Franklin de Freitas – Lula: primeira visita desde 2019

Diante da ameaça de protestos e a possibilidade de confrontos, a Polícia Militar do Paraná está fazendo um plano de segurança para a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Curitiba nesta sexta-feira (18). Será a primeira vez que o petista volta à capital paranaense desde 8 de novembro de 2019, quando foi solto após ficar 580 dias preso na Superintendência da Polícia Federal do Paraná. A Justiça arquivou todas as 24 acusações contra o ex-presidente.

“Está sendo estruturado o plano de segurança, o qual compreende as proximidades do local do evento e pontos da cidade apurados como de potenciais conflitos”, disse a PM em nota encaminhada à redação do Bem Paraná na tarde de ontem. Há informações que grupos bolsonaristas preparam protestos pela cidade. O diretório do PT no Paraná também estruturou um esquema de segurança próprio para escoltar Lula durante eventos que acontecerão neste fim de semana nas cidades de Curitiba e Londrina.

Lula, que é pré-candidato a presidente, vem a Curitiba para evento de filiação do ex-governador Roberto Requião ao PT, que vai acontecer a partir das 18 horas no ExpoUnimed, no Campo Comprido. Requião entra no PT para concorrer ao governo Paraná, depois ter deixado o MDB após mais de 30 anos de militância.

“Nós precisamos fazer um grande movimento contra a extrema-direita no Brasil e o Requião é a pessoa mais preparada no Paraná para vencer essa batalha conosco. É só assim que a gente vai conseguir resgatar o país e o Paraná para o nosso povo novamente”, disse Lula. A presidenta do PT também saudou a chegada de Requião ao partido. “Eu tenho muito apreço e muito respeito pelo o que ele significa não só pelo Paraná, mas por todo o Brasil. Juntos faremos um grande movimento contra a extrema-direita”, afirmou Gleisi.

MST
O ex-governador afirmou que o Brasil chegou no limite do tolerável. “Analisando a conjuntura, eu não tenho dúvidas: o caminho é a frente organizada pelo PT”, disse Requião.

Neste sábado (19), Lula irá a Londrina visitar o assentamento Eli Vive, do MST, acompanhado de Requião, da presidenta nacional do PT, a paranaense Gleisi Hoffmann, e dos dirigentes nacionais do MST João Pedro Stédile e João Paulo Rodrigues. Ocupadas em 2009, as terras que deram origem ao assentamento foram adquiridas pelo Incra em agosto de 2010, no segundo mandato de Lula.

Com 501 famílias, o Eli Vive é considerado a maior área de Reforma Agrária em região metropolitana do Brasil e tem sua matriz produtiva baseada na agroecologia. Em lotes de oito e dez hectares, as famílias produzem para subsistência e comercialização, por meio de uma cooperativa e diretamente em feiras livres, além de supermercados e Ceasa de Londrina. Entre os produtos, leite, hortaliças, café, frutas e grãos, como milho e feijão.