Única mulher na disputa pelo cargo mais importante do Estado, a candidata do PRTB ao governo do Paraná, Ana Lúcia Pires, entrou para a militância política aos 18 anos, quando se filiou ao antigo MDB. Filha do proprietário do principal mercado na cidade de Arapongas, Ana Lúcia tinha contato com muitos políticos e aos 19 anos foi convidada para participar da Juventude do PMDB e do diretório feminino. Entre 1994 e 1996 foi secretária municipal do Trabalho e Ação Social de Arapongas. Em 1997, se elegeu vereadora e quatro anos mais tarde foi reeleita com 2,5 mil votos, a maior votação de um vereador na história do município. Depois de quase 20 anos de PMDB, se filiou ao PRTB em 2004.

Jornal do Estado — Depois de dois mandatos no Legislativo, por que só agora decidiu concorrer a um cargo no Executivo?

Ana Lúcia Pire — Recebi o convite do partido e resolvi aceitar o desafio. Sempre considerei muito importante a participação das mulheres na política, então resolvi dar o exemplo. Se não for eleita, quero ajudar de alguma forma no próximo governo.

JE — A senhora acredita que sua experiência como vereadora de Arapongas lhe credenciam para governar o Paraná?

Ana Lúcia
— Tenho uma experiência com administração pública. Como secretaria municipal do Trabalho, estive em permanete contato com as questões do Executivo. Caso seja eleita, vou adquirir experiência junto com a população. Sempre me falavam que eu nunca tinha sido vereadora. Pois fui eleita e realizei meu trabalho com muita dedicação. Além disso, tenho aprendido muito com a campanha.

JE — Como enfrentar as dificuldades de fazer uma campanha com poucos recursos e tempo escasso no horário eleitoral gratuito?

Ana Lúcia
— Tenho recebido algumas doações de amigos que acreditam em mim. De fato, minha campanha é modesta.

JE — Qual sua avaliação do atual governo do estado?

Ana Lúcia
— É um governo que fez muito. Tenho andado pelo Paraná e visto os programas sociais. Principalmente, a distribuição de leite e o ensino profissionalizante. O que é bom tem que ter continuidade. Várias cidades já têm centros especializados de tratamento da saúde da mulher. Quero ampliar este serviço.

JE – Se eleita, pretende tomar alguma providência para acabar com o nepotismo?

Ana Lúcia
— Nunca tive ninguém da minha família trabalhando comigo. Nem quando fui vereadora por oito anos. Naquela época, tinha irmã desempregada e não a contratei. Muitas vezes as pessoas da família acabam fazendo um bom trabalho. Mas, pretendo encaminhar um projeto para a Assembléia para acabar com o nepotismo.

JE — Como analisa as acusações de que, na verdade, a senhora estaria trabalhando para o candidato à reeleição?

Ana Lúcia
— Estou trabalhando para mim. Mas, o que está sendo bem feito tem que continuar. Quando as coisas vão mal, o povo é quem paga. Houveram avanços, mas ainda há muito para fazer.  Estou agindo com coerência. Não podemos fazer apenas críticas, temos que reconhecer os avanços. Sempre fui vereadora de oposição e nunca fiquei fazendo críticas infundadas.