Lá se foram 28 anos desde que a história de um tal Vital, que passou a se sentir total depois de comprar sua moto, invadiu as rádios de todo o País. Um ano de enorme efervescência musical, no Brasil e no mundo. O Iron Maiden lançou disco Piece of Mind. O U2, o álbum War. Madonna estreava com disco homônimo, que venderia 8 milhões de cópias. Michael Jackson mostrava pela primeira vez o famoso passo moonwalk. Por aqui, Titãs e Capital Inicial foram criados. O Kid Abelha lançava o primeiro compacto, Pintura Íntima. E, dentro desse turbilhão todo, estavam Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, fazendo um pop rock cheio de referências de reggae e ska. Eles formava o Paralamas do Sucesso, nome um tanto prepotente criado por Bi, mas que se mostrou muito acertado com o decorrer da carreira da banda nessas três últimas décadas.

A cada dez anos, o grupo carioca compilava seus sucessos no projeto Arquivo. Foram três: Arquivo (1990), Arquivo II (2000) e Arquivo III (2010). Um total de 40 hits. E esse número impressiona. É quase impossível não saber cantarolar praticamente todas as músicas. Convenhamos, é rara uma banda de pop rock no Brasil com uma carreira tão longeva e de tamanho sucesso. Ainda mais um grupo como o Paralamas, que teve de superar o trauma do acidente de ultraleve sofrido por Herbert, em 2001, que deixou sequelas no vocalista.

Em cada disco deste projeto é possível detectar a evolução, do crescimento ao auge e, por fim, a sobrevivência da banda. Mas, para o trio, essa perspectiva é de difícil distinção De tão inseridos em todos esses contextos, explica Barone, é praticamente impossível perceber as nuances com o passar dos anos, dos discos, dos hits. É difícil olhar para o próprio umbigo. O que mais fica latente é que os últimos dez anos já são de uma sobrevida, com a volta do Herbert, analisa o baterista, de 48 anos.

Apesar das quase três décadas de carreira, Barone refuta a ideia de que se tornaram uma banda que vive do passado. Uma total fuga do sentimento nostálgico que costuma reinar entre bandas trintonas, ou entre as pessoas que se aproximam dos 50 anos de vida. Barone é o mais novo da turma. Bi e Herbert chegam aos 50 este ano.

Sempre rejeitamos isso. Estamos mais perto dos 80 anos do que dos anos 80, diz Barone. Apesar de negar o sentimento nostálgico, é preciso relembrar hits. Todo mundo quer ouvir ‘Óculos’ (do disco ‘O Passo do Lui’, de 1984) no show. É claro que precisamos tocar as músicas antigas, mas nunca apelamos.

Nem todos os sucessos entram no repertório da banda. Química, do disco de estreia, Cinema Mudo, de 1983, costuma ficar de fora. O Herbert queria tocar, mas fica difícil, conta Barone. A letra escrita por Renato Russo não combina com a atual fase do Paralamas (Não saco nada de física / Literatura ou gramática / Só gosto de educação sexual / E odeio química!). Fica meio anacrônico, né?, diz Barone.

Fica evidente, no Arquivo III, que o trabalho do Paralamas do Sucesso penou com o acidente sofrido por Herbert, que culminou na morte de sua mulher, Lucy. Após o desastre, o vocalista ficou 44 dias internado e perdeu o movimento das pernas. A banda levou quatro anos para lançar um disco de inéditas. Esses anos passaram muito rápido. Acho que esse último ‘Arquivo’ mostra que estamos retomando a carreira. Estamos nos reinventando, completa João Barone.

E é por isso que a caixa com os três discos se mostra tão bacana para quem gosta e/ou gostou do Paralamas. Não é, claro, uma abordagem profunda na carreira. São somente os sucessos, sem aqueles deliciosos lado B, ou encartes com histórias de bastidores da banda. A única diferença entre comprar os três discos separados e esse box é a caixa na qual os volumes estão reunidos. E ouvir Caleidoscópio e Alagados, por exemplo, faz aflorar um sentimento de nostalgia. Queiram eles, ou não.

SERVIÇO
Arquivo I, II e III
Paralamas do Sucesso
EMI
Preço: R$ 56


TRÊS DÉCADAS DE CARREIRA
Arquivo I, II e III reúnem 40 sucessos dos Paralamas, desde início da carreira, em 1983, até hoje, passando por todos os altos e baixos em quase 30 anos.
– Arquivo (1983-1990)

A EXPLOSÃO DOS ANOS 80
Um começo arrasador. Desde ‘Cinema Mudo’, lançado em 1983, e o sucesso ‘Vital e Sua Moto’ – a música, aliás, é uma das maiores faltas na compilação -, eles não pararam de crescer. Em 1985, a banda fez excelente show no Rock In Rio.
Principais sucessos:
– ‘Meu erro ’, do disco ‘O Passo do Lui‘ (1984)
– ‘Ska’, do disco ‘D’ (1987)
– ‘Lanterna dos Afogados’ , do disco ‘Big Bang’ (1989)
Arquivo II (1991 – 2000)

CARREIRA CONSOLIDADA
Já estabelecida, a banda lançou quatro discos de inéditas, além do primeiro CD ao vivo, o ‘Vamo Batê Lata’. ‘Severino’, de 1994, recheado de influências de música nordestina, não foi muito bem aceito. Em 1999, foi lançado o ‘Acústico’.

Principais sucessos:
– ‘Lourinha Bombril, do disco ‘9 Luas’ (1996)
– ‘Saber Amar’, do disco ‘Hey Na Na’ ( 1998)
– ‘Aonde Quer que eu Vá’ , inédita do ‘Arquivo II’ (2000)

Arquivo III (2001-2010)
UM NOVO CAMINHO

A década começou com um baque para a banda: o acidente de Herbert em fevereiro de 2001. O disco ‘Longo Caminho’, já estava gravado e foi lançado no ano seguinte. O ao vivo ‘Uns Dias Ao Vivo’ marcou a volta do vocalista. ‘Hoje’ (2005) e ‘Brasil Afora’ (2009) mostram uma banda que tenta se reerguer após a tragédia.

Principais sucessos:
– ‘A Lhe Esperar’, do disco ‘Brasil Afora’(2009)
– ‘Cuide Bem do Seu Amor’, de ‘Longo Caminho’(2002)
– ‘Seguindo Estrelas’, de ‘Longo Caminho’ (2002)
Barone, é praticamente impossível perceber as nuances com o passar dos anos, dos discos, dos hits. É difícil olhar para o próprio umbigo. O que mais fica latente é que os últimos dez anos já são de uma sobrevida, com a volta do Herbert, analisa o baterista, de 48 anos.
hoje, passando por todos os altos e baixos em quase 30 anos.
– Arquivo (1983-1990)

A EXPLOSÃO DOS ANOS 80
Um começo arrasador. Desde ‘Cinema Mudo’, lançado em 1983, e o sucesso ‘Vital e Sua Moto’ – a música, aliás, é uma das maiores faltas na compilação -, eles não pararam de crescer. Em 1985, a banda fez excelente show no Rock In Rio.

Principais sucessos:
– ‘Meu erro ’, do disco ‘O Passo do Lui‘ (1984)
– ‘Ska’, do disco ‘D’ (1987)
– ‘Lanterna dos Afogados’ , do disco ‘Big Bang’ (1989)

Arquivo II (1991 – 2000)
CARREIRA CONSOLIDADA

Já estabelecida, a banda lançou quatro discos de inéditas, além do primeiro CD ao vivo, o ‘Vamo Batê Lata’. ‘Severino’, de 1994, recheado de influências de música nordestina, não foi muito bem aceito. Em 1999, foi lançado o ‘Acústico’.

Principais sucessos:
– ‘Lourinha Bombril, do disco ‘9 Luas’ (1996)
– ‘Saber Amar’, do disco ‘Hey Na Na’ ( 1998)
– ‘Aonde Quer que eu Vá’ , inédita do ‘Arquivo II’ (2000)

Arquivo III (2001-2010)
UM NOVO CAMINHO

A década começou com um baque para a banda: o acidente de Herbert em fevereiro de 2001. O disco ‘Longo Caminho’, já estava gravado e foi lançado no ano seguinte. O ao vivo ‘Uns Dias Ao Vivo’ marcou a volta do vocalista. ‘Hoje’ (2005) e ‘Brasil Afora’ (2009) mostram uma banda que tenta se reerguer após a tragédia.

Principais sucessos:
– ‘A Lhe Esperar’, do disco ‘Brasil Afora’(2009)
– ‘Cuide Bem do Seu Amor’, de ‘Longo Caminho’(2002)
– ‘Seguindo Estrelas’, de ‘Longo Caminho’ (2002)