O crescimento recente do País fez explodir a procura por engenheiros e valorizou, novamente, uma das profissões mais antigas do mundo. Em tempos de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), faltam engenheiros para as obras de infra-estrutura, mineração e na indústria do petróleo, sem contar o boom da construção civil residencial.


O otimismo do mercado começou neste ano a se refletir em grandes vestibulares; aumentou a procura para os cursos nas universidades. Bem ao contrário dos últimos 30 anos, quando a engenharia desabou em meio à estagnação econômica brasileira. Engenheiros tornaram-se economistas ou administradores.


Apesar do aumento de quase 40% se comparado à 2003, há consenso nas entidades de classe de que o Brasil precisaria formar hoje 50 mil engenheiros por ano. Na Coréia do Sul, exemplo de país que tem crescido em inovação tecnológica, 80 mil concluem os cursos de engenharia todo ano. A população local é de 49 milhões de habitantes, um quarto da brasileira. Na China, são 400 mil engenheiros formados por ano; na Índia, 250 mil. Mesmo assim, faltam profissionais no mundo todo, garantem especialistas.


Para o presidente da Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo, o País não teve visão estratégica para preparar mão de obra para o desenvolvimento econômico. Existem 495. 581 engenheiros registrados no Brasil hoje, mas nem todos trabalham na área. E já cresce o número de profissionais estrangeiros; são 6 mil atualmente. “Temos 6 engenheiros para cada mil pessoas economicamente ativas. Na Europa e Ásia, o número varia de 18 a 28.”


Hoje são 2 milhões de trabalhadores na construção civil brasileira, um recorde. Mas as entidades de construçõa civil afirmam que não faltam só engenheiros. Há também necessidade de mais mestres-de-obras e todo tipo de técnico.