A seleção brasileira de rugby
A seleção brasileira de rugby (Crédito: Divulgação/CBRU)

A Seleção Brasileira Feminina de Rugby XV fez história neste sábado no Rugby XV (rugby de 15 atletas) ao se classificar pela primeira vez à Copa do Mundo de Rugby (Rugby World Cup), maior evento do esporte. A vaga veio em vitória sobre a Colômbia por 34 a 13, neste sábado, em Asunción (Paraguai).

As Yaras fizeram história ao conquistar inédita classificação à Copa do Mundo de Rugby, cuja próxima edição será em 2025 na Inglaterra. Maior evento da modalidade, a Copa do Mundo é jogada de quatro em quatro anos e foi expandida para 16 seleções, com a América do Sul garantindo uma vaga direta pela primeira vez. A decisão sul-americana ocorreu em partida entre Brasil e Colômbia, em sede neutra, no Paraguai, com as Yaras conquistando inédita vitória por 34 a 13.

O Brasil conta com três atletas do rugby paranaense: Julia e Larissa, do Curitiba Rugby, e Barth, do Maringá.

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Julia, Juarez Villela Filho, Larissa e Barth (Crédito: Divulgação/CBRU)

Ficha do jogo

  • Brasil: 15 Fernanda Tenório, 14 Isadora Lopes, 13 Giovanna Barth, 12 Mariana Nicolau, 11 Yasmim Soares, 10 Raquel Kochhann, 9 Aline Mayumi, 8 Íris Coluna, 7 Letícia Medeiros, 6 Camilla Ísis Carvalho, 5 Sofia Arantes, 4 Eshyllen Coimbra (c), 3 Taís Prioste, 2 Júlia Leni, 1 Samara Costa;
  • Suplentes: 16 Isabela Gomes, 17 Patrícia Lima, 18 Carolina Palazzini, 19 Marcelle Souza, 20 Larissa Alves, 21 Luiza Campos, 22 Marina Fioravanti, 23 Carolyne Pereira;
  • Treinador: Emiliano Caffera
  • Colômbia: 15 Laura Mejía, 14 Zuleima Orobio, 13 Leidy Soto, 12 Maria Arzuaga, 11 Juliana Soto, 10 Valentina Tapias, 9 Camila Lopera (c), 8 Maribel Mestra, 7 Angie Manyoma, 6 Valeria Muñoz, 5 Valentina Álvarez, 4 Laura Gutierrez, 3 Gisel Gómez, 2 Camila Carona, 1 Catalina Suarez;
  • Suplentes: 16 Silvia Olave, 17 Tatiana Delgado, 18 Carolina Naranjo, 19 Ana Camacho, 20 Tatiana Hernández, 21 Madi Córdoba, 22 Melisa Ríos, 23 Nikol Durango;
  • Treinador: Luis Pedro Achard

O jogo

O Brasil chegou para a partida sem jamais ter vencido a Colômbia no Rugby XV feminino, mas no jogo que mais valia as Yaras quebraram o tabu e conquistaram a vitória, em desempenho dominante das brasileiras nas formações fixas (scrums e laterais, que asseguraram maior posse de bola e domínio territorial para as Yaras). O duelo começou perfeito para as Yaras, que conquistaram o primeiro try com Íris, aos 10′, após scrum, aproveitando momento que as colombianas jogavam com uma atleta a menos por cartão amarelo.

As Tucanes, a seleção colombiana, reagiram rápido com try de Juliana Soto em bola aberta até a ponta, mas o Brasil soube se portar bem diante do troco colombiano e voltou a pressionar a partir do domínio nas formações. Aos 27′, as Yaras foram recompensadas com a bola chegando até Isadora na ponta para devolver a frente às brasileiras. O Brasil cresceu no jogo e, aos 33′, após scrum, o Brasil trabalhou bem a linha de passes até a capitã Eshyllen romper na ponta para o terceiro try, desta vez convertido por Raquel.

As colombianas ainda reduziram a diferença com penal chutado por Arzuaga, mas a primeira etapa acabou com o Brasil brilhando novamente em passe interceptado por Aline Mayumi que acabou em try com corrida de 70 metros, abrindo 22 a 8.

Segundo tempo

A Colômbia abriu o segundo tempo esboçando reação com try de Gutierrez, mas outro amarelo contra as Tucanes, em lance de try brasileiro anulado, permitiu ao Brasil dar o golpe decisivo. O quarto try brasileiro foi de Yasmim, que roubou bola no campo de ataque e disparou aos 61′. As colombianas sentiram e o brasileiro fechou a vitória com try de Mariana Nicolau na corrida. 34 a 13, fim de jogo e classificação histórica.

Capitã

Após a partida, a capitã Eshyllen Coimbra comentou: “Já sabíamos que seria um jogo duro, mas estávamos muito unidas para conquistar essa vitória. Treinamos muito o scrum nos últimos seis meses e, para você ter uma ideia, trabalhamos com as seleções masculina adulta e juvenil e também com um time profissional feminino que temos”.

O treinador

“Estou muito contente, este grupo é maravilhoso. A partida se desenvolveu da forma que havíamos planejado: fizemos um primeiro tempo sólido, conseguimos controlar um pouco a posse de bola na segunda etapa, e o resultado veio. O sucesso no jogo passa pelas formações fixas, que foi o que mais nos dedicamos nos últimos meses, e agora para a Copa do Mundo teremos que trabalhar muito mais”, exaltou o treinador Emiliano Caffera, uruguaio que comanda as duas seleções brasileiras de Rugby XV (feminina e masculina).

CEO da Brasil Rugby

“É uma conquista que marca época para o rugby brasileiro. A Copa do Mundo de Rugby é o grande evento do nosso esporte. A edição masculina é hoje a terceira maior competição esportiva em impacto econômico para o país sede, mostrando a força do rugby no planeta. A edição feminina de 2025 promete ser a maior da história para as mulheres, na esteira do crescimento e do sucesso que os Mundiais femininos de todos os esportes estão tendo. A Brasil Rugby trabalha o rugby feminino com o maior zêlo, da base ao topo, e essa conquista só prova o tamanho das Yaras, Elas são inspiração para gerações de mulheres e de todos os fãs de rugby”, comentou a CEO da Brasil Rugby, Mariana Miné.

Presidente do Conselho

“Somos muito gratos a essas atletas e comissão técnica que trabalharam incansavelmente por este sonho. É um feito que prova a força de nosso rugby, que é capaz de chegar aos Jogos Olímpicos e permanecer entre as 12 melhores seleções do mundo na elite do Circuito Mundial no Rugby Sevens, ao mesmo tempo que logra o feito de ir a uma Copa do Mundo no Rugby XV. Tudo isso no dia em que a nossa seleção feminina completa 20 anos. É um feito dessas jogadoras incríveis e também de todo o nosso rugby, que trabalhou por isso por décadas”, afirmou Martin Jaco, presidente do conselho de administração da Brasil Rugby, fazendo referência ao fato da Seleção Brasileira Feminina de Rugby Sevens, a mais antiga das seleções femininas de Rugby, ter sido criada em 2004.

Seleções classificadas

Antes da partida, 12 das 16 seleções que participarão da Copa do Mundo de 2025 são conhecidas: Nova Zelândia (atual campeã), Inglaterra (atual vice e país sede), França, Canadá, Austrália, Estados Unidos, Itália, Irlanda, Escócia, Fiji, África do Sul e Japão. Brasil e País de Gales conquistaram suas vagas neste sábado, restando apenas 2 vagas que serão decididas em outubro com o WXV, a liga mundial da modalidade. Com a classificação, o Brasil se iguala a potências como Austrália, Nova Zelândia, França, Irlanda, Fiji, Japão, Canadá e EUA as quais são seleções femininas que estão na elite mundial tanto do rugby sevens como do rugby XV.