Para quem atende em saúde, o alcoolismo é quase como uma bola de neve que acaba sobrecarregando o sistema. É que não apenas o dependente terá, fatalmente, de buscar ajuda em algum momento, mas também seus familiares. Nessa queda, notamos que é muito comum quem está mais perto, geralmente a mãe ou a esposa, acabar indo junto. Ela fica sem dormir, sem comer, e é moralmente afetada. É um círculo vicioso, afirma o médico Hamilton Wagner.

Nos anos 1990, inclusive, Wagner relata que foi feito um estudo sobre o assunto. O resultado: de cada quatro pacientes crônicos (que frequentam o serviço de saúde intensamente), um tem algum alcoolista na família. Então das pessoas que têm muita necessidade tem de usar serviço de saúde, é muito comum que tenha alguém que bebe por trás da família, explica.