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Proposta de criação de fundo ambiental (Foto: Maurilio Cheli/SMCS)

Entidades conservacionistas que atuam em defesa da Mata Atlântica no Paraná e no Brasil enviaram na última terça-feira, dia 17 de setembro, aos diretórios dos partidos políticos dos candidatos que disputam a prefeitura e os cargos de vereador de Curitiba e Região Metropolitana, uma carta proposta que sugere a criação do Fundo Metropolitano de Conservação (FMCB) de Curitiba como iniciativa fundamental para estimular a conservação do patrimônio natural da região, gerando resiliência aos eventos climáticos extremos como estratégia fundamental para a qualidade de vida de toda a população da cidade, e para incentivar a atração de novos negócios para o Paraná.

Os líderes dos partidos políticos na Câmara Municipal de Curitiba também receberam o documento. A intenção é de que os diretórios divulguem a carta aos candidatos a prefeito e vereador da cidade e Região Metropolitana.

A proposta busca atrair investimentos públicos e privados para esse fundo, que possam ser direcionados a ações de conservação da biodiversidade nas áreas de mananciais da Região Metropolitana de Curitiba.

Assinam a carta, Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais, Rede Pró-Unidades de Conservação (Rede Pró- UC), Associação Mar Brasil, CEDEA (Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental), SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), Nó Latino Americano da Rede de Observação Territorial (RIDOT) e Laboratório de Geoprocessamento, Estudos Ambientais da Universidade Federal do Paraná (LAGEAMB-UFPR) e APAVE (Associação dos Protetores de Áreas Verdes de Curitiba e Região Metropolitana.

Os remetentes esperam, agora, os retornos dos candidatos, para saber quais demonstram compromissos reais com a conservação dos remanescentes naturais da Região Metropolitana de Curitiba. As respostas dos candidatos podem ser enviadas às instituições, e isso também pode ser feito para o e-mail [email protected], até o dia 22 de setembro.

Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, uma das entidades apoiadoras da ideia, explica que a proposta do Fundo Metropolitano para a Conservação da Biodiversidade da Região Metropolitana de Curitiba tem a intenção de ser um mecanismo capaz de contribuir para a expansão de ações estratégicas visando mitigar os eventos climáticos extremos, promover a aplicação de recursos financeiros de forma articulada para a criação de novas Unidades de Conservação (UCs) públicas e privadas e incentivar a formação de corredores ecológicos e a recuperação de áreas degradadas.

“A principal ideia é viabilizar ações voltadas à conservação da biodiversidade, como a provisão de serviços ecossistêmicos e a ampliação de sua capacidade de adaptação e resiliência às mudanças climáticas nos 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba. A criação do Fundo apresenta convergências com as Diretrizes do Plano Diretor de Curitiba e as Diretrizes para a Conservação da Biodiversidade na Região Metropolitana de Curitiba. É um instrumento de viabilização de programas de financiamento ambiental, com recursos advindos de diversas fontes como compensação ambiental e cooperação nacional e internacional, entre outros, mas valendo-se, também, da participação da iniciativa privada, destaca Clóvis.

As mudanças climáticas e a perda da biodiversidade representam uma fração muito relevante dos problemas ambientais que o Planeta enfrenta atualmente. Seus maiores efeitos estão sobre as cidades, gerando impacto na qualidade de vida das pessoas e nas condições de funcionamento das atividades empresariais. As áreas naturais bem conservadas são provedoras de serviços ecossistêmicos que colaboram com a mitigação dos eventos climáticos extremos, podendo servir para contenção de enchentes, regulação do microclima e garantia de maior bem-estar. Pelo seu histórico, Curitiba e região ainda guardam condições muito favoráveis para iniciativas inovadoras em conservação de ambientes naturais.

Para garantir ainda mais confiabilidade e credibilidade aos processos de busca por investimentos privados para compor o fundo, os proponentes da carta destacam que utilizar as normas e metodologia da Certificação LIFE – certificação ambiental que qualifica empresas que inserem ações de conservação da biodiversidade em seus processos de gestão ambiental, seria um bom caminho. Atualmente, são certificadas pela Certificação LIFE, por suas boas práticas em favor da natureza na região Metropolitana de Curitiba, empresas como Grupo Boticário, Gráfica Posigraf, Gaia Silva, Gaede & Associados Sociedade de Advogados.

Entre os resultados esperados pela criação do Fundo, estão:

– Promover a integração entre as instâncias públicas nos 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) em ações estratégicas de conservação de áreas naturais prioritárias;

– Influenciar a criação de políticas públicas de conservação da biodiversidade a partir de subsídios técnicos;

– Criar um banco de dados sobre a RMC para subsidiar ações de conservação da natureza;

– Estimular a parceria público-privada em prol da conservação da RMC;

– Consolidar a Certificação LIFE como instrumento efetivo de aproximação da iniciativa privada com a agenda da conservação da biodiversidade;

– Promover a educação e o engajamento da sociedade para uma nova forma de relação com a natureza, de acordo com a agenda global dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Para conferir o documento da carta, com todas as justificativas em defesa da importância da criação do Fundo Metropolitano, clique aqui.