Vá lá que o filme “Marie Antoinette”, de Sofia Coppola, não tenha sido um sucesso de crítica. Mas tem influênciado a moda, feito surgir roteiros seguindo os passos da rainha em seus caminhos prediletos e ampliado o turismo para outros locais no mundo por onde a realeza foi assunto. Por outro lado, Helen Mirren ganhou no último domingo um Oscar de melhor atriz em “A Rainha”, filme dirigido por Stephen Frears, contando como a família real britânica encarou a morte da princesa Diana, em agosto de 1997.

Rainha que ninguém vai querer copiar e com certeza não influenciará nunca a moda.
A escritora Camille Pascal no seu livro “Le Goût du Roi, Louis XV et Marie-Louise O’Murphy”, refaz  a vida amorosa do rei francês percorrendo lugares discretos no bairro Saint-Louis, em Versalhes, onde eram escondidos os amores da realeza. Marie-Louise ficou por lá durante três anos, dos quinze aos dezoito, e ganhou por seus encantos o direito de residir em um palácio com magníficas lareiras de mármore vermelho do Languedoc, portais pintados por Boucher, o pequeno salão chinês decorado por Pillement e um minúsculo quarto de toilete onde a jovem se preparava para esperar o rei.

Tudo se mantém intato, mas os proprietários atuais confirmam: o local foi visitado publicamente pela última vez em 1922. O  tema é atual. Basta ver os títulos dos filmes: Palais Royal, Casino Royale, The Queen. A mágica chega até a política francesa, com um pré-candidato da Aliança Real, um Napoleão querendo ser deputado em Fontainebleau e, é claro, Marie-Ségolène Royal.

No fundo, até parece que os franceses estão de olho na monarquia, sem vergonha nem raiva. Fleur de lys, diademas, coroas e outros símbolos principescos surgem em todos os cantos: nos frascos de perfume, nos tecidos, nas caixas de brinquedos, nos jogos, nas jóias. Os castelos como Versalhes e Schönbrunn atraem cada vez mais visitantes.
Galeria dos Espelhos — O maior evento cultural deste ano na França será a reabertura  integral da Galeria dos Espelhos de Versalhes, em maio próximo. A metade norte, cujos trabalhos de restauração ficaram prontos no final de 2005, recebe visitantes desde janeiro de 2006. Pela primeira vez o patrimônio francês teve a operação de restauro inteiramente financiada por mecenas do grupo Vinci.