Médico curitibano é pioneiro em técnica cirúrgica sem cortes no abdômen

João Caetano Marchesini, é o único paranaense integrante do primeiro grupo brasileiro a participar dos procedimentos inovadores de cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais.

Bem Paraná

O cirurgião do aparelho digestivo e endoscopista do Hospital VITA, João Caetano Marchesini, é o único paranaense integrante do primeiro grupo brasileiro a participar dos procedimentos inovadores de cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais. Nos dias 5 e 6 de outubro, ele esteve em Funchal, na Ilha da Madeira, em Portugal, participando de um evento sobre o tema.

Esta nova cirurgia da cavidade abdominal tem como maior objetivo ser menos invasiva e, em conseqüência, causar menos trauma ao corpo do paciente, acelerando sua recuperação e tempo de internação hospitalar. A cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais, ou ceton, que é a abreviatura aportuguesada para n.o.t.e.s. (natural orifice transluminal endoscopic surgery), é realizada através da boca, vagina, reto e bexiga, eliminando a necessidade de cortes no abdômen.

O grupo do qual o cirurgião curitibano faz parte também foi um dos únicos do Brasil a participar do curso “N.O.S.C.A.R.” em Boston (E.U.A.), em julho deste ano, que antecipou importantes conceitos para a nova prática cirúrgica. A primeira cirurgia endoscópica feita em Portugal, que retirou a vesícula biliar pela vagina de uma mulher de 56 anos, foi acompanhada também pelos cirurgiões e endoscopistas especializados Almino Ramos e Manoel Galvão Neto, de São Paulo, e pelo cirurgião português e diretor do centro de treinamento e pesquisa avançado em cirurgia endoscópica, da cidade do Porto, Mário Nora.

O procedimento é um dos únicos que já está padronizado e pode ser realizado em seres humanos. O método está sendo estudado em animais há cerca de três anos e, por enquanto, no Brasil nenhum médico está autorizado a realizar qualquer tipo de cirurgia endoscópica fora dos centros universitários de estudo.

O grupo do Dr. Marchesini vem fazendo pesquisas direcionadas ao tratamento da obesidade e diabetes do tipo 2 e já conta com todo equipamento e conhecimento necessários para trazer aos pacientes brasileiros este avanço na área da saúde, mas segue as normas científicas e éticas da profissão e aguarda a conclusão do Consenso Brasileiro das Sociedades de Especialidades para iniciar o trabalho em Curitiba.
Enquanto isso, a fim de desenvolver novas técnicas, o grupo se dedica a procedimentos cirúrgicos em animais no núcleo de estudos N.O.T.E.S. da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, sob coordenação do cirurgião Cláudio Corá Mottin, que também faz parte do grupo N.O.T.E.S. brasileiro.