Sessenta e três municípios paranaenses jamais tiveram registro de apreensão de crack. Pelo menos durante o período de funcionamento do serviço Narcodenúncia 181, em agosto de 2003. Desde a implantação do telefone de denúncias, esses 63 municípios nunca tiveram denúncias sobre a droga. Não quer dizer que não exista o consumo. Até porque, o Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína, conforme resultado de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgado ontem.
Os municípios que não constam no mapa de ocorrências do Narcodenúncia 181 são na maioria pequenos e geralmente pacatos, o que explicaria, em parte, a falta de denúncias de maior vulto. Exemplo de Cândido de Abreu, Rosário do Ivai, Rio Branco do Ivaí, para citar alguns que aparecem nas estatísticas sem nenhuma ocorrência ao longo destes anos — até o final de julho deste ano, conforme a página do serviço 181.
Na mesma linha, 55 municípios também não tiveram registro de apreensão de maconha, a maioria neste item combinam com a ausência de casos relacionados ao crack. Já quando a droga é a cocaína, quase a metade dos municípioa paranaenses não aparecem no mapa com apreensões, o que mostra que, em tese, a maconha seja mais popular e a cocaína a droga que circula mais restrita aos grandes centros.
A página do 181 atualiza diariamente a quantidade de drogas apreendidas pelas polícias no Estado. Até ontem, a quantidade de cocaína retirada de circulação neste ano era de 82 quilos, bem menos que os 246 quilos pegos em todo o ano passado. O crack também tem média de apreensão menor que em 2011. Neste ano já foram apreendidas 918 mil pedras, ante as mais de 2,7 milhões no ano passado. Já a maconha tem 19,5 toneladas apreendidas em 2012 e deve no mínimo repetir o resultado de 2011, que chegou a 25 toneladas pegas.
O Narcodenúncia recebe denúncias contra todo tipo de droga, e também de outros crimes, mas a divulgação das quantidades apreendidas fica restritas apenas àquelas de maior expressão, que é o caso da cocaína, do crack e da maconha. Também é possível verificar um mapa de ocorrências e de prisões efetuadas ao longo destes mais de nove anos desde que foi criado o serviço.
