que a planilha de custos era falsificada e eu criei a frota pública e limpei a tarifa da roubalheira. Eu consegui o melhor transporte do Brasil pelo preço mais baixo do país. Quando é que foi feito o último contrato de transporte coletivo? Foi feito pelo Luciano Dulce. Ele assinou o edital e fez a concorrência. E o transporte bom e mais barato do Brasil se transformou no transporte mais caro do país. E todos os benefícios em favor da população que eu criei desapareceram. Como é que isso pode se debater comigo? Não podem debater, de repente eles vão baixar o transporte. Outro disse, domingo será tarifa gratuita. É de mandar prender o cara desse. Se você rouba segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado, domingo você não precisa cobrar. Porque domingo não tem indústria, não tem comércio, cai pra burro no domingo passageiro, mas a população já pagou no abuso dos dias da segunda. Então estão brincando com uma campanha política e isso faz com que não queira um debate. Eu não consigo um debate com eles. A Universidade Federal, a OAB e o plural fizeram um debate lá na sede da Politécnica e eles não queriam que eu fosse, não me convidaram. Porque ele forçou um pouco a barra, uma pressão, eu fui convidado e eles fugiram. Fugiram do debate. Então, é uma falsificação da campanha eleitoral. E, na minha opinião, campanha eleitoral e democracia é debate. Não aquela sujeira de São Paulo. Mas é debate, porque as ideias são discutidas e a população pode saber do que está votando. E eu vejo o seguinte. Eu acho que a prefeitura tem que ser administrada com fraternidade e amor pelas pessoas. Eles são os liderais. Eles querem privatizar tudo e transformar tudo num negócio. O sistema de informática interna da prefeitura, que era um dos melhores do Brasil quando eu fui prefeito, está privatizado. Para trocar lâmpada na rua, eles contrataram uma empresa. A saúde pública está privatizada. Por que que tem 200 mil pessoas, como diz o jornal de vocês aqui, na fila de espera? Outras tantas para fazer uma cirurgia? Porque privatizaram. E se você entrega com custo econômico, com custo de saúde, o que que ele quer? Ele quer dinheiro da empresa. Então ele contrata os médicos mais baratos possível. Alunos de medicina saídos da faculdade sem experiência. e reduz a despesa interna para lucrar. Isso não funciona. A saúde pública é uma função do Estado. O Estado existe para cuidar da saúde, da educação, da mobilidade, da habitação, da população e segurança pública. Eles estão privatizando tudo. É um sistema ao qual eu me oponho. Por isso eu sou candidato. Pretendo ganhar a eleição, mas pretendo, acima de tudo, debater isso, para as pessoas entenderem que o que acontece em Curitiba é o que acontece no mundo hoje, no domínio do capital financeiro. França privatizou a energia. Está estatizando tudo o que não deu certo. Alemanha está estatizando tudo. Portugal, Espanha. Não dá certo você entregar um setor estratégico de economia para um grupo privado. Se você entrega energia para um grupo privado, o grupo quer ganhar dinheiro. Como é que ganha dinheiro? Investe menos, sobe a tarifa para aumentar o lucro. Então, a economia privada perde. A Califórnia, apagou nos Estados Unidos pela privatização. E aí, na França e na Alemanha, não deu certo. Tem que ter um preço barato e um investimento dos bons. Eu entrei na guerra da COPEL. Eu ganhei na França, no tribunal, de Brajunto Popaquim, que era meu companheiro de Estado e hoje é ministro do Supremo, a manutenção da estação de Araucária. de gás na mão do Estado. Há três semanas eles venderam. Nenhum jornal do Paraná noticiou a venda. Quem comprou? Quem comprou, Marta? JBS, time do Lula. Tem cabimento isso?

Roberta Canetti –  Candidato, o senhor ficou por mais de 40 anos no MDB, depois foi para o PT porque considerou que o partido estava muito fisiológico. Ficou pouco no PT, só por dois anos, e saiu também muito insatisfeito com o partido. A pergunta é, como ficou a sua relação com o Lula e com o governo federal?
Requião –
O Lula sempre disse que eu era o cara mais inteligente do Brasil, era o cara que ele mais respeitava na política do país. Agora, eu sou o fundador do PMDB no Paraná. Eu sou o filiado número um. Eu organizei o Partido Comunista. Eu saí do PMDB quando ele deixou de ser um partido e passou a ser um negócio. Você vê, o PMDB votou agora a favor do pedágio. O PMDB votou a favor da venda do Coepl. O PMDB está aprovando a venda da Saneparr porque o BNDES está fazendo isso. O PMDB perdeu completamente a conclusão. Eu saí, porque não me servia mais. Eu entrei no PT porque eu não queria ver o Guedes presidente da República. Porque o Bolsonaro nunca foi presidente. O Bolsonaro era uma espécie de um estandarte do grupo que queria colonizar o Brasil e nos tirar a possibilidade de nos consolidarmos como uma nação. Eu entrei. Mas depois o que foi que eu vi, Roberta? Quem é que fez liberdade no Paraná? Foi o Bolsonaro? O Dilma Rousseff? Não conseguiram fazer. Enfim, foi o Lula. Quem é que apoiou a venda da Copel? O governo federal. Então, eu saí desse grupo porque a frente da esperança se transformou para mim na frente da desesperança. Eu não rompi, eu saí por decepção e acabei entrando num partido pequeno para afazer o que nós estamos fazendo aqui, bater no parque, subir de perspectiva, levantar o nível da discussão política e, provavelmente, se valer tudo o que eu fiz no passado, conseguir ganhar a prefeitura e evitar que ela seja colonizada na mão de meia dúzia de interesses econômicos, transformando a população inteira em consumidores degradados até os seus últimos instintos.

Roberta –  É vantagem ter um bom relacionamento com o governo federal enquanto prefeito. Então, se eleito prefeito, como vai ser esse trânsito depois do rompimento?
Requião
– A república funciona assim. O relacionamento é republicano. Você não precisa ser amigo de um dirigente público. Você tem que exercer o seu cargo, os seus direitos e a relação é a relação da república. Eu me elegi prefeito e não apoiei o Beto Richa. O Beto Richa levou um tombo nas pesquisas de opinião logo no começo. Eu chamei o Beto Richa para uma conversa e disse a ele, o problema teu no momento é saúde pública. Está horrível isso, Beto. Mandei o Estado pagar 11, 10 hospitais, 10 postos de saúde, pequenas clínicas na cidade. Porque o interesse da República é que o povo vá bem. Não é relacionamento pessoal com o mundo anual. Aliás, você tem o Judiciário, você tem o Parlamento, a Câmara de Vereadores, a Assembleia Legislativa, a Câmara Federal e o Senado. Não há esse problema pessoal. Não é um noivado entre o prefeito e o governador, mas é um exercício da capacidade republicana.

Lenise –  Comandantes do poder executivo não respeitam também as normas republicanas. Há muito boicote de governadores contra prefeitos, de presidentes da república contra governos.
Requião
– Mas existem caminhos de relação que independem da boa vontade dos indivíduos deles. É claro que você precisa, com segurança pública e corretiva. Quem criou a guarda municipal? Fui eu. A Guarda Municipal tem que trabalhar em parceria com a Polícia Militar e a Polícia Civil. Isso é absolutamente necessário. A Guarda Municipal hoje não pode ser uma guarda para agredir o Renato Freitas numa praça porque ele é preto e tem o cabelo grande. Não tem cabimento isso. Eu não criei a guarda para isso. A guarda tem que ser preparada. Por exemplo, eu fui governador três vezes. Eu estabeleci que um policial militar teria um salário melhor se frequentasse um curso universitário, preferencialmente de Direitos Humanos. Vinha graduado, aprendia a natureza da sua função, o respeito às pessoas e tinha um salário mais alto. Nós temos que fazer isso também com a Guarda Municipal, treinar a Guarda Municipal e cuidar fundamentalmente das pessoas mais desamparadas.

Martha –  As propostas de transformar a Guarda Municipal numa Polícia Municipal, como tem uma PEC.
Requião  –
Então deixa por conta da PEC. As pessoas que falam nisso não votam no Congresso Nacional.

Martha –  Mas há propostas municipais aqui também, de dois candidatos pelo menos, o Luciano Ducci e o Ney Leprevost. O que o senhor acha?
Requião –
  Eu acho que tem que esperar a votação. Agora veja bem, no mundo inteiro as polícias, inclusive militar, como a Polícia Militar Norte, é subordinada ao prefeito. O Ministério Público é subordinado ao prefeito em Nova Iorque. Mas não é assim no Brasil. Mas a relação é possível e é necessária. Agora o pessoal chuta muito em campanha eleitoral. Eu não faço isso. Eu levo a sério o processo. Eu não digo que é impossível de ser realizado, mas eu digo que eu assumo e baixo a tarifa como baixei no passado. Eu digo que vou fazer acabar a fila das creches para as mulheres poderem trabalhar ajudar na economia doméstica e ter os filhos bem cuidados. Mas não creche alugado. Creche alugado é um negócio. Em um negócio, como no posto de saúde, vão pagar o menos possível os funcionários mais baratos e as nossas crianças vão ficar desamparadas. Na Jovem Pan, eu vi uma entrevista do Luque Pimentel. Vou construir 30 creches e resolvo o problema de 9 mil vagas. Eu quase caí da cadeira que eu estava sentado. 30 creches para 9 mil crianças são creches de 300 pessoas. É campo de concentração. Só faltou ele propor o forno crematório. Não tem nenhum cabimento nisso. Essas pessoas estão brincando com a opinião pública e com os direitos básicos das pessoas.

Lenise-  O senhor se elegeu em 2002 com um slogan muito forte que era relacionado ao pedágio. aqui no Paraná, o Baixa, o Acaba, e agora o senhor também pretende revisar essas tarifas do transporte coletivo aqui de Curitiba, está falando em uma frota pública. Como enfrentar os setores econômicos que a gente sabe tem interesse nesse sistema sem criar uma briga judicial interminável, como também aconteceu aquela vez no Pedágio?
Requião –
Eu contratei dois advogados de direito administrativo dos melhores do país. Eu detonei todos os contratos que existiam na Prefeitura. Peguei a planilha, e reduzi a tarifa e criei a frota pública. A frota pública é o seguinte, eles compram a frota com o dinheiro da passagem. Daí eles depreciam os ônibus e se remuneram na passagem, como se tivesse a propriedade absoluta dos ônibus. E tem um fundo de manutenção que significa a compra de outra frota inteira. Eles ganham duas frotas aí, só nisso. E tem a história do pneu. Lembra que eu comprei um pneu no Macedo por uma fração do preço que estava na família? Comprei um. No guichê, eles compram milhares, tinha que ter a redução da escala. Então, é um roubo conhecido isso. Você me pergunta como é que eu posso fazer, vou fazer o que eu fiz. Eu resolvi isso. Eu sou planejador urbano. Em Curitiba teve o Lerner como planejador urbano e o Roberto Requião. É a minha profissão. E a minha ligação básica é com a população e seus direitos. Eu não sou candidato do Lula, nem do Bolsonaro, nem da Lava Jato, mas muito menos do setor financeiro que explora a prefeitura e a população. Eu sou candidato e a minha política até hoje foi feita em relação às pessoas, na linha do Papa Francisco. Está faltando amor e solidariedade na política, não só do Brasil, mas do mundo.

Martha – Ao encerrar o assunto do transporte, qual seria uma tarifa justa hoje no Brasil?
Requião –
A tarifa justa é que fosse justamente possível. Eu não tenho cálculo da tarifa atual, mas na minha época era o melhor sistema do Brasil e a tarifa mais baixa do país.

Roberta –  Candidato, no seu plano de governo está citado o uso da inteligência artificial, da tecnologia de inteligência artificial em várias áreas ali. Gestão de resíduos, trânsito, a parte de planejamento urbano, via ali também no atendimento ao cidadão, saúde pública. Quando você foi governador, você colocou o softaware livre dentro do governo do Estado, depois foi revogado pela Assembleia.
Requião –
Não foi revogado pela Assembleia, foi revogado pelo governo. O software livre substitui a apropriação de empresas privadas de toda a inteligência do governo. É contra esse sistema que alguém coloca.

Roberta –  Eu queria entender como que vai ser feito isso. Você pretende trazer para dentro da Prefeitura o desenvolvimento desses sistemas de inteligência artificial? Quem vai procurar, se vai procurar software livre de novo?
Requião –
Curitiba, na minha época, foi a capital mundial do software livre. Acabou. Privatizaram tudo. Vou te contar uma história. Eu assumi o governo, porque o governo que antecedeu o meu, estava privatizando a emissão de carteiras de motorista. Então foram lá para mim assinar um documento. Os números não serão esses, a minha memória, eu trouxe tem algum tempo já. Mas vamos lá. 300 milhões de reais para empresa que vai passar a gerenciar a concessão de carteiras de motorista. E foi o que eu fiz. Eu chamei o pessoal da Celepar, que eu tinha nomeado, O que vocês precisam para gerenciar esse sistema? O Amazonas, que trabalhava, inclusive, no governo federal e veio para cá trabalhar comigo. Ele me disse, Requião, quanto é que eles pediram? 300 milhões de reais. Nós precisamos contratar mais um funcionário especialista nessa região. E quanto custa mais um funcionário? Ele me disse 15 mil reais por mês. Numa semana eu substituí os 300 milhões por 15 mil reais por mês e fiz a emissão de carteiras públicas. É isso. Eles querem privatizar, criar um nicho para fazer um negócio, ganhar uma comissão e financiar uma campanha. Essa imoralidade tem que ser vareda da política do Brasil. Não é possível que seja assim.

Roberta – Outra proposta que chamou atenção nessa área diz respeito a um aplicativo público para substituir esses de carona, tipo Uber. Como é que isso funcionaria?
Requião –
Não é nem substituir, é um aplicativo gerenciado pela prefeitura, que tenha o seu custo pago pelo serviço que presta, mas não tenha lucro. Então ele vai aumentar o salário do motorista, baixar o preço para o usuário, para o passageiro. Porque hoje o Uber é porreta. Bacana o Uber. Eu uso o Uber. O lucro do Uber não vai para o motorista, mas vai pra Arábia Saudita e pro Estados Unidos. Tem cabimento isso? Táxi do Brasil, de Curitiba, gera lucro para a Arábia Saudita e para os Estados Unidos. Então, as prefeituras podem fazer isso e existem centenas de tentativas bem-sucedidas no Brasil. Algumas malsucedidas, nem tudo dá certo sempre.

Martha – O senhor sempre foi um grande usuário do Twitter, depois de X. Como é que está se vendo sem a plataforma e qual a sua opinião sobre essa decisão do STF do ministro Alexandre Moraes?
Requião –
Minha opinião é que nós somos uma nação e não podíamos nos subordinar ao Elon Musk. É claro que me aborrece. O meu Twitter tinha 350 mil usuários, companheiros com os quais eu conversava todo dia. Fico triste, mas apoio a decisão do Alexandre Moraes. O país tem soberania e não pode ser subordinado a um grupo que quer plantar ideias e controlar a opinião pública.

Lenise –  E por que o Brasil resiste tanto a regulamentação desse setor das comunicações, principalmente agora as big techs?
Requião –
O Brasil não resiste. Quem resiste é o capital financeiro e os donos dos serviços. Tanto o Brasil não resiste que nós tiramos o Twitter do ar.

Lenise – Toda vez que se discute regulamentação da comunicação, logo se vem uma tentativa de associar isso a censura.
Requião –
  Não, censura é outra coisa. Tem que evitar que o país fique livre dessa gente. Eles querem dominar a opinião pública. Como é que funciona a economia no Brasil? Você vê, eu sou candidato a prefeito. Já viram que não tem uma rádio, uma televisão que me dê cobertura durante a minha vida? Por quê? Eu assumi o governo do Estado e verifiquei que, à época, o governo interior meu gastava 1 bilhão e 600, ou 2 bilhões e 600, não me lembro bem, em comunicação. Eu disse, não, eu não quero isso, isso é um absurdo. Eu vou usar a comunicação quando houver um serviço público, uma vacinação, uma informação que interesse ao pessoal. E eu construí, com esse dinheiro, escolas e hospitais no Estado. E o pessoal dono das redes grandes de comunicação não gosta de mim até hoje por isso. Mas eu fiz o que tinha que ser feito.

Lenise – O senhor não poupou adjetivos para classificar a Lava Jato, aqueles processos que o senhor chamou de esdrúxulos, comparou ao santo ofício da igreja. Passados 10 anos do início daquela operação, daquela investigação, o que o senhor acha que o Brasil aprendeu ou perdeu politicamente a partir do lavajatismo?
Requião –
Primeiro lugar, a corrupção existia e existe. Ninguém pode negar a corrupção dentro da Petrobras. Não era do PT, era de todo mundo. Era um salve-se, quem puder, e um roubo generalizado. E também não nasceu naquela época. A corrupção vinha crescendo na estrutura do poder. Isso tem que acabar. Agora, a Lava Jato se utilizou da corrupção existente no Brasil para prestar um serviço ao capitão norte-americano. Acabar com empresas de construção pesada no Brasil que estavam ganhando concorrência nos Estados Unidos. O aeroporto de Miami foi feito para o de Brest. Estamos ganhando concorrência dentro dos países. E as pessoas queriam acabar com a construção civil pesada brasileira. Queriam acabar com a indústria brasileira. Eles queriam o que? O agronegócio para produzir alimentos com mão de obra pequena, mecanização e sem dar emprego para ninguém. E eles estão fazendo isso até hoje. Então a Lava Jato se valeu isso. Eu me entusiasmei com a Lava Jato. Quem você acha que levou um ouro para o Senado prestar depoimento nas comissões? Fui eu. Eu disse, eles começaram a mexer em ladrões aqui do Paraná que estavam cobertos pelo silêncio da imprensa. Eu achei bacana. Mas de repente eu percebi que não era a corrupção. Aqueles que não deram a enfrenta. Era o fim da industrialização e mexer pesadamente na soberania nacional. Agora, quero lhe dizer uma coisa, a corrupção continua e eu não sou a favor dela. Eu acho que a Lava Jato excedeu todos os limites, desde o jogo da CIA e o FBI norte-americano para favorecer empresas que não eram as nossas, mas, porém, todavia, contudo, a corrupção continua. Eu vejo o nosso governo federal. A Eletrobras está vendida e o Lula não mexe uma palha. Eu entrei com uma ação popular contra a entrega da Eletrobras e quando consultaram o governo federal e a Eletrobras, eles pediram para parar a minha ação. O Lula não queria que eu devolvesse os poderes a ele. A situação não tem sentido algum. Isso que me fez me afastar do PT. Porque não é o PT, mas esse pessoal, em função da possibilidade de emprego, do domínio, da estrutura do país, que oferece possibilidades incríveis para as pessoas, não reclama mais. Perderam a opinião crítica. E quando você vê uma coisa errada, você tem a obrigação ética e moral de denunciar. É o que eu faço hoje. E se ver alguma coisa certa, não me constrange apoiar.

Roberta –  Na introdução do teu plano de governo tem uma carta sua falando sobre Curitiba, colocando aqui a cidade inovadora, a cidade resiliente, chama atenção ali. A gente não tem em Curitiba um plano de mudanças climáticas. Eu queria saber o que você planeja para que Curitiba esteja preparada para o que está por vir, porque a gente sabe que a cada estação os extremos vão ficando cada vez piores, de chuva, de frio, de calor. O que fazer pela cidade para nos preparar para isso?
Requião –
Em Curitiba teve dois profissionais na administração pública e urbana. O Jaime Lerner e o Roberto Requião. Nós fizemos parques incríveis em Curitiba. O maior parque do Brasil, eu fiz na divisa de Tamandaré com Curitiba:  parque Aníbal Cury, para ganhar 80 ou 100 alqueires. Eu fiz o Parque Bacacheri. Eu fiz o Bosque Gutiérrez. Eu fiz a Praça Zumbi. Esses parques não eram só parques. O Barigui, que o Lerner fez, é um lago de contenção das enchentes. O Bacacheri, que eu fiz, também tem a mesma ideia, contenção de enchentes, protegendo a cidade. Eu, no governo do estado, recebi o maior prêmio do mundo pela maior política de reflorestamento do estado do planeta Terra. Então, a minha preocupação é a minha prática. A prática é o critério da verdade. O que adiantaria eu dizer para você que sou a favor se eu não tivesse feito nada? Eu fiz o que era possível, posso continuar fazendo e fazendo mais. Temos que nos preocupar tecnicamente com isso.

Roberta – É interessante que em outras entrevistas e aqui também você tem citado o Lerner, né? A gente sabe que historicamente foi um adversário com muitos embates ao longo da carreira política, mas que de uns tempos para cá você tem elogiado inclusive a gestão dele. Que saldo que ficou para você do Lerner como pessoa pública e como ex-prefeito de coletiva?
Requião –
Faltou na gestão do Lerner, a meu ver, solidariedade e amor pelas pessoas. Ela foi técnica demais, mas ela trouxe inovações incríveis. O que seria de Curitiba sem a Rua XV fechada com a avenida de pedestres? O que seria de Curitiba sem o Parque do Barigui e sem os outros parques? O Lerner fez coisas incríveis, eu fiz também, mas é que nós tínhamos a visão técnica e eu introduzi na visão técnica o amor, a fraternidade e a solidariedade das pessoas. Eu comecei a minha campanha como agora. Eu não tinha dinheiro, o PMDB não existia, era um partido minúsculo. Eu tinha 2% do pessoal. E começamos nos debates. O Lerner tinha 83% de apoio da população. Eu ganhei a eleição. Mas agora eles fogem do debate. Eles não querem dizer porque são candidatos.

Roberta –  O Greca também já esteve ao seu lado e como adversário político? Que avaliação você faz dessa última gestão dele e você enxerga pontos positivos como agora também enxerga nas gestões do Lerner?
Requião –
Olha, o Greca, como eu e você, tem qualidade e defeitos. Eu tenho e você também. O Greca, quando ele perdeu a eleição para deputado, ele estava perdido. Ia voltar para o Ippuc, onde ele era funcionário. E seria massacrado Ele perdeu a eleição, tinha mudado de lado político. Eu botei o Greca no meu gabinete, no Senado, me ajudando. Uma ideia que o Greca me deu foi o salário mínimo das domésticas. E eu fiz a lei junto com a Vanessa Grazziotin e as domésticas hoje têm salário mínimo no Brasil. Então tem qualidades também. O Greca cuidou do centro da cidade. Mas o Greca é um cara que diz o seguinte, eu não gosto de pobre. Entra um pobre no meu carro e eu vomito. Você é errado em considerar que isso não é exatamente o que se espera de um administrador público. Mas ele cuidou do centro da cidade e abandonou a periferia. O abandono da periferia, onde não tem creche, não tem hospital imediato, não tem segurança pública, a saúde não funciona, a educação é precária, marginaliza a periferia e nós acabamos um Rio de Janeiro. O Rio é a cidade mais bonita do mundo. Não tem nada igual ao Rio de Janeiro. A natureza é fantástica, mas todas as administrações cuidados dos bairros mais ricos abandonaram a periferia da cidade. Sem saúde, sem segurança, sem escola, sem emprego. E esse pessoal marginalizado acabou aderindo em boa parte à marginalização e às milícias. Milícias do Bolsonaro, daqueles picaretas todos. Hoje, você vai tomar um banho de mar em Copacabana, você pode ser assaltada por um marginal com uma faca. Marginal porque não teve emprego, não teve educação, não teve escola, porque o Estado não estava na sua área. Eu não quero que isso aconteça com Curitiba. É o que esses meninos querem. Como é que eles podem falar em solidariedade, amor, em escola, em creche? Como é que eles podem falar nisso se eles estão na prefeitura e não fizeram nada?

Lenise –  E Curitiba está seguindo esse caminho da segregação, da marginalização?
Requião –
Está seguindo a galope e pode se transformar no Rio de Janeiro. Está seguindo a galope pelo desprezo absoluto pelos bairros. É tão fácil resolver isso. Claro que nós temos que cuidar do centro. O pessoal que mora mais longe não vê a presença do Estado. Procura um posto de saúde. Dizem para esperar uma consulta de seis meses, um ano, um ano e meio. Vai fazer uma cirurgia, tem que esperar um ano. Não tem cabimento isso para a população. Se veja, por exemplo, por que eu quero escolas integrais? A classe média pode colocar o filho em uma escola privada. Não gostou da escola pública? Tem uma escola privada que tem fama, tem boa qualidade? Vai lá, põe. Pode pagar. Agora, o pessoal da periferia não tem dinheiro para pagar uma escola privada. E perto da casa deles não tem escola privada porque eles não têm dinheiro para pagar. Não tem clientela. Então, se a escola pública não for a melhor possível, integral fundamentalmente. Os filhos dele não vão ter condição de competir na vida com os outros. E você vai viabilizando uma separação de condições na sociedade. Não pode ser assim. E eles são assim. O que adianta? Eles que estiveram e estão no poder dizerem que agora. Repetem o meu discurso, eu já vi o pessoal aí que fala, eu sou candidato porque eu quero a solidariedade, o amor, palavras que eu usei. Mas eles têm a televisão para usar, eu não tenho. Me parecem macaquinhos, discípulos meus tentando disputar uma eleição com teses que não são as deles e as quais eles não se submetem.

Martha-  Já que o senhor falou dos seus índices lá na eleição para a prefeitura em 1985, vamos falar dos índices agora, das pesquisas. Na Quest RPC, divulgada essa semana, o senhor aparece com 8% e na IRG-RIC 9,5%. Ainda dá para chegar?
Requião –
 Escuta, minha filha, na RPC da semana passada, eu era o primeiro lugar empatado com o Dudu Pimentel. Como é que pode cair 10 pontos em alguns dias? Você não acha que está estranho? Quem é que financia essas pesquisas? Você já ouviu falar na Genial Quest? Você sabe o que é o Banco Genial? O banco que viabilizou a privatização da Copel. Portanto, eles querem ver o Requião fora do segundo turno. Porque no segundo turno, acabou essa história de dizer que eu não tenho televisão, que eles não batem papo comigo, eles vão ter que conversar. E conversando, vocês estão vendo que eles não têm como responder. Eu estou tentando salvar Curitiba da mão dessa gente. Salvar Curitiba da exploração de pequenos grupos de capital que sacrificam a população em favor do dinheiro que querem ganhar. Por isso que eu estou nessa luta.

Martha – Mas não indo para o segundo turno, o que o senhor apoiaria?
Requião –
Você não quer que eu vá apoiar o sacrifício dos índios? Você não quer que eu vá apoiar a privatização das praias? Que tal você ter que pagar a entrada no Parque do Barigui amanhã? Eu não vou apoiar essa gente.

Martha – Isso significa que ele não vai apoiar o Ducci?
Requião –
Não, eu estou jogando para ganhar a eleição e para esclarecer a população da cidade.

Lenise-  Pois é, governador, eu até quero fazer uma pergunta relacionada a isso. O seu papel, o senhor falou várias vezes sobre participar do debate, usar esse espaço como um espaço para debater a cidade. O senhor completou 83 anos, é isso?
Requião –
Só tenho mais 40 anos de vida útil. Eu entrei na política pensando em ajudar a mudar o mundo, combater as injustiças, a exploração dos dinheiros valendo mais que as pessoas, esta loucura que existe no planeta Terra. E vejam esse avanço agora na política brasileira. É o avanço do ministro da Fazenda, do Guedes, com o Bolsonaro, que está sendo repetido pelo governo Lula. Isso é uma impropriedade absoluta, vim para essa luta, eu era presidente do parlamento europeu latino-americano. Você sabe o que é o parlamento europeu latino-americano? É um conjunto de 45 países, eu era o presidente do parlamento de 45 países. Eu vi a desgraça que aconteceu na Alemanha, eu vi o fim da Grécia, deixou de ser um país, foi liquidada pelo capital financeiro. Eu vi o que acontecia com a França. Mas eu vim aqui para participar de uma política que evitasse que isso avançasse mais no Brasil ainda. E fiquei triste e decepcionado quando vi que a tal Frente da Esperança não tem um ministro progressista. É o pessoal de direita repetindo o que o Guedes faria. Como é que eu posso ficar contente quando o Banco Central, que tem quatro nomeados pelo Lula e o Lula reclamando do juro, vota a favor do aumento da taxa Selic? É evidente que isso não me agrada. A minha decepção é grande. Então, eu continuo na militância. Agora, isso só pode mudar quando o nível de consciência da população modificar. Ora, hoje é muito difícil. A imprensa está absolutamente dominada. Se abre a Globo, ela só fala a favor do capital. E quando o Lula toma uma medida um pouquinho mais progressista, ela leva uma pancada.

Bate-bola

Um lugar de Curitiba – O Parque do Barigui, a minha casa.

Uma comida de Curitiba – Sei lá, eu não sou muito vidrado em comida.  Família Calicetti

Um clube de futebol de Curitiba – Eu não sou muito do futebol, mas a minha família fundou o Athletico. O Athletico tem 27 fundadores, dois são Requião e um é Mello Silva, que era meu avô.

Um artista de Curitiba – Não me vem na cabeça nenhum.

Um personalidade pública de Curitiba? Veja bem, Marta, eu acho que isso não tem muito cabimento. Personalidades existem às dezenas, você não pode escolher uma, é melhor que a outra. É como o troféu dos artistas de cinema, quem é que pode dizer que um é melhor que o outro? Para quem, como?

Onde Curitiba é justa e onde não é? Curitiba, onde é justa? Ela não é justa na distribuição de renda, ela não é justa nos investimentos públicos da prefeitura. Ela é justa porque as pessoas são pessoas urbanizadas, não é uma cidade de bandidos. Mas ela é extremamente injusta, por exemplo, quando enchem um ônibus de moradores de rua e jogam na fronteira com Santa Catarina. quando bota às seis horas da manhã, no dia mais frio do ano, com chuva, a polícia para tirar o pessoal do ocupação Tiradentes, esses dois, sem verificar a possibilidade de locação dessa gente. Isso é canalhice, não é justiça. Como é que se o pessoal diz que ama uma cidade, tem horror das pessoas, não cuidam dos desamparados, e é tão fácil resolver isso? Basta querer.

Esquerda ou direita – Isso se refere à Revolução Francesa. O pessoal ligado ao capital francês sentava na direita e o pessoal que protestava contra os nomes do dinheiro sentava na esquerda. Então eu diria que desse modo a esquerda é o amor, a solidariedade e a direita é a usurpação, a prepotência, o comando econômico e o poder.

Lula ou Bolsonaro? Eu prefiro o Brasil. Um nome para o Governo do Estado em 2026? Eu prefiro um projeto para o Governo do Estado em 2026. Um nome, eu sei lá quantos vão surgir. Está bom. Eu, jovem ainda como sou, posso disputar.

Perfil de Roberto Requião

Roberto Requião nasceu em 5 de março de 1941, em Curitiba. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, cursou Urbanismo pela Fundação Getúlio Vargas. Foi Deputado Estadual (1983-85), Prefeito de Curitiba (1986-89), Governador do Estado do Paraná (1991-95), Senador da República (1995-2002), Governador do Paraná (2003-2007) e eleito novamente Governador para mandato até 1º de janeiro de 2011. Foi senador da República novamente entre 2011 e 2019. Após 40 anos filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Requião deixou o partido em julho de 2021. Foi candidato ao governo em 2022 pelo PT, mas não se elegeu. Em março de 2024 saiu do PT e se filiou ao Mobiliza.

Como é a Sabatina Bem Paraná

O candidato Roberto Requião é recebido no Estúdio de Podcast do Bem Paraná. Quem comanda a Sabatina Bem Paraná é a experiente jornalista Martha Feldens, que também é responsável pelo blog sobre eleições no portal. Na entrevista de hoje, as jornalistas convidadas são Lenise Aubrift Klenk e Roberta Canetti.

Cada sabatina dura 40 minutos e transmitida ao vivo pelo You Tube do Estúdio Bem Paraná, no Facebook , e Instagram do Bem Paraná.

Saiba como os outros candidatos foram na Sabatina Bem Paraná

Veja o calendário da Sabatina Bem Paraná

20/09 Luciano Ducci (PSB)

Sobre as entrevistadoras de Roberto Requião

Martha Feldens

Jornalista profissional com experiência em jornalismo diário impresso e on-line, com passagens por veículos da imprensa regional e nacional, como Jornal do Brasil, Editora Abril, Gazeta Mercantil e Grupo Band. Atuou também em comunicação governamental e assessoria política. Atualmente, produz o Blog da Martha Feldens, de política, no portal Bem Paraná, e o site de viagens Nuestra América.


Lenise Aubrift Klenk

Professora dos cursos de Comunicação da PUCPR, mestre e doutoranda em Comunicação e Política pela Universidade Federal do Paraná. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Compa, “Comunicação e participação política”. Formada em Jornalismo pela UFPR em 1998, acumula experiência profissional em redações e assessorias de comunicação. Trabalhou no Jornal do Estado (hoje Bem Paraná), Gazeta do Povo, Rádios CBN e BandNews, e tem reportagens publicadas em veículos como O Estado de S. Paulo e UOL. Coordenou equipes de Comunicação na OAB Paraná e Instituto Lactec.

Roberta Canetti

Roberta Canetti é jornalista, cofundadora da Bombai Comunicação e apresentadora da Rádio T. Formada pela PUCPR e graduada também em Direito pela UFPR, trabalhou como repórter (O Globo e Gazeta do Povo), produtora, editora e âncora de rádio (CBN, BandNews e Rádio T) e televisão (Band, RIC, Record News). Coordenou o Departamento de Vídeo da Prefeitura de Curitiba.

Ficha técnica

Coordenação e produção: Josianne Ritz
Produção e redes sociais: Luísa Mainardes
Operação e edição: Evandro Soares e Luísa Mainardes