O presidente do Conselho Administrativo e atual CEO do Athletico Paranaense, Mario Celso Petraglia, explicou nessa segunda-feira (dia 8) o interesse do clube em se transformar numa Sociedade Anônima do Futebol (SAF). “Com esse modelo atual, batemos no teto”, declarou o dirigente, em entrevista coletiva, transmitida via Youtube. “Queremos conquistar o título do Brasileiro de pontos corridos”, disse. “Para isso precisamos crescer nossos investimentos e recursos”, argumentou.
“Não tenho nenhuma dúvida que é o futuro. Aquele que não se transformar, que não buscar capital, além das receitas tradicionais que já temos, como bilheteria e patrocínio, não vai sobreviver”, disse Petraglia. Para ele, porém, é preciso mudar a cultura do futebol brasileiro. “O Brasil ainda não está preparado para os clubes terem dono, como existe em todo mundo. Ainda há a cultura que o torcedor se sente dono do clube só por torcer. Até brincam muito comigo que o Athletico tem dono, que o Petraglia é dono. Eu não sou dono. Eu estou dono”, afirmou.
“Quero passar a tranquilidade que uma vez aprovado, uma vez aberto capital, nos tornaremos a noiva mais bonita do mercado no Brasil. E já estamos sendo procurados por vários noivos”, garantiu.
Petraglia também explicou por que o Athletico não se transformou em clube-empresa antes. Antes da legislação da SAF, aprovada em 2021, a conversão para empresa implicava em uma alta carga tributária. “Esse ano conseguimos aprovar a lei da socidades anônimas, com a tributação ainda não isonômica, mas com uma tributação mais justa. A sociedade sem fins lucrativos é isenta. E quem se transforma em empresa é tributado. Mas isso vamos brigar lá na frente”, declarou.
A possível implementação do processo de transformação em SAF será votado pelos sócios do clube em Assembleia Geral na quinta-feira, das 10h às 19h, em formato digital, conforme edital publicado. Segundo Petraglia, a votação será para autorizar o conselho a fazer todos os estudos sobre esse processo. “Essa aprovação é uma mera transferência para o conselho fazer estudos”, disse.
Petraglia descartou a abertura de capital na bolsa de valores. “Não há a cultura no Brasil”, disse. A proposta básicamente é de vender 50% para um investidor e permanecer 50% com o clube — e com a FUNCAP (Fundação Athletico Paranaense) como controladora.
