sericicultura
Os pesquisadores do Laboratório de Melhoramento Genético de Bicho-da-Seda, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Foto: Divulgação UEM

Mulheres que atuam com a sericicultura têm até o dia 14 de novembro para se inscrever no Concurso Seda Paraná, promovido pelo governo do Estado. A iniciativa é organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e a Prefeitura de Nova Esperança. Serão selecionadas as melhores produtoras de fio de seda do Paraná e as duas sericicultoras que tiverem a maior produção e a melhor qualidade ganharão uma viagem para a França, onde vão participar do Festival da Seda, em Lyon.

Qualquer mulher, com mais de 18 anos e que esteja à frente da gestão da propriedade, pode participar do Concurso Seda Paraná. As inscrições podem ser feitas nos municípios onde há entrepostos de empresas que recebem casulos ou nos escritórios do IDR-Paraná. Após apresentar a documentação e preencher um formulário virtual, a produtora tem o compromisso de inserir, mensalmente, as notas que confirmam o volume de venda de casulos e o teor de seda. A partir daí os extensionistas do IDR-Paraná fazem o lançamento das informações em uma planilha que vai levantar as maiores produções. Uma comissão técnica vai analisar a produção e apontar as vencedoras. O desempenho das sericicultoras será avaliado até 30 de maio de 2025. A cerimônia de premiação ocorrerá em agosto do próximo ano e a viagem em novembro de 2025.

O Paraná é líder nacional na sericicultura, produzindo 86% da seda do Brasil, seguido por São Paulo (10%) e Mato Grosso (4%). Grande parte dessa produção tem origem em propriedades familiares, onde a sericicultura é uma forma de diversificar a produção, e as mulheres são parte importante dessa cadeia produtiva. De acordo com Gianna Maria Cirio, gerente da Câmara Técnica do Complexo de Seda do Paraná, a criação do bicho da seda é uma atividade minuciosa que exige a observação regular do plantel, cuidados com o manejo e alimentação. Para ela, são atividades que as mulheres vêm desempenhando com muita competência.

O fio de seda paranaense é exportado para a França, Itália, Japão, Índia e China. No ano passado a sericicultura rendeu R$ 39,2 milhões, com a produção de 1,4 mil toneladas, de acordo com dados preliminares do Departamento de Economia Rural (Deral). O município de Nova Esperança, considerado capital nacional da seda, lidera a produção com 138,8 toneladas de casulos produzidos, em 277,6 hectares, que geraram um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 4,1 milhões no ano passado. Dos 399 municípios paranaenses, 153 atuam com a sericicultura. A atividade envolve cerca de 1,3 mil produtores no Estado.

MISSÃO NA ÍNDIA – O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), firmou parceria com a Associação da Seda da Índia (Silk Association of India – SAI) para apoio no desenvolvimento da cadeia da sericicultura no Paraná. As tratativas foram realizadas no último dia 15 de outubro durante missão da Seab para a Índia para conhecer a experiência milenar nessa que é uma das mais importantes atividades agropecuárias do país asiático. A SAI é uma organização não governamental sediada em Bangalore, que tem entre seus objetivos o desenvolvimento da indústria da seda, a prestação de serviços de consultoria e treinamento, o apoio tecnológico e o estabelecimento de laços e parcerias com governos e organizações que trabalham com essa cadeia dentro e fora da Índia.

A comitiva liderada pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, também visitou o Instituto Tecnológico de Pesquisa da Seda (CSTRI), do Ministério de Têxteis da Índia, e a Central Silk Board, estatal dedicada a pesquisas, desenvolvimento e transferência de tecnologia.