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Jackson em 1949 e em 2023: jogador histórico (fotos: reprodução / Athletico.com.br)

O ex-meia-atacante Jackson, remanescente do Athletico de 1949, completou 100 anos neste sábado (24) com direito a festa e homenagens. Ele fez parte do time campeão estadual de 1949, que ficou conhecido como “Furacão”, e chegou aos 100 anos exatamente no ano em que o Athletico comemora o centenário de fundação.

Na festa, celebrada com familiares e amigos, Jackson até cantou o hino do Athletico. Ganhou do clube um porta-retrato com uma foto dele restaurada com inteligência artificial e uma camisa com seu nome e o número 100 nas costas.

“Privilégio para poucos ter um ídolo de um povo tornar-se centenário no mesmo ano do clube e ainda estar lúcido para vivenciar isso”, disse o pesquisador Rogerio Michailev, especialista em história do Athletico.

História

Como jogador, o meio-campista é até hoje o segundo maior artilheiro da história do clube, com 150 gols. O líder desse ranking é o também meio-campista Sicupira, que morreu em 2021, aos 77 anos. Ele soma 157 gols pelo clube.

Jackson nasceu em Paranaguá, no Litoral do Paraná, mas foi criado em Antonina (também no Litoral). Seu pai, José Thomaz Nascimento, era torcedor do clube rubro-negro e foi um dos fundadores do Club Athletico Antoninense. Foi lá que Jackson iniciou sua trajetória no futebol. E onde jogou até os 11 anos, quando veio estudar em Curitiba.

“Em 1939, ingressou nas equipes de base do Athletico. Passou pelos juvenis, pelos aspirantes e em 1944 fez sua estreia como profissional Jackson jogou no time principal do Athletico entre 1944 e 1957. Ao longo desses 13 anos, só esteve longe da Baixada entre 1950 e meados de 1952. Nesse período, ele defendeu o Corinthians, onde foi campeão paulista em 1951. Foram mais de 300 jogos com a camisa rubro-negra, com as conquistas do título estadual em 1945 e 1949”, contou o site oficial do Furacão.

“Durante a maior parte de seus 11 anos de Athletico, Jackson formou uma dupla infernal ao lado do ponta Cireno. Com tabelas em alta velocidade, dribles implacáveis e centenas de gols, eles foram consagrados como a melhor ala esquerda do futebol paranaense. A curiosidade é que ambos, Jackson e Cireno, eram destros. E faziam aniversário no mesmo dia, 24 de agosto. Cireno nos deixou em 2012. Se estivesse vivo, completaria hoje 101 anos. Ele é o quinto maior artilheiro da história do clube, com 114 gols”, relatou o site oficial do Athletico.

Em 1949, o Athletico passou a jogar com números nas camisas. A novidade era preparatória para a Copa do Mundo de 1950, que seria realizada no Brasil e traria pela primeira vez a numeração no uniforme dos atletas. Meia-esquerda da equipe, Jackson recebeu a camisa 10.

O time de 1949 marcou para sempre a identidade do Athletico. Com dez goleadas seguidas, o garantiu o título estadual com duas rodadas de antecedência. E ficou para sempre conhecido como o Furacão. Jackson era uma das principais peças do ataque arrasador, que marcou 49 gols em 12 partidas. Além de balançar as redes dez vezes, contribuiu com dezenas de assistências e jogadas que viraram lendas.

Ao final da temporada, os jogadores do Furacão original receberam do clube o título de “doutores em futebol”, com direito diploma, anel de grau e baile de formatura.

Jackson foi para o Corinthians em 1950 e em 1953 estava de volta ao Athletico. Ele fez sua última partida pelo clube paranaense no dia 21 de abril de 1957 — e marcou o segundo gol do Furacão no empate em 2 a 2 com o Água Verde, na Baixada. O Rubro-Negro não estava bem no campeonato e a diretoria decidiu demitir o renomado treinador Filpo Núñes. E Jackson, que já ensaiava pendurar as chuteiras, decidiu encerrar de vez a carreira de atleta e assumir o comando do time.

Ele treinou a equipe até o final da temporada. No início de 1958, Joaquim Loureiro foi contratado, mas só permaneceu no cargo até a metade do campeonato. Jackson, que tinha permanecido como membro da comissão técnica, foi novamente chamado. E junto com Caju e Stengel Guimarães, levou o time a mais um título estadual.

Em 2024, o Bem Paraná fez uma eleição de duas equipes para representar os 100 anos do Athletico. A segunda equipe tinha jogadores dos últimos 30 anos. Já a primeira trazia jogadores de 1924 a 1994. Jackson foi o mais votado entre os atacantes e entrou na equipe ideal. No geral, o mais votado foi o meia-atacante Sicupira.