A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, reforçou o coro para a necessidade de os governos conduzirem reformas fiscais e se preparar para um futuro choque, a exemplo da covid-19. “Os governos devem trabalhar para reduzir a dívida e reconstruir amortecedores para o próximo choque – que certamente virá, e talvez mais cedo do que esperamos”, alertou ela, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, na próxima semana, em Washington DC, nos Estados Unidos.

Segundo Georgieva, o ajuste fiscal envolverá escolhas difíceis. “Aqui está o problema: a contenção fiscal nunca é popular. E, como mostra um novo artigo da equipe do FMI, está ficando cada vez mais difícil”, disse.

Análise feita pelo Fundo junto a uma ampla amostra de países mostra que o discurso político favorece cada vez mais a expansão fiscal. “Até mesmo os partidos políticos tradicionalmente conservadores em termos fiscais estão desenvolvendo um gosto por tomar emprestado para gastar”, destacou Georgieva.

A diretora-gerente do FMI admitiu que as reformas fiscais não são “fáceis, mas são necessárias e podem aumentar a inclusão e a oportunidade”. “Em última análise, no médio prazo, o crescimento é fundamental para gerar empregos, receitas fiscais, espaço fiscal e sustentabilidade da dívida”, concluiu.