O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçou nesta segunda-feira, 14, que a instituição, que vai presidir a partir de janeiro, segue dependente de dados e reativa, em função das surpresas econômicas. Ao elencar os elementos que levaram o BC a uma posição mais conservadora, Galípolo citou o hiato positivo, o mercado de trabalho apertado, as surpresas com o crescimento econômico e o real mais desvalorizado. “Tudo isso a gente elencou, e estamos olhando, mas no fim do dia, dada a volatilidade, estamos dependentes de dados e mais reativos”, disse o diretor ao responder a uma pergunta sobre a taxa terminal do ciclo de alta dos juros.

Galípolo participou nesta segunda do Macro Vision, evento do Itaú BBA, logo após a entrevista dada no mesmo fórum pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O diretor de política monetária disse que transparência, de modo a eliminar interpretações erradas sobre as decisões do BC, é um dos principais desafios. “Parte do ruído sobre BC e política monetária se deve a alguma opacidade na comunicação.”

Mais uma vez, ele defendeu que o BC não tenha voto na fixação da meta de inflação no Conselho Monetário Nacional (CMN). Lembrou que, em mais de um ano no Comitê de Política Monetária (Copom), já votou favorável à manutenção, redução e elevação dos juros.

Ao falar sobre inovação, uma marca do presidente atual do BC, Roberto Campos Neto, Galípolo observou que esta frente de trabalho, após mostrar atrito maior em seu início, atingiu um grau de maturidade, sendo hoje uma agenda de parceria com quem faz a intermediação financeira, ou seja, os bancos. “Vocês conhecem as dores do cliente. O BC quer ser não só um parceiro, mas também escutar as soluções possíveis para as dores”, declarou Galípolo durante o evento do Itaú BBA.