Um produto paranaense ganhou destaque nacional nesta semana. O mel escuro produzido em União da Vitória, no sul do Paraná, foi um dos destaques nacional no Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024 – Mel, evento promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A Venturin Apicultura foi eleita com o 4º melhor mel escuro brasileiro. O concurso contemplou 10 produtos em duas categorias – mel claro e mel escuro, dentre um total de 297 inscritos de todo o País.
Na cerimônia, o presidente da CNA, João Martins, destacou a importância do prêmio para a cadeia produtiva do mel e para os produtores rurais.
“O Sistema CNA/Senar tem o compromisso de desenvolver ações para melhorar a vida do produtor rural brasileiro. Com essa intenção, criamos o Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais, para agregar valor aos produtos elaborado pelos pequenos e médios produtores”, disse João Martins. Ele também ressaltou que o objetivo do concurso é reconhecer a qualidade dos produtos artesanais.
Para participar do Prêmio era necessário que o mel tivesse passado pelo serviço de inspeção de produtos de origem animal (municipal, distrital, estadual e federal).
“Para nós é um reconhecimento especial. Um prêmio que reflete o resultado de uma atividade que iniciamos há cinco anos e que virou um negócio próspero. Quando começamos não sabíamos onde exatamente a gente iria chegar, mas tínhamos o desejo de ir o mais longe possível. E, hoje, vemos o nosso mel escuro ser eleito o quarto melhor do Brasil”, celebra Jaime Venturin, que esteve ao lado do irmão, Marcos, na cerimônia.
Desde 2019 na atividade da apicultura, ao lado do seu sócio e irmão Marcos Venturin, o produtor conta que começou como um hobby e foi ganhando corpo, chegando a ter 700 colmeias na fazenda da família, em União da Vitória. Atualmente, eles comercializam 10 mil quilos de mel escuro por ano.
O mel negro de União da Vitória é chamado de “ouro negro”
“O melato da bracatinga é um produto exclusivo, que é produzido a cada dois anos nas áreas de altitude do Planalto Sul brasileiro. Uma joia da nossa natureza, chamada de ‘ouro negro’. Um produto que surge a partir da união entre a árvore bracatinga, a cochonilha – inseto sugador – e as abelhas africanizadas”, conta Jaime, ressaltando a qualidade do mel produzido na propriedade.
O “ouro negro” nasce quando a cochonilha se fixa na casca da árvore e se alimenta da seiva, expelindo uma gotícula açucarada, que posteriormente é coletada pelas abelhas. A gotícula, então, após ser trabalhada pelas abelhas dá origem a um mel escuro e com diversos minerais.
“É um mel com menos frutose e glicose, um produto menos doce. Tem ainda um potencial muito grande de cálcio, magnésio e potássio. Daqui sai algo que não existe similar em todo o Brasil, um mel que pode ser consumido dois anos após ser envasado e continua com o mesmo sabor e qualidade”, acrescenta o produtor.
