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Preta Gil fala sobre câncer e tratamento (foto: reprodução / Instagram Preta Gil)

Recentemente, Preta Gil comunicou que retomou seu tratamento oncológico devido à recidiva de seu câncer, identificado em múltiplos focos: dois linfonodos acometidos, metástase no peritônio e lesão no ureter. Situações como essa destacam a necessidade de uma abordagem individualizada e multidisciplinar para o tratamento.

Quando o câncer recidiva, significa que a doença voltou após um período de remissão. No caso de Preta Gil, segundo um vídeo que ela mesma postou, a recidiva ocorreu com acometimento de linfonodos, metástase no peritônio e uma lesão no ureter, indicando uma disseminação da doença além do local de origem.

Para entender um pouco mais sobre o assunto, o Dr. Luís Felipe Matiusso de Souza, oncologista clínico e responsável técnico do IOP – Instituto de Oncologia do Paraná, fala a respeito com base no que foi divulgado pela cantora. “A recidiva do câncer, infelizmente, é uma realidade que pode ocorrer em alguns casos durante o tratamento oncológico ou após um período de remissão. A proporção de recidivas varia de acordo com o tipo de câncer, o estágio da doença no momento do diagnóstico inicial, a resposta ao tratamento, entre outros fatores. Alguns tipos de câncer apresentam taxas de recidiva mais altas devido à sua natureza agressiva ou por serem diagnosticados em estágios avançados. É importante que os pacientes compreendam que o risco de recidiva faz parte do tratamento oncológico e que, quando ocorre, devemos adotar uma abordagem multidisciplinar e personalizada. No Instituto de Oncologia do Paraná, focamos em uma avaliação contínua e adaptamos os planos de tratamento para atender às necessidades específicas de cada paciente, buscando sempre oferecer o melhor cuidado possível e explorar todas as opções terapêuticas disponíveis.”

A presença de câncer nos linfonodos é um indicativo de que as células cancerígenas estão se movendo pelo sistema linfático. Essa disseminação pode aumentar o risco de que o câncer se espalhe ainda mais pelo corpo e talvez, por isso, a equipe multidisciplinar da cantora decidiu por agir de imediato.

A metástase no peritônio afeta a membrana que reveste a maioria dos órgãos abdominais. Esta condição pode comprometer a função abdominal e está associada a um prognóstico mais desafiador, demandando uma abordagem terapêutica rigorosa e especializada.

A lesão no ureter sugere que o câncer pode estar invadindo ou comprimindo esse tubo, que conecta os rins à bexiga. Isso pode resultar em problemas urinários, incluindo obstruções e infecções, que requerem manejo específico e cuidadoso.

Abordagem terapêutica e suporte ao paciente

O manejo de um câncer com recidiva e múltiplos focos como esse exige uma avaliação detalhada da condição geral do paciente, levando em consideração a resposta a tratamentos anteriores e à qualidade de vida atual. As opções de tratamento podem incluir:

Quimioterapia sistêmica: Utilizada para atacar células cancerígenas em todo o corpo.

Terapias alvo e imunoterapia: Tratamentos que atacam células cancerígenas específicas ou ajudam o sistema imunológico a combater o câncer.

Metastasectomia: em casos selecionados, em pacientes com baixo volume de doença, está indicada a ressecção cirúrgica de metástases para melhor controle da doença.

Cirurgia paliativa: Indicada para aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida, sem necessariamente curar a doença.

Cada uma dessas opções deve ser discutida detalhadamente com o paciente e sua família, considerando os objetivos do tratamento, que podem variar de controle da doença a cuidados paliativos.

Em alguns casos, pode ser recomendável a inclusão do paciente em ensaios clínicos, que oferecem acesso a novos tratamentos ainda em fase de pesquisa, mas que podem mostrar-se promissores. Isso pode ser uma opção viável para pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.

No Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), nosso compromisso é proporcionar uma abordagem compassiva e centrada no paciente, respeitando seus desejos e garantindo que receba cuidados de suporte adequados, incluindo o manejo da dor e suporte psicológico. A recidiva do câncer é um desafio complexo, mas com uma equipe multidisciplinar e um plano de tratamento bem estruturado, buscamos sempre o melhor para nossos pacientes. “No IOP, estamos comprometidos com a excelência no cuidado oncológico, oferecendo suporte integral a nossos pacientes e suas famílias em todas as etapas do tratamento”, conclui.

*Importante dizer que Dr Luís usa como base o que seria um procedimento padrão dentro da literatura oncológica e não focando apenas no tratamento da cantora, uma vez que não faz parte da equipe multidisciplinar responsável pelo caso.