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Gabriel Araújo posa para foto em pódio em Paris 2024 (Foto: Alexandre Schneider / CPB)

As primeiras medalhas do Brasil na Paralimpíada de Paris vieram já no primeiro dia de competições. O nadador mineiro Gabriel Araújo, 22, ganhou a primeira medalha para o Brasil nesta quinta-feira, 29, ao conquistar o ouro nos 100m costas da classe S2 (limitações físico-motoras).

Além dele, o Brasil conquistou outras duas medalhas no dia, também na natação. O pernambucano Phelipe Andrews Rodrigues ganhou a prata 50m livre S10 (limitações físico-motoras) masculino e Gabriel Bandeira, o bronze, nos 100m borboleta S14 (deficiência intelectual).

Em sua segunda participação em Jogos Paralímpicos, Gabrielzinho tem agora quatro medalhas, sendo três ouros (50m livre, 200m livre, 100m costas) e uma prata (100m costas). As outras três medalhas foram conquistadas em Tóquio 2020. O mineiro venceu a prova apenas um dia depois de ser um dos porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos, ao lado da paulista Beth Gomes, do atletismo, em desfile que percorreu cerca de 2,5 quilômetros, da Champs-Elysées até a Place de la Concorde.

“É uma prova muito difícil, é uma prova que mexe comigo, tanto por ter sido prata (Tóquio), porque é a prova mais difícil para mim, e eu trabalhei muito para isso. Eu e meu treinador, a gente trabalhou para caramba, e a gente fez de tudo para que essa medalha de prata virasse ouro, e assim, eu ficaria muito feliz com ouro, mas do jeito que foi a prova, sem igual, porque eu não nadei, não, eu amassei a prova, eu acabei com a prova, então eu estou feliz demais, um sonho realizado, e posso gritar que eu sou campeão dos 100 metros costas”, disse Gabrielzinho.

Além dele, outro Brasil conquistou outras duas medalhas no dia, também na natação. O pernambucano Phelipe Andrews Rodrigues ganhou a medalha de prata nos 50m livre S10 masculino. Ele fez a prova em 23s54. O ouro ficou com o australiano Thomas Gallagher com 23s40 e o bronze com o compatriota dele, Rowan Crothers, com 23s79. Essa foi a nona medalha em Jogos Paralímpicos do nadador. Ele chega a seis pratas e três bronzes, o maior medalhista da delegação brasileira presente em Paris.

O paulista Gabriel Bandeira conquistou a medalha de bronze na prova 100m borboleta S14 com o tempo de 55s08. O ouro ficou com o dinamarquês Alexander Hillhouse (54s61) e a prata com o britânico William Ellard (54,86).

Goalball

O Brasil estreou com vitória no masculino e empate no feminino no torneio de goalball dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, em duelos realizados nesta quinta-feira (29), na Arena Paria 6, palco da modalidade na capital francesa. As mulheres entraram em quadra primeiro e venciam a Turquia, atual bicampeã, até dois minutos para o fim do jogo, quando sofreram o terceiro gol que decretou o placar final: 3 a 3. Moniza marcou dois gols, e Jéssica Vitorino anotou outro, todos em penalidades.

“A gente veio para cá determinadas a segurar a defesa, era o mais importante. E o gol seria construção e, às vezes, viria em erros das adversárias, como aconteceu hoje. A cada jogo, faremos isso, a defesa é o nosso foco. A Turquia é um time muito forte, atuais campeãs mundiais e paralímpicas, e acho que foi um jogo bem equilibrado. Daqui para frente, é só crescimento”, analisou a brasiliense Jéssica, de 31 anos, que participa de sua segunda Paralimpíada.

Mais tarde, os homens despacharam a França diante de um ginásio lotado e iniciaram bem a caminhada pelo bicampeonato: 8 a 5. O destaque foi André Dantas, autor de quatro gols. Romário fez outros dois, e Leomon Moreno e Parazinho completaram a conta.

“Jogar com o ginásio cheio torcendo pelos nossos adversários foi uma sensação que mexeu bastante com nossas emoções, mas mantivemos os pés no chão e sabíamos qual era a proposta do nosso jogo. Temos de manter o foco naquilo que viemos fazer”, analisou o também brasiliense Dantas, de 29 anos.

O Brasil volta à quadra já nesta sexta-feira. Primeiro, o time masculino encara os EUA, às 4h (de Brasília). A partir das 5h30, será a vez da equipe feminina, que enfrentará Israel, terceira colocada do último Campeonato Mundial.

Taekwondo

A gaúcha Maria Eduarda Stumpf, estreante em Jogos Paralímpicos, foi eliminada neste primeiro dia de Paris da categoria até 52kg do taekwondo ao perder na repescagem por 8 a 6 para a turca Meryem Cavdar

Tênis de mesa
O Brasil estreou no tênis de mesa com três vitórias e três derrotas na primeira sessão desta quinta-feira, 29, na Arena Paris Sul. Os primeiros brasileiros a entrarem em ação foram os paulistas Luiz Filipe Manara e Claudio Massad, pela classe MD18. Eles venceram os espanhóis Jorge Cardona e Ander Cepas, de virada, por 3 sets a 1 (9/11, 11/9, 11/9 e 11/6).

Depois foi a vez das duplas femininas da classe WD5 (cadeirantes) estrearem nos Jogos Paralímpicos de Paris. As paulistas Joyce Oliveira e Cátia Oliveira derrotaram as egípcias Fawsia Elshamy e Ola Soliman por 3 sets a 0 (11/1, 11/7 e 11/4). Com o resultado, avançaram às semifinais e já garantiram um pódio para o Brasil. A partida da próxima fase será nesta sexta-feira, 30, às 7h (de Brasília).

“Na minha carreira faltam duas medalhas, a medalha mundial e a medalha paralímpica. Agora esse sonho está sendo realizado, o bronze já está garantido, mas a gente vai em busca que nosso objetivo não é o bronze. A gente tem um sonho maior, a gente quer buscar o ouro, a gente tem… eu e a Cátia a gente está bem focada e a gente tem chance de buscar esse ouro. Agora é focar e dar nosso melhor”, disse Joyce.

Apesar de uma aparente tranquilidade no resultado e durante a partida, as brasileiras disseram que esconderam o nervosismo.

“A gente tenta mostrar para as adversárias, para todo mundo, que a gente está bem. Mas por dentro, nós estamos ali pegando fogo, as borboletas estão pulando. Mas graças a Deus, a gente conseguiu controlar essas borboletas, esse nervosismo. E conseguimos focar nisso, essa vitória de 3 a 0”.

A dupla mista formada pela catarinense Bruna Alexandre e pelo paulista Paulo Salmin ganhou dos suecos Jonas Hansson e Anja Handen, por 3 sets a 0 (1/11, 4/11 e 8/11), na classe XD 17, e avançou para a próxima fase. A dupla brasileira é a atual campeã mundial nas duplas mistas. Essa foi a estreia da mesa-tenista Bruna Alexandre nos Jogos Paralímpicos de Paris após a sua participação nas Olimpíadas na mesma cidade.

Já outras três duplas brasileiras foram eliminadas nesta tarde francesa. Também pela classe WD5, a brasiliense Carla Maia e a mineira Marliane Santos perderam para as chinesas Jing Liu e Juan Xue por 3 sets a 0 (11/5, 11/4 e 11/2).

Na classe WD20, a fluminense Sophia Kelmer e a paulista Jennyfer Parinos foram superadas pelas chinesas Guiyan Xiong e Chunxiao Hao, também por 3 sets a 0 (11/1, 11/5 e 11/7).

Os paulistas Lucas Arabian e Catia Oliveira perderam para as chinesas Panfeng Feng e Ying Zhou por 3 sets a 1 (11/7, 7/11, 11/3 e 11/7) nas duplas mistas classe XD7.

Tiro com arco
Os brasileiros participaram no início desta quinta-feira da classificatória, que define os cruzamentos das oitavas de final do tiro com arco.

Na classe W1 (atletas com deficiências graves, em três ou quatro membros – braços e nas pernas) feminino, a paranaense Juliana Cristina Ferreira ficou em 11º lugar e vai disputar uma vaga nas quartas de final contra a britânica Vitoria Kingstone, no dia 31 de agosto, às 4h34 (horário de Brasília).

Na classe W1 masculina, o cearense Eugênio Franco acabou na 11ª colocação também e enfrenta por uma vaga nas quartas de final o norte-americano Jason Tabansky no dia 1º de setembro, às 5h08 (horário de Brasília).

Vôlei sentado
O vôlei sentado feminino estreou com vitória no primeiro dia de disputas dos Jogos Paralímpicos, ao fazer 3 sets a 0 (parciais de 25/13, 25/10 e 25/07) sobre a Ruanda.

O destaque da partida foi a ponteira paulista Suellen Dellangelica, com 23 pontos. A atacante mineira Janaína Petit foi a segunda maior, com 9

O Brasil volta à quadra no sábado, 31, contra o Canadá, às 15h (horário de Brasília). O grupo ainda conta com a Eslovênia.

“Toda estreia é tensa. Foi um bom jogo, deu para soltar um pouquinho, no segundo set começamos a desenrolar mais um pouco”, disse Suellen.

No próximo confronto, o rival será o Canadá, na briga direta pela liderança do grupo.

“Nosso maior objetivo é ganhar todos os jogos, mas independentemente de sairmos em primeiro ou segundo vai ter um confronto difícil na semifinal, contra China ou Estados Unidos, então temos que pensar em ganhar os jogos para ganhar confiança”, concluiu Suellen.