Mario Celso Petraglia (Crédito: Geraldo Bubniak/Arquivo Bem Paraná)

O presidente do Athletico Paranaense, Mario Celso Petraglia, relevou interesse do grupo do Manchester City na compra da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube paranaense, admitiu que pode vender mais de 50% da SAF (entregando o controle) e fez críticas ao rival Coritiba. As declarações foram em entrevista para o jornalista Rodrigo Capelo, especializado em negócios do Esporte.

“O próprio Manchester City, o grupo, nos sondou”, contou Petraglia, explicando em seguida, porém, que as negociações não avançaram. E admitiu que o Athletico pode vender mais da metade da SAF, perdendo assim o controle. “Nós estamos à venda. Nossa posição era de que venderíamos só a parte minoritária, mas com o andar da carruagem, do mercado, se tiver uma oferta de um parceiro que realmente dê para casar… Porque é casamento, né? Futebol é complicado. Nós pensamos até na venda do controle acionário. Ele tem que estar envolvido nos novos projetos, o clube quer se tornar a nível sul-americano um dos top four, então tem que investir”, afirmou.

Petraglia também criticou a SAF do Coritiba. “É uma incógnita. Ninguém sabe como é, como eles fizeram, é uma caixa-preta. Eles não deram satisfação para mercado, ninguém. Para nós, não afetou nada. Está tão distante atualmente, nós do Coritiba. Eles vão, se não tiver uma reação hercúlea no segundo turno, cair para a segunda divisão”, disse. Perguntado se a negociação do Coxa atrapalhou, o dirigente atacou. “Sempre atrapalha, né? Se o seu vizinho vende a casa dele por um troco, baliza o teu preço, né?”, respondeu.

Não há pressa nas negociações para vender da SAF do Athletico, explicou Petraglia. “Fizemos agora um roadshow nos Estados Unidos e não temos pressa”, contou. E detalhou os motivos para vender. “Nós batemos no teto, eu diria. Chegamos no nosso limite. Nossa torcida é reduzida, um terço da torcida do Atlético-MG, do Cruzeiro, do Grêmio e do Internacional, que são clubes que maturaram na década de 70. O Athletico ficou pra trás. A maturação tem acontecido agora, no final do século, e leva 50, 60 anos para formar uma torcida. Ainda o Paraná é um fenômeno à parte, porque são três Paranás. O Paraná paranaense, o gaúcho e o paulista. Temos essa dificuldade ainda, mas estamos crescendo”, argumentou. “Hoje já somos a maior torcida do estado; quando chegamos, era o Corinthians”, completou.

O grande atrativo para os investidores, segundo o dirigente, é o projeto para tornar o Athletico a maior potência de categorias de base do mundo. “O clube quer se tornar o maior formador de atletas do futebol do planeta, ou seja, queremos grande parte deste capital que deve entrar para destinar à formação de jovens. Trazer jovens da África, da Austrália, da América, da Europa, que seja, trazer para cá para formar”, disse.

Petraglia está oficialmente afastado do Athletico desde junho, por motivo de saúde. Na entrevista, ele explicou. “Não me sinto na condição de voltar plenamente, então estou atendendo o clube de casa, por telefone, videoconferência”, afirmou.