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Marcello Casal/Abr

A quarta-feira (3) foi marcada pela “pane” no Whatsapp, no Instagram e no Facebook. No Twitter, a queda das redes sociais foi ao Trending Topics rapidamente. Vários internautas demonstraram o pavor de ficar sem as redes. Você também ficou apavorado? Será que você sofre de nomofobia? Muitos devem desconhecer o significado de nomofobia, mesmo convivendo com ela diariamente. Essa palavra significa o medo irracional de ficar sem o seu celular ou ser impedido de usá-lo por algum motivo, como ausência de conexão à internet ou bateria fraca.

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade McGill de Montreal, no Canadá, em parceria com a plataforma de descontos online CupomValido.com.br, o Brasil fica atrás apenas da Malásia, Arábia Saudita e China no ranking global de viciados em smartphones Segundo estudo da Universidade do Missouri, a ausência do celular provoca ansiedade e angústia, o que pode ser notado por meio do aumento considerável dos batimentos cardíacos e da pressão sanguínea.

Apesar de ainda não ser oficialmente considerada um transtorno mental, a dependência em aparelhos celulares já é conhecida como nomofobia, que vem de “no mobile phone phobia”. O problema é característico de pessoas que se sentem incapazes de viver sem, a cada minuto, consultar o celular para checar as redes sociais e as últimas notícias. 

Segundo Lala Fonseca, psicóloga e especialista em burnout e ansiedade, a fobia é causada pela praticidade do acesso à internet, pela quantidade de recursos oferecidos e pela portabilidade, ou seja, algo que pode acompanhar o tempo todo. Nesse sentido, existe um vício na sensação de não estar perdendo nada, além da dopamina liberada ao receber curtidas, respostas e mensagens das pessoas que estão distantes.

Como identificar a nomofobia?

Segundo Lala, um dos principais sinais em pacientes com quadro de nomofobia é a necessidade de estarem conectados 24 horas por dia. Ficar sem sinal pode indicar uma possível crise, em que a pessoa se sente angustiada por não estar ciente do que está acontecendo no mundo. 

Quando fora de casa, o paciente está sempre com baterias, carregadores e aparelhos extra, para não correr o risco de se desconectar. Além disso, a nomofobia provoca a diminuição da produtividade, devido às distrações causadas por mensagens ou atualizações do universo digital. 

Outros comportamentos também podem se manifestar, tais como:

Acordar no meio da noite para ver notificações;

Sentir um desconforto acentuado em não ver e-mail, mensagens instantâneas e rede social por 15 minutos ou mais;

Dormir com o celular embaixo do travesseiro; 

Incapacidade de ir ao banheiro sem levar o telefone. 

Quais os sintomas da nomofobia? 

Além da total dependência dos aparelhos móveis, pacientes com nomofobia apresentam sintomas físicos e emocionais. Entre eles, estão:

Suor nas extremidades;

Taquicardia

Falta de ar ;

Tontura;

Tremores

Enjoos;

Dor no peito;

Dor de cabeça

Já os sintomas emocionais incluem:

Medo;

Paralisação;

Angústia e ansiedade acentuadas;

Irritabilidade;

Tristeza;

Isolamento;

Pensamentos catastróficos;

Solidão;

Depressão

Diagnóstico da nomofobia

O diagnóstico da síndrome deve ser realizado por um psiquiatra, que analisará os critérios relacionados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) para identificar as causas e sua relação com outras questões do paciente, como autoestima, timidez e fobia social — além de quadros como depressão e ansiedade. 

Como é feito o tratamento 

O tratamento de nomofobia é feito através da terapia comportamental, tanto por meio de questionamentos em relação ao uso do celular quanto trabalhando o motivo pelo qual é confortável interagir digitalmente. Casos mais severos de nomofobia, em que o problema evolui para depressão e crises de ansiedade mais graves, o médico pode receitar o uso de medicamentos. A automedicação não é indicada.  

Veja como evitar a nomofobia

Há várias alternativas para não ficar refém desse problema. Uma delas é fazer diversas atividades, como praticar esportes, caminhar e assistir a um bom filme no cinema com familiares ou amigos.

Também é importante equilibrar o tempo entre o smartphone e as interações sociais. Procure usar o WhatsApp de forma moderada para dar mais atenção aos que estão à sua volta.

Outra recomendação é fixar horários para utilizar o celular e outros dispositivos eletrônicos (tablet, computador etc.). Reforçando que o ideal é deixar o smartphone em outro lugar da residência na hora de dormir.

É importante reconhecer que celulares, tablets e as novas tecnologias facilitam nossas vidas e nos permitem trabalhar com mais eficiência. Mas devemos utilizar os recursos eletrônicos com bom senso para não afetar a nossa qualidade de vida. A nomofobia é um problema sério que necessita ser tratado com bastante atenção e com o suporte de um psicólogo.