Cabeças explodem ao som de Pompa e Circunstância, fiéis de uma igreja são massacrados ao som de uma música chamada Free Bird. Kingsman: Serviço Secreto, de Matthew Vaughn (X-Men: Primeira Classe), é bem direto na violência, mas com um certo charme britânico.

Kingsman tem sido encarado nos Estados Unidos como a versão adolescente e mais violenta de James Bond, e com isso, tudo o que a afirmação implica: é uma espécie de videogame de carne e osso com uma boa pitada de hormônios. E apesar de boa parte da publicidade do filme ser com o galã cinquentão Colin Firth, Taron Egerton é o verdadeiro protagonista, na figura de Eggsy.

O filme é baseado em quadrinhos de Mark Millar e Dave Gibbons, o filme se apresenta como o primeiro de uma série, com a obrigatória apresentação que leva mais da metade do tempo. Em sua carreira, Vaughn se especializa em filmes de ação ultraviolentos, como Kick Ass e Nem Tudo é o Que Parece.

Colin Firth é Harry Hart, um dos principais nomes de uma agência secreta britânica, portador de uma licença global para matar. Ele toma Eggsy sob sua proteção, por ser filho de um amigo, que foi morto em ação. Aos 17 anos, o rapaz entra para o treinamento — também secreto — e disputará uma vaga com outros e outras colegas — que de colegas também não têm nada, apenas querem garantir seu lugar.

A redenção de Kingsman vem pelo personagem interpretado por Samuel L. Jackson, Valentine, que, como já foi dito, é uma mistura de Dr. Evil (Austin Powers) com Mark Zuckenberg. Dono de uma fortuna imensa e de um plano maligno, ele quer — como não? — dominar o mundo, ou algo parecido.

O longa possui sinais de várias obras do cinema, TV e HQ. Pode ser tipo um James Bond, pelo charme de agente britânico ou encarado como Jason Bourne, por ter várias cenas de entraves corporais. E ainda assim funcionar como um filme de ação a moda antiga, cheio de explosões, cenas chocantes e frases de efeito. É verdade que é um pouco longo, mas compensa esse problema por deter de um ritmo pulsante. Tem muita ação, comédia e passagens hilárias. Deve agradar diversos públicos, pois não é preso a um gênero. Sua despretensão é algo notável.