Ansiedade exagerada pode levar criança à depressão

No Congresso Brasileiro de Pediatria, médica esclarece sobre estados de preocupação que podem ser motivados por grande quantidade de deveres

Redação Bem Paraná com assessoria

Prolongar estados de ansiedade exagerada em crianças pode facilitar, posteriormente, o desenvolvimento de doenças como depressão, síndrome do pânico e transtorno bipolar diz a Dra. Haydée França Gomes Vieira, médica que participou do 36º Congresso Brasileiro de Pediatria, em que o laboratório Boiron também esteve presente. O excesso de obrigações e os ambientes competitivos criados pela sociedade geram na criança um alto nível de ansiedade. Esse fenômeno pode causar medo, dores pelo corpo, preocupação com acontecimentos futuros, sudorese e fome fora do normal.

 Hoje os pais forçam as crianças a executarem o maior número de tarefas em um curto período de tempo. Esse tipo de comportamento pode estimular um comportamento ansioso, em que a criança está sempre em estado de alerta para a próxima atividade. Esse ciclo é alimentado pelos pais que reforçam o estresse da situação, explica a pediatra.

Segundo a médica, é preciso que a criança tenha um tempo para descansar e se envolver com atividades de forma natural, sem forçar seu comprometimento com tarefas que alimentem um quadro crônico de ansiedade. A pressão social para que ela tenha seu comportamento padronizado e massificado passa a ser um sério agravante na manifestação do estado ansioso, o que pode ocasionar um baixo rendimento escolar, pelo atropelamento de ideias, falta de discernimento quanto a eventos futuros e desigualdade de relacionamento interpessoal.  Censurar exageradamente a criança sem deixá-la se expressar livremente ou fazê-la seguir convenções de maneira muito rígida podem torná-la um bomba-relógio de ansiedade. É sempre importante motivá-la e esclarecer os porquês quando estiver ao alcance, diz a médica.

O tratamento desse tipo de estado pode ser realizado através de terapias de relaxamento e medicação homeopática, o que para a criança pode ser uma boa alternativa. O medicamento homeopático costuma apresentar ótimo resultado em muitos pacientes e sua fórmula raramente apresenta efeitos colaterais, lembra Dra. Haydée. Mas a médica esclarece que, a depender do caso, os medicamentos alopáticos podem também ser necessários.  Somente é importante não prescrever medicamentos sem que haja antes um diagnóstico apurado, baseado numa análise global do caso clínico.