O músico B.B. King, lenda do blues americano, morreu na noite desta quinta-feira (14), aos 89 anos, em Las Vegas, informou seu advogado, Brent Bryson. No início de abril, King passou quatro dias hospitalizado após sofrer desidratação como complicação da diabetes tipo 2 da qual sofria há mais de 20 anos. Nas últimas semanas, o artista esteve no centro de um conflito entre a sua filha e seu empresário pela forma como estava sendo atendido.

De acordo com o site TMZ, a filha do músico, Patty King, considerava que o pai estava recebendo tratamento inadequado e chamou a polícia depois que seu empresário, Laverne Toney, negou-se a interná-lo em um hospital. Nascido no Mississippi, no sul dos EUA, B.B. King, cujo nome de batismo é Riley B. King, ficou conhecido como “o rei do blues”. Membro do Hall da Fama do Rock and Roll, ele é considerado um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Artistas como Eric Clapton consideram King uma de suas influências.

Com mais de 50 álbuns lançados, o músico é famoso, sobretudo, por músicas que viraram clássicos como “Three O’Clock Blues”, dos anos 1950, “The Thrill has Gone”, de 1970, e “When Love Comes to Town”, que gravou em 1989 com os irlandeses do U2. Em outubro passado, King precisou abandonar um espetáculo diante de um quadro de desidratação e esgotamento, o que provocou a suspensão do restante da turnê.

A lenda se despede com 16 prêmios Grammy, mais de 50 discos em quase 60 anos de carreira e músicas que marcaram época, como Three o’clock blues, The thrill is gone, When love comes to town, Payin’ the cost to be the boss, How blue can you get, Everyday I have the blues, Why I sing the blues, You don’t know me, Please love me e You upset me baby.

Considerado o maior guitarrista de blues da atualidade, verdadeira lenda, Riley B. King, nasceu em 16 de setembro de 1925, no Mississippi, nos Estados Unidos. Tocava nas esquinas e em bares. Comprou o primeiro violão quando a falta de eletricidade no interior do país fazia dos instrumentos musicais a maior atração dos anos de 1940.
O músico foi autodidata, nunca teve professor. Gostava de ser seduzido pelas melodias. O B.B. de seu nome artístico vem de Blues Boy, dos tempos do rádio.

Seu primeiro grande sucesso nacional foi Three o’clock blues, que estourou nos anos 1950. A partir daí começou a fazer turnês sem parar. Só no ano de 1956 sua banda chegou a fazer 342 apresentações.
B.B. King criou um estilo autêntico de guitarra. Em seus solos, ao contrário de outros guitarristas, o Rei do Blues preferia usar poucas notas. Ele dizia que conseguia fazer uma nota valer por mil.

Ele tinha verdadeira paixão por seus instrumentos. Tanto que enfrentou um incêndio durante um show pra salvar uma de suas guitarras. O fogo teria começado numa disputa entre dois rapazes por uma garota. Depois desse episódio suas guitarras passariam a ser carinhosamente chamada de Lucille, o nome da jovem. A fama de suas guitarras ganhou o mundo. Em 1997, King presenteou o papa João Paulo II com uma Lucille, no Vaticano.
Em 2012, fez parceira inesperada com o presidente americano Barack Obama, durante um show de blues na Casa Branca.

Em outubro de 2014, o guitarrista precisou abandonar um espetáculo em Chicago, diante de um quadro de desidratação e esgotamento, o que provocou a suspensão do restante da turnê, que ainda tinha 8 shows programados.
Aos 86 anos, ainda fazia cerca de 100 apresentações por ano.
Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, seu talento inspirou outros grandes guitarristas, como Stevie Ray Vaughan, Jeff Beck, Jimi Hendrix, George Harrison, Buddy Guy e Eric Clapton.

O último show no Brasil ocorreu em 2012, em São Paulo. Antes, se apresentou no Rio de Janeiro e em Curitiba.
B.B. King ganhou diversos Grammy Awards: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, com The thrill is gone; melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, com There must be a better world somewhere; melhor gravação de blues, em 1983, com Blues’N jazz, e, em 1985, com My guitar sings the blues. Em 1970, Indianopola Missisipi Seeds concede-lhe o Grammy de melhor capa de álbum. A Gibson Guitar Co. o nomeou embaixador das guitarras Gibson no mundo.

King se casou duas vezes. Primeiro com Martha Lee Denton, com quem viveu entre 1946 e 1952; e, depois com Sue Carol Hall, entre 1958 e 1966. O artista deixa 14 filhos e mais de 50 netos.