Uma pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou quais são as ligações rodoviárias mais ‘esquecidas’ do Brasil, ou seja, que apresentam as piores condições de pavimento, geometria da via, sinalização e estado geral. E dois trechos que cortam o Paraná aparecem na infâme lista, que analisou 109 ligações rodoviárias avaliadas anualmente pela CNT entre 2004 e 2017 para chegar à lista das 15 rodovias mais esquecidas do país.
O primeiro deles, em terceiro lugar entre os que apresentam piores condições em todo o país, é responsável por fazer a ligação entre os municípios de Barracão, no Sudoeste paranaense, e Cascavel, na região Oeste do estado.
Com uma extensão de 231 quilômetros, ao longo da qual recebe diversos nomes (BR-163, PR-163/BR-163, PR-182/BR-163, PR-582/BR-163), o trecho referido recebeu 95,7% de avaliações negativas (percentual de regular, ruim ou péssimo)
Já no quarto lugar do ranking nacional apareceu o trecho entre Dourados (MS) e Cascavel, no Oeste paranaense, responsável por fazer a conexão entre a mesorregião Sul Fronteira do Mato Grosso do Sul e o Oeste do Paraná. Denominada de BR-163, PR-467/BR-467 ao longo de seus 418 km de extensão, o trecho havia recebido 82,4% de avaliações negativas no último estudo da CNT, com especial destaque para a geometria da via (que recebeu 94,1% de avaliações regular, ruim ou péssimo).
De acordo com o presidente da CNT, Clésio Andrade, para que tais problemas sejam superados é preciso investimentos em infraestrutura. O quadro apresentado pela CNT é dramático, pois demonstra a incapacidade do Estado de promover a melhoria das rodovias brasileiras, o que leva a perpetuação das deficiências na infraestrutura de transporte, reclama.
Ainda segundo Andrade, as más condições das rodovias se devem ao baixo nível de investimento do governo federal. Apesar de a maior parte dos recursos, 67,9% ser aportado especificamente nas ligações, ser destinada a ações de manutenção, o volume de recursos é insuficiente..
A CNT calcula que sejam necessários R$ 5,80 bilhões apenas para solucionar os principais problemas identificados nessas rodovias. Ou seja, para recuperar apenas as piores Ligações rodoviárias do país, é necessário destinar a essas ações prioritárias o equivalente a 69,7% do recurso autorizado pelo governo federal para intervenções rodoviárias em 2017.

Veja as 15 piores ligações rodoviárias entre 2004 e 2017
Açailândia (MA) – Miranda do Norte (MA)
Araguaína (TO) – Picos (PI)
Barracão (PR) – Cascavel (PR)
Dourados (MS) – Cascavel (PR)
Florianópolis (SC) – Lages (SC)
Governador Valadares (MG) – João Neiva (ES)
Jataí (GO) – Piranhas (GO)
Maceió (AL) – Salgueiro (PE)
Manaus (AM) – Boa Vista (RR) – Pacaraima (RR)
Marabá (PA) – Dom Eliseu (PA)
Marabá (PA) – Wanderlândia (TO)
Poços de Caldas (MG) – Lorena (SP)
Porto Velho (RO) – Rio Branco (AC)
Rio Brilhante (MS) – Porto Murtinho (MS)
Salvador (BA) – Paulo Afonso (BA)