Divulgação – ‘A Família Addams’: personagens semelhantes ao traço de Charles Addams

Originalmente, ‘A Família Addams’ é um cartoon criado nos anos 1930 que virou seriado de TV nos anos 60. Seu ponto alto foi ter ganho as telas de cinema nos anos 90. O primeiro filme, com Raul Julia e Anjelica Huston, é de 1991 e gerou uma continuação, em 1993. A franquia não foi para a frente porque Raul Julia, que interpretava um dos protagonistas – o patriarca Gomez Addams –, morreu em 1994. Agora, a família está de volta aos cinemas, mas em outro formato, o de uma animação. O filme estreia nesta quinta-feira (31) em Curitiba. 

A animação possibilitou que os personagens foram desenhados para ficar extremamente próximos aos dos desenhos originais de Charles Addams, que criou a família nos anos 30 e conseguiu publicar na revista ‘The New Yorker’ entre 1937 e 1988. Fora isso, ‘A Família Addams’ é, nesta animação, o que era no seriado e nos filmes: excêntrica e macabra, cheia de humor negro, mas não malévola. Infelizmente, o ambiente que os cerca não concorda com isso. Na primeira sequência do filme, Gomez e Morticia só queriam se casar e viver em paz, mas a população em volta os via como monstros e queria exterminá-los. O casal consegue, enfim, um lugar para chamar de seu, quase completamente isolado do resto do mundo. Passados 13 anos, ninguém saiu de lá. Mas a família cresceu. Pugsley, o filho mais novo, treina para ser aprovado em uma espécie de ritual familiar – para o qual todos os familiares acabaram convidados. E Wandinha, a filha mais velha, descobre que há vida fora dos portões da casa. Ela quer porque quer frequentar uma escola normal. E acaba fazendo amizade com a filha de uma especuladora imobiliária, uma espécie de eminência parda dentro do condomínio moderninho que rodeia a mansão dos Addams. É exatamente essa mulher que vê a mansão e a família como uma ameaça aos negócios.

Duas coisas divertem no filme: uma, as referências à cultura pop, bastante diversificadas desde que a Família Addams apareceu pela última vez no cinema. Outra, a interatividade da família com a modernidade. Computadores e celulares estão por toda parte – e é quase surpreendente ver que os membros da família aparecem normalmente nas selfies. Claro que, como consequência dessa tecnologia, há a disseminação de “fake news”…

E há, também, uma mensagem explícita de tolerância com os diferentes. Tão explícita que não precisaria nem desenhar. Mas, considerando que se trata de um desenho, a Família Addams já fez isso.