img_4701
Foto: Divulgação

Após maratonas de estudos, noites mal dormidas e estratégias para manter a calma, milhares de pessoas realizaram a prova da primeira fase do V Concurso da Defensoria Pública do Estado do Paraná neste domingo (30). A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Campus Curitiba, recebeu os 2.484 inscritos e inscritas a partir das 8 horas e o certame aconteceu sem intercorrências. A comissão da DPE-PR responsável pelo certame também acompanhou a chegada e a realização da prova teórico-objetiva, que definirá as 400 pessoas aprovadas para a próxima fase. O defensor público-geral, Matheus Munhoz, e demais representantes da Administração Superior estiveram no local para recepcionar candidatos e candidatas. Segundo a Fundatec, organizadora do concurso, o gabarito preliminar ficará disponível no site da empresa a partir da próxima segunda-feira, dia 1º de julho. Ainda segundo a organizadora, o gabarito definitivo será publicado no dia 17 de julho. Em breve, informações sobre as próximas fases também poderão ser consultadas no mesmo endereço e na área de concursos do site da Defensoria.

Leia mais

“Para uma Defensoria Pública jovem como a do Paraná, são momentos como este que garantem o crescimento institucional. Tivemos um dia de prova dentro da normalidade, e esperamos que o mesmo ocorra nas próximas fases. Estamos ansiosos para que logo possamos ter novos defensores e novas defensoras para levar a instituição onde ela deve estar, garantido acesso à Justiça para a população que mais precisa”, afirmou o defensor público-geral.

A expectativa das pessoas que fizeram o concurso da Defensoria

Essa é a expectativa de Arietha de Alencar Santos, 27 anos, e Maria Victoria Arantes Martin, 29, que vieram de Fortaleza e Rio de Janeiro, respectivamente, para fazer a prova. Ambas conheceram o trabalho da Defensoria Pública durante a faculdade de Direito, e a proximidade da instituição com a população mais vulnerável foi o que conquistou elas. “Uma defensora com quem tive a oportunidade de trabalhar dizia uma frase que me marcou muito: o melhor contracheque é o sorriso e o abraço de um assistido da Defensoria Pública. É o que me faz querer buscar estar nesta instituição”, disse Santos, antes de entrar no local de prova. Martin lembrou também que a Defensoria Pública tem uma atuação muito diversificada, algo que acredita agregar muito para a experiência pessoal e profissional.

Apenas 31% dos inscritos no Concurso da Defensoria são do Paraná

A carioca representa uma parcela de 15% do total de 3.699 pessoas inscritas. Neste certame, apenas 31% das inscrições são de candidatos e candidatas do Paraná. Além da diversidade regional, o V concurso também buscou aumentar a inclusão por meio de políticas afirmativas. Pela primeira vez, há reserva de vagas para pessoas trans e pessoas indígenas. O certame ainda disponibiliza cotas para pessoas com deficiência e pessoas negras.

“A Defensoria Pública, como uma das instituições que integra o sistema de Justiça, tem a missão constitucional de trazer pluralidade para seus quadros internos, sejam defensores, defensoras, servidores, servidoras, estagiários, estagiárias e profissionais terceirizados e terceirizadas. Esperamos que isso também reverbere por outras instituições e espaços de poder”, destacou Thaisa Oliveira, 2ª subdefensora pública-geral.

Às pessoas negras, compreendidos(as) pretos(as) e pardos(as), ficam reservadas 30% das vagas. Às pessoas com deficiência estão reservadas 10%, aos indígenas 3% e às pessoas trans 2%. Anteriormente, o IV Concurso tinha 10% das vagas reservadas para pessoas afrodescendentes e também 10% para PCDs. Do total de pessoas inscritas, 555 se autodeclararam afrodescendentes, 110 PCDs, cinco indígenas e 12 trans. Identificado com o cordão de transtorno do espectro autista, o candidato Diego Luiz Godoy Assis Pereira, 27 anos, disse acreditar que a prova seria difícil, mas confiava nos estudos diários realizados desde 2019 para ingressar na DPE-PR. Nascido em Londrina e morador de Foz do Iguaçu, ele afirmou que busca apenas o concurso da Defensoria Pública como objetivo de vida.

“Hoje trabalho como advogado, mas espero poder ingressar e fazer a diferença por meio do trabalho da instituição. Tentei me preparar o melhor possível, e espero ser aprovado para poder contribuir com uma sociedade mais justa”, afirmou ele.

A convocação dos(as) candidatos(as) aprovados(as) por meio de reserva de vagas obedece à proporção adotada para cada grupo. Pessoas negras, por exemplo, serão chamadas para ocupar a terceira, sexta, nona, décima terceira, décima sexta, décima nona e, a partir daí, a cada intervalo de 10 cargos providos.

Prova durou cinco horas

A prova teve duração de cinco horas. Durante este período, além dos candidatos e das candidatas em sala, familiares aguardavam do lado de fora. O professor baiano Rosival Carvalho, de 60 anos, permaneceu próximo à entrada. Ele acompanha o filho sempre que possível nas viagens para fazer os concursos das Defensorias Públicas Estaduais, já que é um sonho e um desejo da família também. “A Defensoria tem uma coisa diferente, essa busca pela garantia e a proteção dos direitos da população mais necessitada. Eu o acompanho porque quero dar todo o apoio e mostrar para ele que o objetivo dele de ser defensor será uma realização para todos nós. Torço muito e estou junto com ele nessa jornada”, disse Carvalho.

Clique aqui e confira mais informações sobre o concurso.