A reabilitação do Corinthians no Campeonato Brasileiro teve um herói improvável na noite de quinta-feira. O jovem atacante Giovane, de 20 anos, saiu do banco de reservas para fazer o torcedor explodir de alívio nas arquibancadas da Neo Química Arena, em São Paulo, no triunfo por 3 a 2 sobre o Vitória.

Acionado pelo técnico interino Raphael Laruccia aos 38 minutos do segundo tempo, para substituir Yuri Alberto, Giovane viu Alerrandro marcar de pênalti para o Vitória, aos 41. Mas o atacante sentia que o melhor estava marcado para o final.

“Sentimento é de felicidade, estava ali no banco e antes de vir ao estádio conversei com minha mulher e disse: ‘amor, estou sentindo algo diferente essa noite’, sentindo que aconteceria algo inexplicável para mim. Mesmo na hora do empate, no fim, o coração estava em paz e pensava que sobraria uma bola e eu marcaria esse gol”, comentou o jogador.

No último lance da partida, Rodrigo Garro cobrou escanteio, a zaga do Vitória afastou para o meio da área e Giovane pegou de primeira. A bola ainda desviou em um adversário para sair do alcance de Lucas Arcanjo e morrer no fundo do gol.

Esquecido pelo técnico António Oliveira, demitido pelo clube nesta semana, Giovane não entrou nas últimas quatro partidas e fez apenas o seu segundo gol pelo Corinthians. O primeiro foi na 36ª rodada do Brasileirão do ano passado, na vitória sobre o Vasco, por 4 a 2, em São Januário.

Apesar da pouca idade, Giovane não é “cria do terrão”. Nascido em Campinas, o atacante passou pela base do Red Bull Brasil antes de se profissionalizar no Capivariano, em 2021. O desempenho na Série A3 do Campeonato Paulista chamou a atenção do Corinthians.

Emprestado pelo Capivariano, Giovane se destacou na base alvinegra e foi comprado em definitivo por R$ 3 milhões. A estreia no profissional do Corinthians veio em 2022, contra o Botafogo, no dia 10 de abril, pela 1ª rodada do Brasileirão.

No ano seguinte, o atacante quase deixou o Parque São Jorge. O Corinthians recebeu uma proposta oficial do Austria Viena – empréstimo de 1 ano, com valor de compra fixado em 4 milhões de euros (cerca de R$ 21 milhões na época) -, mas as conversas não foram para frente e Giovane seguiu no clube.

Mais leve, após encerrar o jejum de sete meses sem marcar, Giovane espera ter mais oportunidades para deslanchar com a camisa do Corinthians. Afinal, o clube tem um dos piores ataques do Brasileirão (12 gols em 14 jogos) e precisa melhorar para deixar a zona do rebaixamento.