Os bons ventos ajudaram e os brasileiros mostraram que não era à toa o favoritismo que tinham nas competições de vela do Pan-Americano. Com ventos de 12 a 16 nós nas raias montadas perto da Marina da Glória, no Rio, os velejadores nacionais venceram 13 das 26 regatas disputadas nesta quinta-feira e já lideram quatro classes: hobbie cat, snipe, J-24 e RS:X.

Na classe Laser, o maior nome do esporte no Brasil, Robert Scheidt, também se recuperou. O octacampeão mundial, bicampeão olímpico e vice-líder da Laser no Pan já havia dito que não vinha tendo sorte no Pan-Americano. Faltava o seu dia. E ele ocorreu nesta quinta-feira, quando o brasileiro, depois de quatro dias de competição, venceu duas regatas e, com mais uma quinta colocação, entrou definitivamente na briga pela medalha de ouro na classe Laser.

Após as provas desta quinta, o tricampeão pan-americano chegou a 17 pontos perdidos e está atrás somente do norte-americano Andrew Campbell, com 14. O argentino Julio Alsogaray caiu para terceiro, agora com 19 pontos perdidos.

“Finalmente consegui mostrar poder de reação. Fiz duas boas regatas, mas o Campbell velejou muito bem novamente e conseguiu uma vitória, um segundo e um quarto lugar. Pelo menos, agora, dependo somente dos meus resultados para ser campeão”, analisou Scheidt.

Scheidt disputou oito provas desde segunda-feira e acumula duas vitórias, um segundo, três terceiros e um quarto lugar e descarta a quinta posição desta quinta-feira. Nesta sexta serão realizadas mais duas regatas e, no sábado, a Regata da Medalha, com pontuação dobrada e com a participação apenas dos cinco mais bem classificados na água.

Ricardo Winicki, o Bimba, venceu uma regata e assumiu a liderança da RS:X. “Agora é só abrir vantagem para o quarto colocado e chegar à medal race, no sábado”, disse o velejador. Com 12 pontos perdidos, ele lidera a competição à frente do mexicano David Teran, com 16.

Únicos brasileiros líderes desde o primeiro dia, Bernardo Arndt e Bruno Oliveira, da hobie cat, têm 11 pontos perdidos contra 20 dos guatemaltecos Juan Ignácio Maegli e Cristina Guirola.

Na J-24, Maurício Santa Cruz, Alexandre Saldanha, João Carlos Jordão e Daniel Santiago voltaram à liderança. Nesta quinta, eles venceram uma regata e foram a 10 pontos perdidos, contra 11 dos argentinos. Nas outras duas regatas, Santa Cruz e sua tripulação marcaram um segundo e um quarto lugar. Jordão, contundido, vem tendo dificuldade nas provas.

O barco nacional que compete na classe Snipe também teve seu dia de recuperação. “Saímos de quatro pontos atrás para dois na frente”, completa Alexandre Paradeda, parceiro de Pedro Tinoco.

Em segundo lugar em suas classes, além de Scheidt, na Laser, estão Patrícia Castro, na prancha, e Cláudio Bieckarck, Gunnar Ficker e Marcelo Silvaos, na Lightining.