A inadimplência dos consumidores brasileiros apresentou em junho a segunda alta consecutiva em relação ao mesmo mês de 2009, ao subir 5,2%, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, divulgado hoje. Desde outubro de 2009, o indicador apresentava queda na comparação anual, um movimento que foi invertido a partir de maio. Em relação ao mês anterior, a inadimplência do consumidor apresentou avanço de 1,1% em junho.

De acordo com os especialistas da Serasa, o crescimento do endividamento do consumidor e o bom desempenho das vendas – sobretudo por causa dos Dias das Mães e dos Namorados e da Copa do Mundo – foram os fatores que influenciaram a alta da inadimplência. O consumo para aproveitar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras e tanquinhos) e móveis também explica a maior dificuldade de honrar os compromissos.

Para a Serasa Experian, esse endividamento e a continuidade do aperto monetário promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) com a alta dos juros básicos da economia (Selic) devem promover novos aumentos da inadimplência nos próximos meses. No entanto, para os economistas, os resultados da inadimplência ainda estão longe de recorde histórico e, mesmo com as possíveis altas, sob controle.

Segundo os dados compilados pelo indicador, houve alta de 7% na inadimplência com cartões de crédito e financeiras em junho em relação a maio, além de aumento de 0,6% nas dívidas com bancos. Em compensação, os protestos caíram 4,5% de maio para junho, enquanto a inadimplência com cheques recuou 8,9% no mesmo período.

Semestre – No acumulado do primeiro semestre do ano ante o mesmo período de 2009, porém, a inadimplência apresentou um recuo de 2,3%, a maior queda para esta comparação desde o início do indicador, em 2000. Na primeira metade de 2010, o valor médio das dívidas com os bancos ficou em R$ 1.335,17, uma baixa de 0,4% na comparação com o mesmo período de 2009. Já o valor médio dos compromissos financeiros com cheques subiu 41,9% no período de janeiro a junho de 2010, a R$ 1.227,82. As dívidas com títulos protestados ficaram em R$ 1.156,29, em média, no primeiro semestre deste ano (alta de 6,4%), enquanto as dívidas médias com cartões de crédito e financeiras somaram R$ 385,50 no período (alta de 1,8%).