Caso a Assembléia Legislativa autorize a criação de mais 182 cargos de confiança na Secretaria de Estado da Saúde (SESA), os comissionados — contratados sem concurso público. em geral por indicação política ou apadrinhamento — no governo Roberto Requião (PMDB) já se aproximariam de 4 mil. Informações do próprio Executivo dão conta de que, atualmente, estão abrigados no governo do Paraná 3.676 funcionários em comissão, que representariam um custo mensal superior a R$ 7,5 milhões. Os números contrastam com a bandeira de transparência e lisura tantas vezes levantada pelo próprio governador Roberto Requião e outros integrantes de sua administração. Cargos comissionados demais significam contratações questionáveis demais, o que acaba colocando uma gestão na berlinda.
Desta vez, o deputado Reni Pereira (PSB) — relator do projeto encaminhado pelo governador à Assembléia Legislativa prevendo a criação de 182 cargos comissionados na Secretaria de Estado da Saúde (SESA) — promete apresentar um substitutivo geral na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) determinando que os novos postos sejam preenchidos por servidores de carreira. Uma iniciativa válida, mas é preciso discutir mais estas nomeações para cargos comissionados. Deve-se exigir providências e reforçar a fiscalização para que não se tornem um cabide para amigos, parentes e indicados com competência questionável. Não há meia-transparência. Ou ela existe, ou não existe.