Athletico perde para o Racing, é eliminado da Sul-Americana e iguala recorde negativo

Athletico e Racing: derrota por 4 a 1 é a maior da história do Furacão na competição, igualando marca de 2006

Silvio Rauth Filho
Racing x Athletico

Racing x Athletico (Crédito: Divulgação/Athletico/Gustavo Oliveira)

O Athletico Paranaense está fora da Copa Sul-Americana 2024. A eliminação ocorreu nessa quinta-feira (dia 26) à noite, em Avellaneda, na Argentina, com a derrota por 4 a 1 na partida de volta das quartas-de-final. No jogo de ida, em Curitiba, o Furacão venceu por 1 a 0 e só precisava de um empate para avançar. Se perdesse por um gol, a decisão da vaga seria nos pênaltis. O time argentino necessitava de uma vitória por dois gols de diferença para se classificar.

Agora, na semifinal, o Racing vai enfrentar o Corinthians, que passou pelo Fortaleza nas quartas de final.

Com a eliminação, o Furacão agora só terá o Campeonato Brasileiro para fechar seu ano de aniversário de 100 anos. Antes, foi campeão do Paranaense e caiu nas quartas da Copa do Brasil.

Recorde negativo

O placar dessa quinta-feira igualou a maior derrota do Athletico na história da Copa Sul-Americana: 4 a 1 para o Pachuca, no México, na semifinal de 2006.

Marca negativa

A derrota em Avellaneda foi a partida com mais gols sofridos pelo Athletico nos últimos dois anos. Em 2024, a pior marcar havia sido a derrota por 3 a 1 para o Bahia, em julho, pelo Brasileirão, sob o comando do interino Juca Antonello. A última vez com quatro gols sofridos havia ocorrido na derrota por 4 a 2 para o Bragantino, na 33ª rodada do Brasileirão 2022. A última derrota por goleada havia ocorrido na 22ª rodada do Brasileirão 2022: 5 a 0 para o Flamengo.

História
O clube paranaense disputou a Sul-Americana pela 9ª vez e buscava seu 3º título – foi campeão em 2018 e 2021. O Racing disputou 12 edições da Libertadores e sete da Sul-Americana. Essa é a melhor campanha do time argentino na ‘Sula’ – antes, o recorde era as quartas de final de 2017. Na Libertadores, o grande momento foi em 1967, com a conquista do título.

Lucho

O jogo marcou a estreia do técnico Lucho González no Athletico. Ele substitui o uruguaio Martín Varini, demitido na última segunda-feira.

Artilheiro

O Racing tem o artilheiro da Copa Sul-Americana. É o centroavante argentino Adrián Martínez, com 9 gols em 10 jogos. Ele está à frente do uruguaio Gonzalo Mastriani, que fez 7 gols pelo Athletico na edição 2024.

Escalação do Athletico

A única baixa era o volante Fernandinho, lesionado. Lucho fez uma mudança em relação ao time de Varini, tirando Christian e colocando o lateral-direito Leo Godoy. Erick, que antes vinha atuando como lateral, voltou a jogar como volante. O esquema tático foi o tradicional 4-2-3-1, com Cuello (direita), Canobbio (esquerda) e Zapelli (centro) na linha de três.

Primeiro tempo

O jogo começou com gol. Já aos 18 segundos, o volante Gabriel cortou mal e Almendra ficou livre para chutar forte de fora da área. A bola morreu no ângulo: 1 a 0. O Athletico manteve a linha de quatro e os dois volantes recuados. E apostou em bolas longas para o quarteto ofensivo. A estratégia rendeu poucos frutos ofensivos. Aos 23, o lateral Leo Godoy avançou para apoiar pela primeira vez no jogo e levou uma bola nas costas. Roger Martínez cruzou e o centroavante Adrián Martínez, ex-Coritiba, cutucou: 2 a 0. O Racing manteve uma postura média desde o início do jogo e não teve dificuldades para atacar com frequência, contando sempre com erros individuais do adversário.

Reclamação de pênalti e mais um gol

A partir dos 30 minutos, o Athletico se lançou ao ataque, avançando os dois laterais e um volante. Aos 40, o time pediu pênalti em Canobbio, em lance com Di Cesare. A imagem da TV deixa dúvidas. Aos 42, gol do Racing, quando Gabriel errou um recuo e Quintero disparou livre, invadiu a área e rolou para Roger Martínez fazer 3 a 0.

Segundo tempo

No intervalo, entraram o centroavante Pablo, o meia/extremo Nikão e o meio-campista Christian. Saíram Erick, Lego Godoy e Mastriani. Com isso, Cuello virou lateral-direito. A reação foi imediata. Logo aos 2 minutos, Canobbio enfiou e encontrou Nikão entrando na área. Ele chutou fraco e o goleiro falhou: 3 a 1. O Furacão seguiu com a mesma postura ofensiva do fim do 1º tempo e conseguiu levar perigo em alguns momentos. Aos 21, saiu Gabriel e entrou o meia João Cruz.

Goleada no fim
O jogo ficou equilibrado nos 20 minutos finais, mas com as melhores chances para o Racing. O mandante fez o 4º gol aos 31, em rebote após escanteio e belo chute de fora da área de Martirena: 4 a 1. O Athletico teve gol anulado aos 48, em boa jogada de Cuello, que cruzou para Christian marcar de cabeça. O VAR anotou impedimento no lance.

Estatísticas

Nos 90 minutos, o Athletico teve 55% de posse de bola, 13 finalizações (3 certas) e 11 faltas cometidas. O Racing terminou com 13 arremates (6 certos) e 14 faltas cometidas. Os dados são do Sofascore.

RACING 4×2 ATHLETICO
Racing: Arias; Di Cesare, Santiago Sosa e Quiros; Martirena, Nardoni, Almendra (Zuculini) e Rojas (Mura); Quintero (Salas); Roger Martínez e Adrián Martínez (Conti). Técnico: Gustavo Costas
Athletico: Mycael; Leo Godoy, Kaique Rocha, Thiago Heleno e Esquivel; Gabriel (João Cruz) e Erick (Christian); Cuello (Nikão), Zapelli (Di Yorio) e Canobbio; Mastriani (Pablo). Técnico: Lucho González
Gols: Almendra (1-1º), Adrián Martínez (23-1º), Roger Martínez (42-1º), Nikão (1-2º), Martirena (31-2º) e Christian (48-2º)
Cartões amarelos: Almendra, Nardoni (R). Erick, Canobbio (A).
Árbitro: Andrés Rojas (Colômbia)
Local: Estádio El Cilindro, em Avellaneda (Argentina)