Kung Fu Panda 3 até que demorou para sair. O segundo filme, de 2011, tinha uma ponta que evidenciava um terceiro filme com o simpático panda Po. Como o primeiro longa da série estreou em 2008, era de se esperar que o capítulo 3 saísse em 2014. Mas não. Saiu em 2016. E estreia hoje em Curitiba.

A ponta deixada pelo segundo filme é a revelação de que o pai do panda Po está vivo (esse spoiler prescreveu). O senhor Panda, de nome Li, recebe uma espécie de mensagem do universo indicando que seu filho está vivo. E deixa o vale secreto dos pandas — até então, considerados extintos na China — em busca do filho.

Kung Fu Panda 3, contudo, começa bem antes disso. No reino dos espíritos, está o quelônio Oogway, considerado o maior mestre de kung fu da história, que passou desta para melhor no primeiro filme. No lado de lá, ele é encontrado por Kai, um perigoso iaque com chifres serrilhados que outrora foi um aliado. Kai consegue roubar o chi — a melhor definição sintética para chi é energia interior — e retorna do reino dos espíritos para acabar com o que Oogway construiu.

Kai: ladrão de chiOogway: o mestre

Enquanto isso, no lado de cá, Po é o dragão guerreiro do kung fu — ainda que conheça bem menos da arte marcial que o mestre Shifu e que os outros cinco furiosos, Crane, Víbora, Macaco, Mantis e Tigresa. O que faz de Po o dragão guerreiro é sua grande energia interior (palavra de Oogway) e sua capacidade de resolver as situações de formas imponderáveis. Mas ele não se dá conta disso. E, ao se sentir um fracasso como professor de kung fu, entra em parafuso: não sabe mais quem é. E eis que, para completar, entra em cena Li, o pai verdadeiro — o que gera uma ciumeira danada no pai adotivo, o ganso Ping.

Po é convidado para ir ao vale dos pandas, ao mesmo tempo em que Kai retorna e entra em conflito com quem aparece em sua frente. Principalmente porque Kai já era há 500 anos e ninguém mais sabe de quem se trata. Isso não faz dele um vilão menos perigoso. Pelo contrário: ele consegue roubar o chi de vários mestres de kung fu em sua missão de destruir o legado de Oogway. Só que destruir o legado de Oogway significa bater de frente com um certo dragão guerreiro…

Kung Fu Panda 3 tem lá suas gags (não tantas quando no primeiro filme) e alguns diálogos sagazes (não tantos quanto o segundo). Diverte. Mais que isso, respeita o kung fu e a sabedoria milenar chinesa. Domar o chi não é para qualquer um. Po tem que lidar com isso, a qualquer preço. Afinal, o panda imponderável é a grande energia interior do filme.

DRAGÃO (long)
Ser mitológico. Promove a união do homem com a força espiritual
Personagem
Po, panda que se tornou o Dragão Guerreiro
TIGRE (fu)
Força física e bravura, com movimentos poderosos
Personagem
Tigresa
GARÇA (hok)
Precisão e calma, com movimentos leves e graciosos
Personagem
Cran
MACACO (lau)
Distração e destreza, com movimentos de agarrar
Personagem
Macaco
SERPENTE (she)
Tranquilidade e foco, com movimentos precisos
Personagem
Víbora
LOUVA-DEUS (ton-long)
Disfarce e coragem, com movimentos de torções
Personagem
Mantis
SHIFU (mestre-pai)
O professor, mais graduado, pai de todos
Personagem
Shifu também é um panda, mas de outra espécie, o panda vermelho

O KUNG FU
O kung fu é uma arte marcial chinesa cujos primeiros registros datam de 2600 antes de Cristo. No século VI a. C., época dos filósofos Lao Tsu e Kung Fu Tsu (Confucio), foi sistematizada, com a mistura de práticas de meditação e técnicas de combate inspiradas em movimentos de animais. No século 16, o jovem monge Kwok Yuen, com o auxílio de dois mestres, Pak Yoo Fong e Li Chien, recompilou as antigas técnicas em 170 movimentos, subdivididos basicamente em cinco animais: o dragão, o tigre, a garça, o leopardo e a serpente. Desta forma, o kung fu se expandiria, posteriormente, para todo o Mundo. Há estilos que exploram outros animais, como o louva-deus e o macaco.