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Paradesporto em evidência (Freepik)

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é celebrado neste sábado (21 de setembro) e alerta a sociedade sobre importância da autonomia e da inclusão, fortalecendo a luta anticapacitista no Brasil.

E para promover a integração social e desenvolver novas habilidades, o esporte tem se mostrado um dos principais caminhos. Com o bom desempenho da delegação brasileira nas Paralimpíadas de Paris, com 89 medalhas e a quinta colocação no ranking mundial, o paradesporto ganhou ainda mais destaque, abrindo o debate sobre a necessidade de mais investimentos em tecnologia para a formação de atletas de ponta.

O nadador Daniel Dias, um dos expoentes do paradesporto brasileiro e que já conquistou 27 pódios em quatro edições das Paralimpíadas, conhece bem o poder transformador que o esporte tem. Ele, que se aposentou em 2021 das competições, atualmente se dedica ao Instituto Daniel Dias, criado para desenvolver novos talentos da natação paralímpica e que atende 500 crianças com deficiência. “O esporte mudou a minha vida e isso me motivou a criar este projeto, para transformar vidas e formar campeões não só no esporte, mas principalmente na vida. É o que eu acredito e é o que o esporte fez por mim”, destaca o nadador.

Ele ressalta que apesar de as Paralimpíadas ainda terem menos visibilidade que as Olimpíadas, a sociedade está acompanhando mais de perto as competições e o desempenho dos atletas paralímpicos tem sido superado a cada edição. “É muito importante pois é um crescimento orgânico. As nossas conquistas vieram mostrar o valor do esporte adaptado. Hoje já temos uma credibilidade grande e as pessoas já conhecem mais sobre o esporte paralímpico, as modalidades, suas diferenças e os competidores”, analisa Daniel Dias.

Nas quatro últimas edições dos Jogos Paralímpicos, o Brasil sempre esteve entre os dez países mais bem colocados no quadro geral. O nadador, que é embaixador da Ottobock, empresa alemã que atua no Brasil há quase 50 anos, e que produz e fornece próteses a diversos atletas paralímpicos brasileiros, reforça, no entanto, a necessidade de mais investimentos em tecnologia e apoio empresarial para a formação de novos atletas paralímpicos de ponta. “Isso só vai fazer com que o esporte paralímpico cresça. Quando a gente mostra que o esporte paralímpico é de alto rendimento, que existem grandes atletas assim como nas olimpíadas, a gente traz grandes empresas e, com isso, vêm os investimentos e acontece o crescimento dos Jogos Paralímpicos no mundo”, afirma Daniel.

Além de patrocinar os atletas ao redor do mundo, a Ottobock foi uma das patrocinadoras dos Jogos Paralímpicos de Paris, com investimento de R$ 26,6 milhões. O diretor de academy da Ottobock na América Latina, Thomas Pfleghar, ressalta que como a empresa atua na fabricação de tecnologia assistiva que tem como objetivo devolver mobilidade e qualidade de vida para todas as pessoas com alguma deficiência, faz todo o sentido promover o desenvolvimento de novos talentos do paradesporto mundial. “Os Jogos Paralímpicos servem como forma de ampliar o conhecimento da população sobre o potencial que as pessoas com deficiência possuem. Por isso investimos nesses atletas e acreditamos que eles podem ser porta-vozes para outras pessoas com mobilidade reduzida”, afirma.

Daniel Dias é um dos atletas que usam próteses, ainda que nas piscinas ele não pudesse competir com os equipamentos. Mesmo assim, são tecnologias que os paratletas necessitam para ter mais mobilidade e autonomia, dentro ou fora do esporte. A prótese traz mais estabilidade e segurança às atividades diárias como, por exemplo, o joelho protético Genium X4 que oferece uma caminhada mais natural, com funções avançadas como a subida otimizada de rampas e a funcionalidade Start to Wallk, que facilita o primeiro passo de forma fluída e natural. A prótese também inclui o modo bicicleta, que pode ser alternado com o da caminhada e será usada por Daniel Dias a partir de outubro.

Sobre a Ottobock

Fundada em 1919, em Berlim, na Alemanha, a Ottobock é referência mundial na reabilitação de pessoas amputadas ou com mobilidade reduzida por sua dedicação em desenvolver tecnologia e inovação a fim de retomar a qualidade de vida dos usuários. Dentro de um vasto portfólio de produtos, a instituição investe em próteses (equipamentos utilizados por pessoas que passaram por uma amputação); órteses (quando pacientes possuem mobilidade reduzida devido a traumas e doenças ou quando estão em processo de reabilitação); e mobility (cadeiras de rodas para locomoção, com tecnologia adequada a cada necessidade). A Ottobock chegou ao Brasil em 1975 e atua no mercado da América Latina também em outros países como México, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Argentina, Chile e Cuba, além de territórios da América Central. Atualmente, no Brasil, são oito clínicas, presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Salvador.