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Eduardo Pimentel e Cristina Graeml

O último debate na TV antes da eleição do segundo turno em Curitiba, na RPC, foi marcado por troca de farpas entre os candidatos a prefeito de Curitiba, além de muitas perguntas sem respostas. O encontro aconteceu na noite desta sexta (25) e teve como mediador o jornalista Wilson Soler.

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O candidato Eduardo Pimentel (PSD) apontou diversas vezes a falta de propostas e o desconhecimento da adversária sobre a cidade. Também citou a ficha “suja” do candidato a vice Jairo Filho. Ele criticou a recusa da adversária em responder sobre ter se vacinado e ser uma das porta-vozes antivacina e a falta de fontes confiáveis das suas informações sobre creches na cidade.

Cristina Graeml (PMB), por sua vez, insistiu no voto feminino por ser mulher e por ser candidata contra o sistema, além de criticar a atual administração da Prefeitura de Curitiba, da qual Eduardo Pimentel é vice-prefeito.

Cristina usou o nome da mãe do adversário e da mulher dele. Também disse que ele tinha problema de “cognição”. Eduardo pediu mais de uma vez respeito à candidata.

O custo da passagem de ônibus também elevou os ânimos dos candidatos. Eduardo perguntou sobre a proposta de Cristina de cobrança por quilômetro rodado. Apesar de ela dizer que o assunto é uma “fake News”, tem repetido a mesma proposta em diversas entrevistas que também está no seu plano de governo.

Os dois também reclamaram dos ataques principalmente nas redes sociais.

Primeiro bloco do debate da RPC em Curitiba: “Não traga a memória da minha saudosa mãe”, diz Pimentel

No primeiro bloco do debate, houve bate-boca, acusações, perguntas sem resposta e Cristina Graeml (PMB) se colocando na posição de vítima. “O que as mulheres da sua família fariam se estivessem no meu lugar, sendo tão atacada”, foi uma das perguntas da candidata a Eduardo Pimentel (PSD). O candidato só respondeu quando Cristina citou Isabel, a mãe dele, morta em 2016. “Não traga a memória da minha saudosa mãe”, disse.

Cristina foi a primeira a falar e citou a família e amigos. “Os últimos dias foram muito difíceis. Pela primeira vez na história de Curitiba, temos uma mulher no segundo turno. Mas infelizmente, nunca uma mulher foi tão atacada. Nós queremos mudança. Todas as máquinas contra uma mulher”, disse ela. “Agradeço também ao presidente Bolsonaro”, disse Cristina, que viu manifestação do ex-presidente a seu favor.

Eduardo Pimentel (PSD) também agradeceu. “Chegou a hora de escolher entre quem tem melhor condição de administrar a cidade. Eu quero me dedicar às propostas”, disse ele. Pimentel fez um rápido balanço de áreas como a saúde e perguntou sobre propostas de saúde para a região sul da cidade. Cristina respondeu que vai fazer uma UPA na região norte e que não vê a cidade fragmentada. Ela falou também sobre os médicos e profissionais que estariam descontentes de trabalhar na prefeitura.

Pimentel respondeu que fará uma UPA na região norte e mais uma UPA no Rebouças. E o Hospital do Bairro Novo. “Curitiba tem 50 mil médicos e nenhum serve, trouxe a doutora Raíssa Soares, conhecida como Doutora Cloroquina, e anunciou como sua secretária de saúde”, disse Pimentel a Cristina. Ele voltou a cobrar de Cristina a questão da vacina. Cristina disse que não iria responder. E insinuou que Pimentel foi treinado a perguntar aquilo. “Não vai responder por que, candidata. A senhora não acha que o curitibano merece saber disso?”

O bate-boca se instalou de vez: “Você usou 80% do seu tempo de campanha para me atacar? O que sua mãe, Isabel, se estivesse viva diria disso?”, questionou a candidata. Pimentel voltou à questão da vacina. “Não traga a memória da minha saudosa mãe”, completou ele.

Pimentel entrou no assunto da sustentabilidade ambiental e perguntou sobre sua opinião a respeito das cooperativas de sustentabilidade. Cristina então perguntou o que a esposa de Eduardo Pimentel, Paula, acha dos ataques feitos “a uma mulher”. Pimentel rebateu dizendo que sofreu ataques da campanha da candidata e disse que temeu pela família dele. “Como as mulheres de sua família reagiriam se fossem elas que estivessem no meu lugar?”, insistiu ela.

Segundo bloco do debate: Cristina critica coligação de Pimentel, mas recusa falar sobre vacina

No segundo bloco na RPC, o detalhamento de propostas começou a ser mais explorado pelos candidatos. Mas sem deixar de lado as acusações. No debate da RPC, Eduardo Pimentel insistiu que Cristina Graeml explicasse sobre obras em saúde que irá fazer caso seja eleita. Mas ela não detalhou, apenas que faria o necessário dentro do orçamento.

Cristina disse que o prefeito gerencia equipe técnica e cobrou de Pimentel sobre os sete partidos que o apoiam e que, segundo ela, irão cobrar seu espaço na nova gestão. Pimentel rebateu dizendo que ela não tem qualquer evidência de que ele deve alguma coisa para esses partidos.

Na vez de Pimentel escolher o tema, ele escolheu vacinação contra a Covid. “Eu queria lhe dar mais uma oportunidade para explicar por que a senhora se disse vacinada e falou contra a vacinação”. Cristina o acusou de estar mentindo. Disse que questionou a vacinação com base nas bulas das próprias vacinas. Mas que, como prefeita, vai seguir a determinação do governo federal sobre a questão da vacinação. Cristina disse que iria encerrar o assunto.

Em seguida, ela cobrou a existência de uma longa fila para consultas e exames no serviço de saúde do município. Pimentel respondeu o que pretende fazer na área. Cristina disse que vai contratar clínicas particulares para atender quem está na fila à espera de atendimento. Pimentel ainda insistiu que Cristina não sabe qual o orçamento da saúde para o ano que vem.

Passagem de ônibus domina o debate no terceiro bloco

No terceiro bloco do debate na RPC, com tema livre, Eduardo Pimentel, perguntou porque Cristina, que usa o fato de ser mulher para se vitimizar, não tem nenhuma política voltada às mulheres. Cristina retrucou que não faz divisão ideológica. E emendou a pergunta sobre creches, que segundo disse tem uma fila de mais de 10 mil crianças à espera de vagas. Pimentel negou e pediu que ela dissesse de onde tirou a informação. Cristina mudou de assunto e falou de passagem de ônibus.

Como o assunto do preço da passagem voltou, Pimentel disse que foi a própria Cristina que falou que iria adotar a cobrança por quilômetro rodado. Cristina o acusou de estar cometendo crime eleitoral, ao insistir no assunto, que, segundo ela, foi proibido pela Justiça Eleitoral. E garantiu que a passagem será de no máximo R$ 5,75. E disse que no seu plano de governo fala de um estudo para adotar o pagamento por quilômetro rodado.

Pimentel quis saber da candidata quanto iria custar a adoção desse sistema de cobrança. Cristina de novo não respondeu a pergunta e disse apenas que irá tirar 4% de taxa que vai para a Urbs para conseguir a redução. E disse que “o candidato parece estar com problemas de cognição”. “A senhora me respeite”, respondeu Pimentel.

“Ela não sabe o que compõe o preço da passagem, não conhece a tarifa social”, disse ainda Pimentel. E disse que para esse sistema seriam necessários R$ 800 milhões. Cristina então citou a possibilidade de criar um sistema de cashback para os usuários do transporte coletivo.

Passagem de ônibus domina o terceiro bloco

No quarto bloco do debate na RPC, Eduardo Pimentel fez a primeira pergunta e escolheu o tema dos pets. Citou o que a prefeitura fez e disse que viu no plano de governo de Cristina que o tema não é contemplado e quis saber por quê. Cristina Graeml mais uma vez não respondeu. Pimentel então citou um novo hospital veterinário e outros serviços voltados a animais de estimação e também a animais silvestres.

Pimentel cobrou “respeito” da candidata, que de novo nesse bloco se referiu a ele com alguém com problema cognitivo. E cobrou de uma informação que o programa eleitoral de Cristina trouxe sobre uma cunhada sua. “Minha família é ficha limpa”, disse Pimentel, citando ele próprio, seu irmão, seu pai e seu avô.

Na sua vez de perguntar, Cristina quis saber “por que a prefeitura” instalou tantos radares. Pimentel disse que nos últimos anos, foram acrescentados apenas três novos radares. A candidata rebateu e citou diferentes limites de velocidade como “pegadinha” para arrecadar. “Primeiro dia de governo para de ser multado por 50km e 30km na cidade”, disse ela. E cobrou o uso de verbas das multas na educação para o trânsito. “Não havia essa indústria da multa em Curitiba, de 50Km por hora, 30Km por hora”, continuou.

“Quem não tem proposta agride, acusa”, rebateu o candidato do PSD. E aproveitou para responder às várias falas de Cristina sobre ele ter “sido preparado” para o debate. “Eu estou há oito anos me preparando”, disse Pimentel.

Cristina então insistiu em saber para onde vão os recursos das multas. E disse que para Obras existem outras fontes. Pimentel aproveitou para perguntar a ela se sabe de onde vêm os recursos para obras. Ela insistiu nas multas e gastou todo seu tempo.