Quem acompanha a vida de Giovanna Antonelli, de 35 anos, pelas revistas, acha que a atriz carioca é namoradeira por vê-la emendar relacionamentos. Giovanna está no quarto casamento – com o ex-marido, o ator Murilo Benício, tem o primogênito Pietro, de 6. Mas, na entrevista a seguir, ela desmente a fama e diz ter semelhanças com sua romântica personagem Claudia, de Aquele Beijo, que sonha em se casar. Hoje, vive com Leonardo Nogueira, com quem teve as gêmeas Antônia e Sofia, de 1 ano. Não estou casada no papel, mas me sinto como se estivesse, conta ela, que se diz feliz com a carreira, que iniciou em 1991, no Clube da Criança, da Angélica.

Agência Estado — É seu primeiro trabalho com Miguel Falabella. Por que aceitou o papel?
Giovanna Antonelli — Eu sempre quis trabalhar com o Miguel. Recebi a sinopse e fiquei apaixonada pelo personagem. Todas as mulheres se identificam com a Claudia. Ela é bem resolvida financeiramente, profissionalmente e tem esse sonho do casamento.

Agência Estado —  E ela também marca a sua volta à TV depois da gravidez. O público já estava cobrando isso?
Giovanna Antonelli — Acabei a novela Viver a Vida (em maio de 2010) e foi o tempo de ficar aqui, curtindo as minhas filhas. Eu não conseguiria voltar antes. As Brasileiras (série prevista para 2012) foi o comecinho disso, eu saía de casa sofrendo. Mas não foi a primeira vez, antes tive o Pietro.

Agência Estado —  E a maternidade alterou a forma como você trabalha?
Giovanna Antonelli — Com certeza! A maternidade desperta outros sentimentos. Todos aqueles vazios que você sentia antes, e não sabia explicar, são preenchidos. E, consequentemente, isso te leva a novas posturas.

Agência Estado —  Diante disso, o que os 35 anos trouxeram para você?
Giovanna Antonelli — Ah, eu sempre esperei fazer os 30. Acho uma idade linda. Não espero tanto fazer os 40 anos (risos). Mas cada ano faz parte de uma história que você está construindo, assim como cada ruga faz parte de uma risada e de um sofrimento.

Agência Estado —  E teve a crise dos 30 anos?
Giovanna Antonelli — Não. Estou sendo feliz aos 30, desde que eu completei essa idade.

Agência Estado — Essa trajetória profissional começou no Clube da Criança. Foi na época da Xuxa ou da Angélica?
Giovanna Antonelli — O Clube era da Angélica, né?

Agência Estado — Sim, mas antes foi da Xuxa…
Giovanna Antonelli — Hum… Então, eu fui chamada para fazer um teste para ser assistente de palco no Clube da Criança (aos 13 anos), com a Angélica. Eu sempre quis ser atriz e aprendi muito ali. Eu nunca tinha entrado num estúdio de TV. Foi uma base para me espelhar.

Agência Estado — E como chegou lá?
Giovanna Antonelli — Eu treinava em casa, fiz comerciais de TV, teatro amador… Depois do Clube, fiz tudo o que aparecia. Corri atrás de testes para fazer novela… Não rolava, não rolava, não rolava. Daí, fiz Tropicaliente (1994), na Globo. Depois, fui para a Manchete, voltei para a Globo e só de Projac tenho 15 anos. Eu sempre brinco que vou aposentar cedo, porque minha carteira de trabalho foi assinada com 13 anos.

Agência Estado — Você era uma criança que já ficava imitando as pessoas na escola, mostrando o lado atriz?
Giovanna Antonelli — Eu era tímida para essa coisa expansiva na escola. Não gostava de apresentação de teatro, de nada disso. Mas eu gostava de fazer isso dentro de casa, onde eu comandava e fazia as pessoas fazerem do meu jeito. Não tive incentivo da minha família, porque essa profissão é muito difícil e, lá atrás, não era o que os meus pais desejavam para mim. Afinal, eles não sabiam se eu tinha talento ou não. Mas foi acontecendo…
Agência Estado — Mas você teve alguém da Globo que te deu uma força?
Giovanna Antonelli — Cada pessoa que eu conquistei foi batalhando. Até hoje, eu trabalho com todo mundo e acho que, a cada trabalho, conquisto espaço, pessoas, personagens. Subo um degrau a cada trabalho.

Agência Estado — E você se orgulha desse trabalho, né? Como lida com a abordagem na rua, com os paparazzi?
Giovanna Antonelli — Bom, depois de 20 anos fazendo a mesma coisa, você não se sente diferente de ninguém. Minha profissão é ir lá todo dia, bater o meu crachá e é isso que me dá um imenso prazer. Agora, quando o paparazzi é invasivo, é chato… A famosa, por exemplo, sou eu, não os meus filhos. Mas fazer o que, né? Tem de relaxar.

Agência Estado — Por isso, acaba tendo um pouco de preguiça de sair na rua?
Giovanna Antonelli — É que sou muito caseira. Meu programa favorito é sair para jantar, mas eu sou bem preguiçosa.

Agência Estado — Não para trabalhar, não é? Você também está no filme The Heartbreaker. Quando estreia?
Giovanna Antonelli — O filme (uma comédia romântica, do diretor Roberto Carminati) a gente rodou há quatro anos, em Boston (EUA) e no Sul (do Brasil). Foi uma experiência incrível interpretar em outra língua. Mas o filme está num sai, não sai. Estou torcendo para sair logo.

Agência Estado — Você tem domínio do inglês ou foi estudar para o filme? Almeja uma carreira internacional?
Giovanna Antonelli — Estudei para fazer o filme. E não almejo uma carreira, mas não negaria um trabalho legal.

Agência Estado — E quem são suas referências no cinema internacional?
Giovanna Antonelli — Tem muita gente, né? (Robert) De Niro, Al Pacino, Jack Nicholson, Julia Roberts, que eu adoro. Sou apaixonada pelos filmes da Shirley MacLaine. O Woody Allen, que sempre que vou a Nova York, não deixo de assisti-lo tocando clarinete num hotel.

Agência Estado — Voltando à novela, na coletiva de imprensa, você disse que não faz planos de oficializar uma união…
Giovanna Antonelli — Meu amor, olha só: na coletiva, me perguntaram da personagem e se eu tinha esse sonho (de casar na igreja). Falei que esse não era meu sonho. Isso não quer dizer que eu não tenha vontade de oficializar a minha união, entende?

Agência Estado — Mas você deseja ou não casar de branco numa igreja?
Giovanna Antonelli — Não é um sonho, mas não quer dizer que eu não faça. Eu já sou casada com o meu marido…

Agência Estado — E desde sempre você foi certinha ou já cometeu abusos?
Giovanna Antonelli — Gosto muito de sair com os meus amigos, ficar de papo até as 7 horas da manhã, entendeu? A gente não tem hora, mas se puder ser na casa de alguém, é melhor. Não tenho a menor paciência de ficar em boate, na badalação.

Agência Estado — O Leonardo é o seu quarto casamento. Você sempre foi namoradeira ou, na verdade, não gosta de estar sozinha?
Giovanna Antonelli — Eu sempre quis encontrar uma pessoa para construir uma vida, como todas as mulheres e os homens almejam em algum momento. Não casei com o Léo no papel, mas me sinto casada.
Agência Estado — Então, não é por medo de ficar sozinha, né?
Giovanna Antonelli — Não, pelo contrário. Várias vezes, tive vontade de ficar sozinha.

Agência Estado — E a novela fala muito disso, de destino. Você acredita nisso?
Giovanna Antonelli — A gente tem de acreditar que existe alguma coisa, porque traz esperança e alimenta o coração.

Agência Estado — E, em algum momento, já quis saber do destino? Por exemplo, procurou uma cartomante?
Giovanna Antonelli — Já fui algumas vezes, mas muito pouco, posso contar nos dedos da mão. Acredito em tudo, sabe? Rezo, penso em Deus, mas o mais importante é ter fé.

Agência Estado — Então, você não tem medo de nada? Só de avião, é isso?
Giovanna Antonelli — Com certeza. Não lembro como começou, mas, desde pequena, fico com medo. Eu viajava muito com meus pais. Acho que a primeira foi para a Disney, com 4 anos, não lembro…