Parte da experiência autobiográfica de Andrei Tarkovski está narrada em seu longa Espelho. O pai poeta, a mãe atriz, a separação da família durante a 2ª Guerra. Tarkovski morreu no exílio, na França, em 1986. Tinha 54 anos. Tornara-se o mais celebrado autor soviético de sua geração, mas o desejo autoral, por liberdade, fez dele um pária no cinema da então URSS.

Na quinta, 3, começou a 7ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo e Soviético. Uma das joias da programação online (bit.ly/CPCUMESFilmes) é o longa de estreia de Tarkovski, A Infância de Ivan, que lhe valeu o Leão de Ouro de Veneza, em 1962. O curioso é que essa visão da guerra, pelo olhar de um garoto, não era um projeto de Tarkovski. Herdou-o de Eduard Abalov, que deixou a produção. Em seguida veio a obra-prima Andrei Roublev. Os problemas com as autoridades tornaram-se frequentes. Tarkovski foi filmar na Itália, na Suécia.

Nostalgia foi produzido pela Gaumont com apoio do governo italiano. Ganhou os prêmios de direção, da crítica e do júri ecumênico em Cannes. Passa nesta segunda, 7, no Cineclube Arte 1, às 23h. Um poeta russo viaja pela Toscana com uma intérprete.

Conhece um homem que se isolou e a relação lhe permitiráentender a própria solidão. Como artista, Tarkovski sempre quis esculpir o tempo. Dois programas excepcionais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.