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O médico Eduardo Cilião Munhoz, hematologista do IOP (Foto: divulgação / IOP)

O mês de junho é também conhecido como junho laranja, dentro dos laços da oncologia, dedicado à conscientização sobre a leucemia, um tipo de câncer que afeta a medula óssea, essencialmente a “fábrica do sangue” do nosso corpo. Essa campanha tem o intuito de alertar a população sobre os sinais precoces da doença e a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura.

Dr. Eduardo Cilião Munhoz, hematologista do IOP – Instituto de Oncologia do Paraná, explica que a leucemia é um câncer que acomete a medula óssea, onde são produzidas as células-tronco responsáveis pela criação de todas as células do sangue: células vermelhas, que transportam oxigênio; células brancas, que defendem o organismo; e megacariócitos, que formam as plaquetas, essenciais para a coagulação. Existem dois principais tipos de leucemia: aguda e crônica.

Leucemia aguda: desenvolve-se rapidamente e requer tratamento intensivo imediato. Pode ser linfoide, mais comum na infância e com alta taxa de cura graças aos avanços na quimioterapia, ou mieloide, que afeta qualquer faixa etária e é mais difícil de tratar em idosos.

Leucemia crônica: Evolui lentamente e pode ser descoberta por acaso em exames de rotina. Dividida em linfoide e mieloide, a crônica foi revolucionada pelos inibidores de tirosina quinase, permitindo que muitos pacientes vivam normalmente apenas com medicação diária.

Os sintomas da leucemia variam conforme o tipo de célula afetada e incluem:

  • anemia e fraqueza
  • perda de peso
  • inchaço nos gânglios linfáticos, fígado e baço
  • sangramentos e infecções frequentes

Vale dizer ainda que o diagnóstico geralmente é feito por exame de medula óssea, onde uma amostra é retirada do osso do quadril para análise, permitindo determinar com precisão o tipo e estágio da leucemia.

O Dr. Eduardo Cilião, ressalta a importância do diagnóstico precoce: “Quanto mais cedo a leucemia é identificada, maior a chance de cura. A conscientização sobre os sintomas e a realização de exames são fundamentais.”

Embora a maioria dos casos de leucemia seja esporádica, alguns fatores de risco incluem:

  • exposição à radiação ionizante (raio-x, tomografia);
  • exposição a agrotóxicos;
  • histórico familiar de câncer, especialmente em jovens, que pode indicar uma síndrome genética.

O que talvez poucos saibam é que o tratamento padrão para leucemia é a quimioterapia, mas em casos em que esta falha, o transplante de medula óssea pode ser necessário. Este procedimento, especialmente o transplante alogênico (com um doador), é mais agressivo e exige uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.

O junho laranja não é apenas sobre alertar a população, mas também sobre oferecer esperança. Campanhas de conscientização são essenciais para que as pessoas conheçam os sinais precoces da leucemia e busquem ajuda médica o quanto antes. A leucemia, apesar de grave, tem tratamentos cada vez mais eficazes, e a detecção precoce pode fazer toda a diferença na vida dos pacientes. “A leucemia pode ser devastadora, mas a conscientização e o diagnóstico precoce aumentam significativamente as chances de cura. Precisamos falar sobre isso, educar a população e continuar avançando na medicina”, conclui Dr. Eduardo.

A luta contra a leucemia é contínua, e o junho laranja é mais uma oportunidade onde os laços oncológicos ajudam a lembrar da importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do apoio às pesquisas e tratamentos que salvam vidas.