Criada em Manchester, na Inglaterra, a partir das “cinzas” do Joy Division (logo após a morte do vocalista desta, Ian Curtis), o New Order surgiu com toda a carga de desconfiança e descrença de críticos e fãs, que julgavam quase impossível a banda atingir a relevância que o grupo anterior havia conseguido.

Apesar do Joy Division só ter realmente estourado após o suicídio de Ian Curtis, a sua relevância, não só para a música, mas para a cultura dos anos 80, é de suma importância. Logo, os integrantes remanescentes, Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris, sabiam da grande responsabilidade que escolheram ter em mãos. Mas como algo que está predestinado a acontecer, dificilmente pode dar errado, o New Order acabou mudando todo o cenário desfavorável que se erguia perante o projeto e conseguiu imprimir a sua marca, de uma forma mais avassaladora ainda.

Ou você consegue enxergar a música, a partir de meados dos anos 80, sem a influência do New Order? Boa parte dos grupos surgidos entre o final da chamada “década perdida”, quanto dos anos 90 e, principalmente, nos anos 2000, carregam misturas variadas de cada uma das fases da banda, o que corrobora o óbvio: com a sua mescla de rock e música eletrônica, o New Order cravou o seu lugar no pódio dos melhores e mais importantes conjuntos de rock da história.

Apesar de já ter passado algumas vezes pelo Brasil, o New Order retorna esta semana, para realizar três shows que prometem marcar, positivamente, este final de 2018. A turnê acontece em São Paulo (28), passando por Uberlândia (30) e realizando a sua despedida em Curitiba, no próximo domingo, dia 02 de dezembro. Sem Hook, que deixou o grupo em 2007, a nova formação, que conta, além de Sumners e Morris, com Gillian Gilbert, Tom Chapman (substituindo Hook) e Phil Cunningham, a banda promete revisionar todos os seus novos e antigos sucessos, em uma noite que não deve ser menos que inesquecível.

Então, para começar a animação, selecionamos aqui os melhores álbuns da discografia da banda, do pior para o melhor, para que você possa se preparar, ou se for o caso, descobrir/redescobrir a obra desta que é, com certeza, uma das peças mais importantes da cultura musical dos últimos 40 anos. Boa audição!

P.S.: Apenas os álbuns de estúdio entraram na seleção, coletâneas e outros registros foram deixados de fora.

 

10º) Lost Sirens (2013)

Pouco lembrado pelos fãs e admiradores, o álbum reúne sobras do disco anterior do grupo, “Waiting For The Sirens’ Call”, de 2005, mas é importante por marcar o retorno de Gillian Gilbert ao New Order, após um afastamento de mais de uma década.

 

09º) Waiting For The Sirens’ Call (2005)

O segundo álbum lançado nos anos 2000 veio à tona em meio à efervescência de bandas como Franz Ferdinand e The Killers (claramente influenciadas pelo estilo musical do New Order), mas não fez feio na época.

 

08º) Music Complete (2015)

Excetuando “Lost Sirens”, de 2013, foi o primeiro álbum de músicas realmente inéditas do New Order nesta década. Pode-se dizer que, desde “Technique”, de 1989, um álbum do New Order não soava tão New Order como esse. A verdadeira ponte para a conquista de novos ouvintes.

 

07º) Republic (1993)

Tentando fugir do aspecto datado da música dos anos 80, o primeiro registro do New Order na década de 90 prima pela irregularidade na cozinha musical, mas gerou boas canções, como o hit “Regret” e “Chemical”. Após este lançamento, a banda entrou em um hiato, retomando as atividades apenas em 1998.

 

06º) Get Ready (2001)

Após pouco mais de sete anos sem lançar um novo álbum, o New Order retomava as atividades com este trabalho que, se desapontou os mais saudosistas de alguma forma, apontou novas possibilidades para o som do grupo, de uma maneira mais eficaz que “Republic”.

 

05º) Movement (1981)

No álbum de estreia, o New Order buscava construir o próprio estilo musical e fugir das comparações com o Joy Division. Não foi totalmente possível essa ruptura, mas o conjunto de canções já apontava o que o grupo entregaria ao público anos depois.

 

04º) Brotherhood (1986)

Puxado pelo grande hit “Bizarre Love Triangle”, o New Order conseguiu conquistar o mercado americano de vez com este trabalho (e, consequentemente, o mundo todo). Pode-se dizer que a identidade musical do grupo foi definida com este álbum.

 

03º) Technique (1989)

Criado sobre as bases do estilo musical conhecido como “acid rock”, que se popularizou no final da década de 80, o New Order deu prosseguimento à ruptura iniciada com “Brotherhood”, atingindo aqui a sua maturidade musical.

 

02º) Low-Life (1985)

Antes de “Brotherhood”, foi o primeiro trabalho do grupo a entrar na parada americana, o que serviu para começar a popularizar o som do New Order para além da Inglaterra. Fugindo da abordagem synthpop do álbum anterior, “Power, Corruption & Lies”, “Low-Life” já mostrava uma necessidade de atualização da música do grupo, sentida com maior eficácia no disco posterior, “Brotherhood”.

 

01º) Power, Corruption & Lies (1983)

Lançado logo depois do estouro da canção “Blue Monday”, que tomou de assalto as pistas de dança da Inglaterra naquele ano, este álbum pode ser considerado o grande exemplar do gênero “synthpop”, que já tinha o Depeche Mode como um grande expoente. Aqui, a mistura de rock e de música eletrônica construída pelo New Order, começava a dissipar a ligação do grupo com o pós-punk do Joy Division, em um trabalho que serviu de inspiração para várias outras bandas que surgiram depois.