O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse nesse domingo (3) que o programa de retomada das comunidades, através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), não sofrerá descontinuidade, como teme parte da população.

Em entrevista no quartel-general da Polícia Militar, onde fez um balanço da  ocupação do conjunto de favelas do Caju e da Barreira do Vasco, após uma operação deflagrada ainda de madrugada que envolveu 1.400 homens das forças estadual e federal, Beltrame disse que  o programa [UPP] não vai parar, a polícia não vai sair e, se houver necessidade, haverá aumento de efetivo.

Beltrame reafirmou que o projeto das UPPs é fruto de planejamento maior, que não visa apenas grandes eventos esportivos ou religiosos. Não estamos fazendo um projeto para Olimpíadas, Encontro Mundial da Juventude, Copa do Mundo ou Copa das Confederações. É um projeto para o cidadão fluminense. Preparar esta cidade para um evento não significa encher de polícia, fazer um evento maravilhoso, e na segunda-feira a polícia vai embora e fica o cidadão viúvo de segurança.

O secretário reconheceu que ainda existem focos de resistência dos criminosos em algumas localidades pacificadas, mas disse que isso já era esperado. Tiroteio nas UPPs podem acontecer, estão acontecendo e poderão continuar acontecendo. Não temos garantia nenhuma de que alguém, em um lugar desses, não tenha uma arma de fogo e não tente fazer alguma coisa contra a polícia. Interesses estão sendo constrangidos e provocados. E obviamente seria uma ingenuidade dizer que essas pessoas vão virar as costas e largar isso na mão da polícia.

Beltrame não quis precisar quando haverá a ocupação do restante do Complexo da Maré, região vizinha às favelas do Caju e da Barreira do Vasco, mas disse que é só uma questão de tempo. Ele disse também que, até 2014, chegarão à Niterói e à Baixada Fluminense as primeiras UPPs, até agora restritas à capital.