Apesar de o setor de saúde responder por 10% do Produto Interno Bruto (PIB), o desenvolvimento da área requer que o País consiga reverter o déficit de US$ 10 bilhões na balança comercial no setor de fármacos e biofármacos.

A afirmação é do diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Luis Gordon, um dos palestrantes do Summit Saúde e Bem-Estar do Estadão, que ocorre nesta segunda, 14, em São Paulo. “Queremos uma indústria de fármacos inovadora. Vamos inovar em genérico, mas também em tecnologias disruptivas.”

De acordo com Gordon, esse movimento já tem acontecido. Nos últimos dois anos, diz, o setor da saúde foi o que mais buscou investimentos dentro da agenda de inovação do BNDES. “Foram R$ 6 bilhões, o maior financiamento da história do BNDES no setor.”

O objetivo é o apoio a uma indústria “mais digital, mais inovadora e mais verde, que use a diversidade brasileira para desenvolver novos fármacos”. Um movimento que abarca também hospitais, serviços de saúde e a indústria de máquinas e equipamentos.

Gordon citou três estratégias do BNDES já direcionadas ao segmento. Uma delas é o Fornecedores SUS, que consiste em crédito associado a uma meta de fornecimento ao SUS de dispositivos para saúde produzidos no País. “É um sistema ágil e desburocratizado, com financiamento rápido.”

No início de 2025, também está previsto o lançamento de um fundo para as chamadas deep techs, que são startups baseadas em investigação científica. “Esse nicho hoje adquiriu maturidade.”

Por fim, o BNDES será agente financeiro do Fundo de Investimento (Fiis), instrumento que vai financiar equipamentos e serviços nas áreas de educação básica, saúde e segurança pública.

“A saúde está no centro da economia do futuro. Por isso, queremos cada vez mais um setor mais forte e competitivo, e isso é o papel do BNDES”, finalizou.