Prévia do 3º Festival Feito por Palhaças apresenta o espetáculo “Vermelho, Branco e Preto”

Redação Bem Paraná com assessoria
Vermelho, Branco e Preto com Cibele Mateus – Foto_MateusTropo (19)

Espetáculo Vermelho, Branco e Preto, com Cibele Matheus. (Mateus Tropo/Divulgação)

Um espetáculo e uma oficina são o pontapé inicial da terceira edição do Telúrica – Festival Feito por Palhaças, que acontecerá em dezembro, com uma semana inteira de programação. O espetáculo solo convidado, “Vermelho, Branco e Preto”, é de Cibele Mateus, que também ministra a oficina “Que brincadeira que dá? Comicidades, celebrações e pelejas”. A oficina abre a programação no dia 22 de outubro e o espetáculo terá duas sessões, uma aberta ao público no dia 23 de outubro e outra para crianças da escola pública, no dia 24. Todas as ações serão no Teatro Cleon Jacques. Mantendo a tradição do Festival, a oficina é gratuita e o espetáculo com contribuição no chapéu. Uma hora antes, os interessados devem retirar o convite na bilheteria do teatro, para garantir seu lugar na plateia.

“Esquenta Telúrica é uma proposta que nasceu durante a pandemia. Por conta do isolamento ficamos impossibilitadas de fazer o festival presencialmente, então decidimos fazer uma parte de ações que poderiam ser adaptadas ao formato on line. A esta prévia demos o nome de Esquenta Telúrica. Agora na terceira edição decidimos assumir o Esquenta como uma ação do festival, que chega pra dar boas- vindas ao que vai acontecer logo mais.” conta a equipe de produção.

A oficina é fundamentada em figuras cômicas presentes na brincadeira do Cavalo-Marinho da Zona da Mata Norte de Pernambuco e nas brincadeiras do Guerreiro, Reisado, Caretas e Boi do Ceará. No intuito de contribuir com diferentes narrativas sobre produção e função do riso, a oficina apresenta os contextos históricos e socioculturais destas celebrações, e a vivência prática de elementos das comicidades, passando por corporeidades, musicalidades, po(éticas), construção de máscaras e oralituras. Por conta de uma alta procura já está com as vagas esgotadas.

O solo se debruça no “Mateus”, figura cômica afrodiaspórica presente no Cavalo Marinho pernambucano, Bumba-meu-boi, Reisado, Guerreiro e outras tradições afroindígenas brasileiras. O espetáculo trás para cena momentos da relação afetiva entre Cibele Mateus e mestre Sebastião Pereira de Lima, mais conhecido como mestre Martelo, e o processo de aprendizagem desta figura sagrada.

A história é costurada por Macurá Dilê (Nkice Tempo), e a artista percorre três encruzilhadas: Vermelho, sobre as sabências caboclas transmitidas por nossos mestres. No Branco, o sistema colonial, o capitalismo e as relações de poder entre senhores de engenho e empregados são abordadas. No Preto, a máscara de carvão é a afirmação de identidade e saudação à ancestralidade africana. Um espetáculo po-ético que cruza a brincadeira popular, com a trajetória pessoal de mulher negra aprendiz de “Mateus”. Tomado por dimensões de saberes ancestrais, a obra é um festejar com o povo batendo trupé no chão, levantando as poeiras de um passado recente e trazendo o riso e a festa como tecnologia de re-existência.

Trajetória – Artista do riso, atriz, educadora social e pedagoga, Cibele Mateus desenvolve seus trabalhos cênicos a partir de motrizes e matrizes afrodiaspóricas, afroindígenas e na arte de rua, desde 2005. Vem fazendo sua trajetória de arte-vida em busca das máscaras de pretume, buscando criar uma poética própria de comicidade negra. Iniciou sua trajetória como “Mateus” (figura cômica da “cara preta”) em 2011, no Grupo Manjarra (SP). Atualmente brinca de “Mateus” na brincadeira tradicional “Boi Canarinho”, grupo LGBTQIA+ e Juremeiro (Fortaleza/CE).

Por meio da pesquisa e vivências como Mateus, vem contribuindo com espaços de formação e criação, orientando cursos, vivências, realizando curadorias, dramaturgias e direção, principalmente para grupos e artistas dissidentes. Foi cofundadora da Cia. As Marias (2005-2017), em que realizou trabalho de dramaturgia, direção e atuação. De 2018 a 2020 integrou a Cia. Mundu Rodá, como atriz convidada. Atualmente atua/brinca no espetáculo solo “Vermelho, Branco e Preto” e também é atriz da Cia. Clã do Jabuti. Nos últimos 6 anos, vem contribuindo com importantes espaços de formação como: Terreiros do Riso, ESLIPA (Escola Livre de Palhaçaria), Escola de Palhaças de São Paulo, Doutores da alegria, SP Escola de Teatro, Palhaços Sem Fronteiras Brasil, Circo do Asfalto.

Serviço:
Espetáculo Vermelho, Branco e Preto.
Dia 23/10/24 às 20h
Local: Teatro Cleon Jacques (R. Prof. Nilo Brandão, 710 – São Lourenço)
Quanto: Entrada gratuita, com ingressos liberados 1h antes. *Contribuição espontânea no chapéu!